sábado, março 29, 2008

Curvas do tipo “hockey stick”

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

Com base nas hipóteses erróneas descritas anteriormente [ver “A verdade dos cilindros de gelo” (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)], foram traçadas várias versões de curvas do tipo “hockey stick”, que procuram representar a evolução da concentração atmosférica do CO2 ao longo dos tempos.

Essas curvas combinam os dados proxy retirados dos cilindros de gelo, respeitantes a épocas antigas - e distorcidos, conforme se explicou - com valores recentes medidos directamente na atmosfera. Na maior parte das vezes, não se chama a atenção para o facto de os valores terem origens completamente díspares.

Os autores de tais estudos afirmam que as suas curvas representam os teores de CO2 correspondentes, por exemplo, aos últimos 300 anos (Neftel et al., 1985; Pearman et al., 1986; Siegenthaler and Oeschger, 1987) *, ou aos últimos 10 mil anos (no “Summary for Policymakers”) * – Fig. ZJ2 – ou mesmo aos últimos 400 mil anos (Wolff, 2003) *.

Todas as curvas revelam concentrações pré-industriais baixas do CO2, variando entre cerca de 180 ppmv e 280 ppmv nos últimos 400 mil anos, subindo então bruscamente até aos 370 ppmv no final do séc. XX. [ppmv – partes por milhão em volume]

Estas curvas, que ficaram conhecidas por “hockey stick”, têm sido publicadas em inúmeras ocasiões como prova [errada] da influência antropogénica no aumento da concentração atmosférica do CO2. São curvas traçadas de forma ilegítima, misturando falsos valores proxies dos cilindros de gelo com medidas directas realizadas na atmosfera. Trata-se de uma contrafacção científica.

Porém, a mais grave manipulação foi a alteração arbitrária da idade do gás aprisionado na parte superior do cilindro de gelo, onde as variações da pressão mecânica são menos drásticas do que nas partes mais profundas.

No cilindro perfurado no Monte Siple, no Antárctico, o gelo da parte mais profunda foi depositado em 1890. A concentração de CO2 correspondente era de 328 ppmv (Friedli et al., 1986; Neftel et al., 1985) * e não de 290 ppmv, o valor necessário para satisfazer a hipótese do aquecimento de origem antropogénica.

O mesmo valor de 328 ppmv foi medido no ar captado directamente da atmosfera junto do vulcão de Mauna Loa, no Havai, 83 anos mais tarde, em 1973 (Boden et al., 1990) *. [Em Mauna Loa existe uma das três estações de rastreio da NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration.]

Assim, tornava-se chocantemente claro que o teor de CO2 pré-industrial era o mesmo do que na segunda metade do século XX. Para “resolver” este problema, os investigadores assumiram, pura e simplesmente, uma hipótese ad hoc: a idade do gás retirado de 1 a 10 gramas de gelo (aprisionado em 1890) foi decretada, arbitrariamente, como sendo exactamente 83 anos mais jovem do que a idade do próprio gelo no qual foi aprisionado! Nada mais simples. [1973 – 1890 = 83 anos!]

Esta hipótese [surrealista] não foi suportada por qualquer prova experimental mas apenas por uma suposição que entra em conflito com os factos reais (Jaworowski, 1994a; Jaworowski et al., 1992b) *.

Deste modo, os dados proxies dos cilindros de gelo foram “corrigidos” e discretamente alinhados com os valores medidos directamente na atmosfera de Mauna Loa (Figuras ZJ3a e ZJ3b).

Portanto, em todos os relatórios do IPCC têm sido apresentadas curvas do tipo “hockey stick” que revelam concentrações de CO2 falsificadas, incluindo a da Fig. ZJ2 que se encontra no “Sumário para Decisores Políticos”, de 2007.

De forma crédula, quase toda a gente aceitou estas curvas “hockey stick”, bem como outra informação sobre os gases com efeito de estufa obtida a partir dos cilindros de gelo. Todavia, essa informação foi distorcida por uma manipulação deliberada dos dados, que consistiu em rejeitar as concentrações elevadas correspondentes ao gelo mais antigo e as concentrações baixas correspondentes ao gelo mais recente. Tudo isto porque os dados obtidos não encaixavam na ideia pré-concebida do aquecimento global de origem antropogénica.

Esta prática tornou-se um hábito demasiado comum em estudos sobre gases com efeito de estufa (Jaworowski, 1994ª; Jaworowski, 1994b; Jaworowski et al., 1992b) *.

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.