Trocas meridionais (1)
Marcel Leroux (Estocolmo, 11-12 Set. 2006, trad. Rui G. Moura)
(continuação)
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1 – Ciclones tropicais
Examinemos, por exemplo, a evolução recente dos ciclones tropicais. Os teóricos do «global warming» afirmam: «mais calor = mais chuva = mais tempestades = mais ciclones». Com uma «prova irrefutável»: Katrina!...
Mas o que nos diz uma observação mais cuidadosa? A evolução dos ciclones tropicais ao longo do período 1949-2002, no noroeste do Atlântico Norte (Fig. ML1) não revela qualquer tendência. Já no nordeste do Pacífico (Fig. ML2) o número de ciclones aumentou razoavelmente (Barbier, 2004).
No entanto, a evolução da temperatura do ar, tanto no Mar das Caraíbas (Fig. ML3) como no nordeste do Oceano Pacífico (Fig. ML4), nega fortemente a existência de uma relação entre temperatura e evolução dos ciclones.
As verdadeiras razões de tais comportamentos diferentes devem ser, portanto, procuradas noutros fenómenos em vez da hipotética relação simplista em que entra a temperatura.
Sabemos que a ciclogénese tropical requer a ligação simultânea das seguintes circunstâncias físicas fundamentais (Leroux, 1983,1988):
- A existência preliminar de um campo de depressões nas baixas camadas,
- O desencadear de uma ascensão ditada por um processo dinâmico,
- A formação e a acentuação de um vortex,
- A auto-sustentação de uma ascensão pela libertação de energia (advecção) [transporte horizontal - NT] por correntes de ar quentes e húmidas, alísios e monções),
- Uma estrutura vertical favorecendo a ascensão (sem estratificação, subsidência [pressão vertical de cima para baixo] ou ventos cortantes).
Todas estas condições, com mais algumas outras específicas, que são difíceis de reunir numa mesma ocasião, devem substituir a condição única da temperatura do ar ou do mar! A observação mostra claramente que nas causas físicas reais não está incluído o hipotético binário EE/CO2.
(continua)
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Referências bibliográficas
-Barbier, Emmanuel (2004). La dynamique du temps et du climat en Amérique Central. Tese Universidade de Lyon.
-Leroux, Marcel (1983). Le climat de l’Afrique tropical. Tomo 1: 636 pp. Tomo 2: Notas e Atlas com 250 mapas. Ed. Champion-Slaktine, Paris-Genève.
-Leroux, Marcel (1988). Dynamic analysis of weather and climate. Wiley-Praxis série Atmosphere Physics, 365 pp.
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P. S. Para memória futura que a meteorológica é curta: - Rasgada a aglutinação anticiclónica, anticiclones móveis polares cobriram de neve a Europa e parte considerável da Espanha. Alguns farrapos atravessaram a fronteira alentejana. Os AMP desembaraçaram-se dos Montes Cantábricos mas pintaram de branco a areia das praias biscainhas.
(continuação)
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1 – Ciclones tropicais
Examinemos, por exemplo, a evolução recente dos ciclones tropicais. Os teóricos do «global warming» afirmam: «mais calor = mais chuva = mais tempestades = mais ciclones». Com uma «prova irrefutável»: Katrina!...
Mas o que nos diz uma observação mais cuidadosa? A evolução dos ciclones tropicais ao longo do período 1949-2002, no noroeste do Atlântico Norte (Fig. ML1) não revela qualquer tendência. Já no nordeste do Pacífico (Fig. ML2) o número de ciclones aumentou razoavelmente (Barbier, 2004).
No entanto, a evolução da temperatura do ar, tanto no Mar das Caraíbas (Fig. ML3) como no nordeste do Oceano Pacífico (Fig. ML4), nega fortemente a existência de uma relação entre temperatura e evolução dos ciclones.
As verdadeiras razões de tais comportamentos diferentes devem ser, portanto, procuradas noutros fenómenos em vez da hipotética relação simplista em que entra a temperatura.
Sabemos que a ciclogénese tropical requer a ligação simultânea das seguintes circunstâncias físicas fundamentais (Leroux, 1983,1988):
- A existência preliminar de um campo de depressões nas baixas camadas,
- O desencadear de uma ascensão ditada por um processo dinâmico,
- A formação e a acentuação de um vortex,
- A auto-sustentação de uma ascensão pela libertação de energia (advecção) [transporte horizontal - NT] por correntes de ar quentes e húmidas, alísios e monções),
- Uma estrutura vertical favorecendo a ascensão (sem estratificação, subsidência [pressão vertical de cima para baixo] ou ventos cortantes).
Todas estas condições, com mais algumas outras específicas, que são difíceis de reunir numa mesma ocasião, devem substituir a condição única da temperatura do ar ou do mar! A observação mostra claramente que nas causas físicas reais não está incluído o hipotético binário EE/CO2.
(continua)
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Referências bibliográficas
-Barbier, Emmanuel (2004). La dynamique du temps et du climat en Amérique Central. Tese Universidade de Lyon.
-Leroux, Marcel (1983). Le climat de l’Afrique tropical. Tomo 1: 636 pp. Tomo 2: Notas e Atlas com 250 mapas. Ed. Champion-Slaktine, Paris-Genève.
-Leroux, Marcel (1988). Dynamic analysis of weather and climate. Wiley-Praxis série Atmosphere Physics, 365 pp.
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P. S. Para memória futura que a meteorológica é curta: - Rasgada a aglutinação anticiclónica, anticiclones móveis polares cobriram de neve a Europa e parte considerável da Espanha. Alguns farrapos atravessaram a fronteira alentejana. Os AMP desembaraçaram-se dos Montes Cantábricos mas pintaram de branco a areia das praias biscainhas.
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