Almoço-conferência com Rajendra Pachauri
(Texto da autoria de Jorge Pacheco de Oliveira)
No próximo dia 14 de Abril terá lugar no Convento do Beato, em Lisboa, um almoço-conferência cujo orador convidado é Rajendra Pachauri, o actual Chairman do IPCC, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.
Segundo notícia do Expresso online, trata-se de uma iniciativa conjunta do Banco Espírito Santo e do semanário Expresso, "no âmbito do Mês do Desenvolvimento Sustentável".
A notícia vai mais longe e esclarece que o jornal e aquele banco estabeleceram uma parceria para criar o “Programa Futuro Sustentável”, lançado em 2007, com o objectivo de “colocar a sustentabilidade na agenda nacional, contribuir com iniciativas próprias e criadoras de valor de modo a acelerar o desenvolvimento sustentável em Portugal, e posicionar o BES e o Expresso como motores do desenvolvimento sustentável nos respectivos sectores de actividade”.
Quanto aos nobres objectivos enunciados, é sempre oportuno recordar o velho ditado de que “presunção e água benta cada qual toma a que quer”, mas que o convite a Rajendra Pachauri constitua uma iniciativa “criadora de valor”, já se torna uma ideia um tanto discutível.
Com efeito, da parte do Expresso, não obstante anteriores acções junto de especialistas nacionais que se opõem à teoria do IPCC acerca do anthropogenic global warming, como foi o caso de uma entrevista com o Prof. Corte Real e outra com o Prof. Delgado Domingos, a verdade é que não se observa neste semanário uma preocupação permanente em divulgar os inúmeros acontecimentos internacionais, artigos de opinião e artigos científicos contrários à tese oficial do IPCC. Julgava-se que essa seria a atitude de um jornal que muitos consideram de referência.
E não seria nada difícil. A internet está repleta de informação sobre o assunto e a argumentação dos cientistas que refutam as teses do IPCC, se não for suficiente para converter um crente, pelo menos deixa fortíssimas dúvidas acerca da validade da teoria oficial do IPCC e impele qualquer pessoa que goste se manter informada a seguir com atenção essa argumentação.
De facto, as posições contrárias às teses do IPCC não são despiciendas e são defendidas por muitos cientistas de craveira internacional. Num post recente o MC publicou a tradução de uma carta assinada por 100 cientistas e dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas. Em Portugal esta carta não foi sequer referida por nenhum órgão de comunicação social, apesar de ter sido redigida e divulgada na comunicação social estrangeira durante a Conferência de Bali sobre o Clima, acontecimento que todos os órgãos de informação acompanhavam com a máxima atenção.
Nos Estados Unidos, a discussão sobre o anthropogenic global warming é muito viva e os meios de comunicação social divulgam todas as posições sobre o assunto. Em Portugal parece que as direcções dos nossos meios de comunicação social são muito mais entendidas sobre a questão e, embora lá vão reconhecendo a existência de uns quantos irredutíveis que não acreditam nas teses do IPCC (os “negacionistas” como alguns referem, sendo que o termo já implica um subtil juízo de valor), a verdade é que as direcções dos nossos órgãos de informação tomaram a opção de privilegiar um dos lados.
O convite a Rajendra Pachauri, bem como os dois anteriores convites a Al Gore, ajuda a compreender a forma como se divulgam e consolidam certas teorias pseudo-científicas, como é o caso do anthropogenic global warming que o distinto chairman do IPCC vem "vender" em Portugal.
Seria interessante que, no final deste almoço-conferência, a organização divulgasse, para além do número de pessoas presentes, quantas pagaram do seu próprio bolso o valor de 250 euros mais IVA. Trata-se de uma importância muito elevada, para mais em tempos de crise, inacessível ao comum dos cidadãos portugueses. Por isso, não será demais supor que os participantes no evento, ou desfrutarão de uma confortável situação económica, ou então, com grande probabilidade, e cumulativamente, serão individualidades das empresas públicas ou semi-privatizadas que habitualmente patrocinam acontecimentos "politicamente correctos" e que pagarão aos seus colaboradores mais destacados a participação nesta conferência. Ou seja, pagamos todos nós.
Não deixa de ser estimulante tentar perceber se a emergência da recente e brutal crise financeira, provocada pela confirmada ganância de uma corte de charlatães, que souberam cultivar um cenário de aparências, em que a única verdade seria o nome de baptismo de cada um deles, conseguirá levar a generalidade das pessoas a interrogar-se acerca da possibilidade de outras personalidades, em campos distintos, como, por exemplo, o da Ciência, poderem estar a desenvolver o mesmo tipo de comportamento fraudulento.
A teoria do anthropogenic global warming, em que a única verdade é o facto de o dióxido de carbono ser um gás com efeito de estufa, embora inocente, como tudo leva a crer, dos terríveis malefícios de que é acusado, possui todos os condimentos necessários para a montagem de um cenário de aparências. Sobretudo coincide num dos principais indicadores : mexe com muito dinheiro.
Para se avaliar o pensamento de Rajendra Pachauri acerca das questões ambientais e da controvérsia que envolve a teoria do anthropogenic global warming, é interessante ler uma entrevista que ele concedeu ao jornal espanhol "El País".
Obviamente, o senhor tem todo o direito de emitir opinião sobre estas matérias, mas não deixa de ser curiosa e elucidativa a afirmação que produz mesmo no final da entrevista e que, aliás, constitui o título seleccionado pelo "El País" : "Os cépticos das alterações climáticas deveriam mudar-se para outro planeta".
Como exercício de lógica e prova de capacidade de discernimento, para não falar de tolerância em relação àqueles que revelam opiniões contrárias às dele, tal afirmação deixa muito a desejar, pois se alguém deveria mudar-se para outro planeta seriam os que, como Pachauri, receiam que o céu deste planeta lhes caia em cima da cabeça. Não lhe ocorreu.
No próximo dia 14 de Abril terá lugar no Convento do Beato, em Lisboa, um almoço-conferência cujo orador convidado é Rajendra Pachauri, o actual Chairman do IPCC, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas.
Segundo notícia do Expresso online, trata-se de uma iniciativa conjunta do Banco Espírito Santo e do semanário Expresso, "no âmbito do Mês do Desenvolvimento Sustentável".
A notícia vai mais longe e esclarece que o jornal e aquele banco estabeleceram uma parceria para criar o “Programa Futuro Sustentável”, lançado em 2007, com o objectivo de “colocar a sustentabilidade na agenda nacional, contribuir com iniciativas próprias e criadoras de valor de modo a acelerar o desenvolvimento sustentável em Portugal, e posicionar o BES e o Expresso como motores do desenvolvimento sustentável nos respectivos sectores de actividade”.
Quanto aos nobres objectivos enunciados, é sempre oportuno recordar o velho ditado de que “presunção e água benta cada qual toma a que quer”, mas que o convite a Rajendra Pachauri constitua uma iniciativa “criadora de valor”, já se torna uma ideia um tanto discutível.
Com efeito, da parte do Expresso, não obstante anteriores acções junto de especialistas nacionais que se opõem à teoria do IPCC acerca do anthropogenic global warming, como foi o caso de uma entrevista com o Prof. Corte Real e outra com o Prof. Delgado Domingos, a verdade é que não se observa neste semanário uma preocupação permanente em divulgar os inúmeros acontecimentos internacionais, artigos de opinião e artigos científicos contrários à tese oficial do IPCC. Julgava-se que essa seria a atitude de um jornal que muitos consideram de referência.
E não seria nada difícil. A internet está repleta de informação sobre o assunto e a argumentação dos cientistas que refutam as teses do IPCC, se não for suficiente para converter um crente, pelo menos deixa fortíssimas dúvidas acerca da validade da teoria oficial do IPCC e impele qualquer pessoa que goste se manter informada a seguir com atenção essa argumentação.
De facto, as posições contrárias às teses do IPCC não são despiciendas e são defendidas por muitos cientistas de craveira internacional. Num post recente o MC publicou a tradução de uma carta assinada por 100 cientistas e dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas. Em Portugal esta carta não foi sequer referida por nenhum órgão de comunicação social, apesar de ter sido redigida e divulgada na comunicação social estrangeira durante a Conferência de Bali sobre o Clima, acontecimento que todos os órgãos de informação acompanhavam com a máxima atenção.
Nos Estados Unidos, a discussão sobre o anthropogenic global warming é muito viva e os meios de comunicação social divulgam todas as posições sobre o assunto. Em Portugal parece que as direcções dos nossos meios de comunicação social são muito mais entendidas sobre a questão e, embora lá vão reconhecendo a existência de uns quantos irredutíveis que não acreditam nas teses do IPCC (os “negacionistas” como alguns referem, sendo que o termo já implica um subtil juízo de valor), a verdade é que as direcções dos nossos órgãos de informação tomaram a opção de privilegiar um dos lados.
O convite a Rajendra Pachauri, bem como os dois anteriores convites a Al Gore, ajuda a compreender a forma como se divulgam e consolidam certas teorias pseudo-científicas, como é o caso do anthropogenic global warming que o distinto chairman do IPCC vem "vender" em Portugal.
Seria interessante que, no final deste almoço-conferência, a organização divulgasse, para além do número de pessoas presentes, quantas pagaram do seu próprio bolso o valor de 250 euros mais IVA. Trata-se de uma importância muito elevada, para mais em tempos de crise, inacessível ao comum dos cidadãos portugueses. Por isso, não será demais supor que os participantes no evento, ou desfrutarão de uma confortável situação económica, ou então, com grande probabilidade, e cumulativamente, serão individualidades das empresas públicas ou semi-privatizadas que habitualmente patrocinam acontecimentos "politicamente correctos" e que pagarão aos seus colaboradores mais destacados a participação nesta conferência. Ou seja, pagamos todos nós.
Não deixa de ser estimulante tentar perceber se a emergência da recente e brutal crise financeira, provocada pela confirmada ganância de uma corte de charlatães, que souberam cultivar um cenário de aparências, em que a única verdade seria o nome de baptismo de cada um deles, conseguirá levar a generalidade das pessoas a interrogar-se acerca da possibilidade de outras personalidades, em campos distintos, como, por exemplo, o da Ciência, poderem estar a desenvolver o mesmo tipo de comportamento fraudulento.
A teoria do anthropogenic global warming, em que a única verdade é o facto de o dióxido de carbono ser um gás com efeito de estufa, embora inocente, como tudo leva a crer, dos terríveis malefícios de que é acusado, possui todos os condimentos necessários para a montagem de um cenário de aparências. Sobretudo coincide num dos principais indicadores : mexe com muito dinheiro.
Para se avaliar o pensamento de Rajendra Pachauri acerca das questões ambientais e da controvérsia que envolve a teoria do anthropogenic global warming, é interessante ler uma entrevista que ele concedeu ao jornal espanhol "El País".
Obviamente, o senhor tem todo o direito de emitir opinião sobre estas matérias, mas não deixa de ser curiosa e elucidativa a afirmação que produz mesmo no final da entrevista e que, aliás, constitui o título seleccionado pelo "El País" : "Os cépticos das alterações climáticas deveriam mudar-se para outro planeta".
Como exercício de lógica e prova de capacidade de discernimento, para não falar de tolerância em relação àqueles que revelam opiniões contrárias às dele, tal afirmação deixa muito a desejar, pois se alguém deveria mudar-se para outro planeta seriam os que, como Pachauri, receiam que o céu deste planeta lhes caia em cima da cabeça. Não lhe ocorreu.
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