A verdade dos cilindros de gelo (5)
(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)
Comparemos, para um mesmo período, entre 7000 e 8000 anos antes do presente (before present) dois tipos de estimativas proxies para as concentrações do CO2.
Por um lado, os dados dos cilindros de gelo do Taylor Dome, no Antárctico, que são utilizados pelo IPCC para a reconstrução dos registos históricos oficiais e que revelam uma tendência temporal estável com valores de 260 ppmv a 264 ppmv (Indermuhle et al., 1999) *.
Por outro lado, os dados obtidos a partir dos estomas das folhas fósseis – pequenos poros das folhas onde se troca CO2 na fotossíntese – que demonstram concentrações de CO2 variando amplamente numa faixa de 50 ppmv, isto é, entre 270 ppmv e 326 ppmv (Wagner et al., 2002) *.
Esta diferença sugere com grande ênfase que os cilindros de gelo não constituem um protótipo adequado à reconstrução da composição química da atmosfera ancestral.
Os valores anunciados para o CO2 dos cilindros de gelo são artificiais. Devem-se aos processos físico-químicos verificados nos mantos de gelo e nos cilindros daí retirados. São concentrações 30 % a 50 % mais baixas do que as da atmosfera original.
O gelo é uma matriz imprópria para tais estudos químicos e mesmo os métodos analíticos mais avançados não ajudam quando a matriz e as amostras são inadequadas.
Ainda os estudos básicos sobre a diferenciação de gases nas amostras não tinham tido início e já tinham sido publicados, durante as últimas décadas, múltiplos estudos glaciários, com o objectivo de demonstrar que:
1) Os gases com efeito de estufa eram responsáveis pelas alterações climáticas;
2) O seu teor na atmosfera tinha aumentado devido às actividades humanas.
Estes estudos foram prejudicados quer pela manipulação e interpretação unilateral dos dados, quer pela rejeição arbitrária de valores, tanto os que indiciavam uma elevada concentração de gases com efeito de estufa no gelo anterior à época industrial, bem como os que indiciavam teores mais baixos em amostras recentes (Jaworowski, 1994a; Jaworowski et al., 1992b) *.
Se os dados respeitantes ao CO2 existente nos cilindros de gelo tivessem sido correctamente interpretados, teriam constituído uma prova de que durante os anteriores 650 000 anos o CO2 não teve um efeito discernível na temperatura média global.
Isto por duas ordens de razão: em primeiro lugar, porque o aumento da temperatura surge antes do aumento da concentração do CO2; em segundo lugar, porque se observam reduzidos valores do proxy do CO2 nos cilindros de gelo durante os períodos quentes, tanto nos antigos como nos tempos modernos.
(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.
Comparemos, para um mesmo período, entre 7000 e 8000 anos antes do presente (before present) dois tipos de estimativas proxies para as concentrações do CO2.
Por um lado, os dados dos cilindros de gelo do Taylor Dome, no Antárctico, que são utilizados pelo IPCC para a reconstrução dos registos históricos oficiais e que revelam uma tendência temporal estável com valores de 260 ppmv a 264 ppmv (Indermuhle et al., 1999) *.
Por outro lado, os dados obtidos a partir dos estomas das folhas fósseis – pequenos poros das folhas onde se troca CO2 na fotossíntese – que demonstram concentrações de CO2 variando amplamente numa faixa de 50 ppmv, isto é, entre 270 ppmv e 326 ppmv (Wagner et al., 2002) *.
Esta diferença sugere com grande ênfase que os cilindros de gelo não constituem um protótipo adequado à reconstrução da composição química da atmosfera ancestral.
Os valores anunciados para o CO2 dos cilindros de gelo são artificiais. Devem-se aos processos físico-químicos verificados nos mantos de gelo e nos cilindros daí retirados. São concentrações 30 % a 50 % mais baixas do que as da atmosfera original.
O gelo é uma matriz imprópria para tais estudos químicos e mesmo os métodos analíticos mais avançados não ajudam quando a matriz e as amostras são inadequadas.
Ainda os estudos básicos sobre a diferenciação de gases nas amostras não tinham tido início e já tinham sido publicados, durante as últimas décadas, múltiplos estudos glaciários, com o objectivo de demonstrar que:
1) Os gases com efeito de estufa eram responsáveis pelas alterações climáticas;
2) O seu teor na atmosfera tinha aumentado devido às actividades humanas.
Estes estudos foram prejudicados quer pela manipulação e interpretação unilateral dos dados, quer pela rejeição arbitrária de valores, tanto os que indiciavam uma elevada concentração de gases com efeito de estufa no gelo anterior à época industrial, bem como os que indiciavam teores mais baixos em amostras recentes (Jaworowski, 1994a; Jaworowski et al., 1992b) *.
Se os dados respeitantes ao CO2 existente nos cilindros de gelo tivessem sido correctamente interpretados, teriam constituído uma prova de que durante os anteriores 650 000 anos o CO2 não teve um efeito discernível na temperatura média global.
Isto por duas ordens de razão: em primeiro lugar, porque o aumento da temperatura surge antes do aumento da concentração do CO2; em segundo lugar, porque se observam reduzidos valores do proxy do CO2 nos cilindros de gelo durante os períodos quentes, tanto nos antigos como nos tempos modernos.
(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.
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