A fábula do aquecimento global (7)
(Continuação da entrevista da La Nouvelle Revue d’Histoire)
La Nouvelle Revue d’Histoire – Como é que explica então as alterações que se observam na Europa?
Marcel Leroux – A fim de responder à vossa questão de modo a ser compreendido pelos não-especialistas, diga-se que no espaço do Atlântico Norte o Árctico ocidental arrefece e que os anticiclones que saem do Pólo são mais potentes.
Nesse espaço, os retornos do ar ciclónico associado às depressões transportam mais ar quente e húmido de origem subtropical, mesmo tropical, para o Mar da Noruega e para lá deste.
Consequentemente, a temperatura sobe e as precipitações (de neve em altitude, sobre a Gronelândia e na Escandinávia) aumentam.
Quando a pressão baixa as tempestades aumentam, com depressões mais numerosas atingindo latitudes mais setentrionais (1).
Como a Europa Ocidental está situada na trajectória dos retornos ciclónicos do Sul, ela beneficia também do aquecimento, e mesmo de um excesso de chuva.
É necessário verificar que no Atlântico a aglutinação anticiclónica (AA), correntemente chamada anticiclone dos Açores, é mais potente e mais estendida para o Sul.
É devido à extensão para Sul da AA que o Sahel atlântico, nomeadamente o arquipélago de Cabo Verde, sofre uma seca mais pronunciada que no continente vizinho.
O Mediterrâneo que prolonga este espaço atlântico está mais frio e, portanto, mais seco na sua bacia oriental (como na Europa central), enquanto que a pressão atmosférica à superfície é igualmente crescente.
Em particular, é esta alta pressão atmosférica, e não o CO2, que é simultaneamente responsável, nas nossas regiões, pelas longas sequências de falta de chuva (ou de neve nas montanhas) e de calor, mesmo de canícula como a de Agosto de 2003.
Estas sequências de seca e de calor agravam-se quando a situação anticiclónica permanece estável durante muito tempo.
____________
(1) Pommier, A. (2005) - Analyse Objective de la Dynamique Aérologique de Basses Couches dans l’Espace Atlantique Nord: Mécanisme et Évolution de 1950 à 2000, Thèse Universitaire, LCRE, Lyon.
(Continua)
La Nouvelle Revue d’Histoire – Como é que explica então as alterações que se observam na Europa?
Marcel Leroux – A fim de responder à vossa questão de modo a ser compreendido pelos não-especialistas, diga-se que no espaço do Atlântico Norte o Árctico ocidental arrefece e que os anticiclones que saem do Pólo são mais potentes.
Nesse espaço, os retornos do ar ciclónico associado às depressões transportam mais ar quente e húmido de origem subtropical, mesmo tropical, para o Mar da Noruega e para lá deste.
Consequentemente, a temperatura sobe e as precipitações (de neve em altitude, sobre a Gronelândia e na Escandinávia) aumentam.
Quando a pressão baixa as tempestades aumentam, com depressões mais numerosas atingindo latitudes mais setentrionais (1).
Como a Europa Ocidental está situada na trajectória dos retornos ciclónicos do Sul, ela beneficia também do aquecimento, e mesmo de um excesso de chuva.
É necessário verificar que no Atlântico a aglutinação anticiclónica (AA), correntemente chamada anticiclone dos Açores, é mais potente e mais estendida para o Sul.
É devido à extensão para Sul da AA que o Sahel atlântico, nomeadamente o arquipélago de Cabo Verde, sofre uma seca mais pronunciada que no continente vizinho.
O Mediterrâneo que prolonga este espaço atlântico está mais frio e, portanto, mais seco na sua bacia oriental (como na Europa central), enquanto que a pressão atmosférica à superfície é igualmente crescente.
Em particular, é esta alta pressão atmosférica, e não o CO2, que é simultaneamente responsável, nas nossas regiões, pelas longas sequências de falta de chuva (ou de neve nas montanhas) e de calor, mesmo de canícula como a de Agosto de 2003.
Estas sequências de seca e de calor agravam-se quando a situação anticiclónica permanece estável durante muito tempo.
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(1) Pommier, A. (2005) - Analyse Objective de la Dynamique Aérologique de Basses Couches dans l’Espace Atlantique Nord: Mécanisme et Évolution de 1950 à 2000, Thèse Universitaire, LCRE, Lyon.
(Continua)
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