quarta-feira, abril 13, 2005

O caso do nível do mar (3)

Os acontecimentos do El Niño são geralmente considerados, sem razão, como as causas e responsáveis de várias calamidades em todo o Mundo (mas sem provas).

Sempre pela mesma razão: as análises estatísticas (climatologia diagnóstico) colocam em evidência covariações, prematuramente consideradas como relações físicas causais.

Mas, à falta do esquema coerente de circulação geral, estas análises não podem determinar o sentido real das relações e o lugar exacto do fenómeno incriminado na cadeia de processos, no início ou no fim.

A intensidade das vagas (que aumentam também no Pacífico Norte), devidas ao movimento das águas do mar depois de uma tempestade e das correntes superficiais, depende por outro lado das variações da circulação aérea.

Uma estimativa das variações do nível do mar não tem assim senão pouco significado sem uma estimativa paralela das variações da pressão atmosférica e da circulação aérea das baixas camadas.

Uma evolução do tempo com aquecimento, isto é, em direcção a um estado clemente, seria por outro lado uma perspectiva tranquilizadora para os litorais.

Para modificar o escoamento da água superficial oceânica, intervêm ainda outros parâmetros (não tendo em conta factores tectónicos, hidrológicos, etc.).

O nível 0, teórico, depende assim das águas da chuva, da evaporação, ou da retenção glaciar ou continental (terrenos gelados, águas subterrâneas, lagos, barragens, irrigação, etc.).

A ameaça da «subida do nível do mar», resumida nas duas formulações elementares recordadas anteriormente, repousa ainda sobre o mais ou menos e constitui portanto ainda um argumento que, no essencial, cai por água abaixo.