segunda-feira, abril 11, 2005

As outras unidades de circulação do hemisfério Norte (2)

A partir da Escandinávia começa uma outra unidade de circulação, onde os anticiclones móveis polares (AMP) de trajectórias escandinavas e russas propagam frio e aumento da pressão em direcção aos Balcãs e à bacia do Mediterrâneo.

Durante um século, de 1891 a 1990, a temperatura baixou 1 ºC ao longo da trajectória dos AMP tanto na Escandinávia como para lá da Europa central, enquanto que aumentou aproximadamente 2 ºC na Ucrânia e no sul da Rússia, ao longo da trajectória ciclónica do Sul.

No Mediterrâneo central e oriental a temperatura baixou em média 1 ºC em trinta anos. Em Jerusalém, as temperaturas invernais registaram em 1992-93 os recordes inferiores do período 1865-1993 (– 3,5 ºC em relação à normal de 1961-1990). Israel conheceu em 1994 o pior Inverno desde há cem anos (Organização Mundial de Meteorologia, 1995).

Uma situação de «seca» reinou no Mediterrâneo, nomeadamente na Espanha, na Itália, na Argélia e na Grécia onde o défice pluviométrico se tornou preocupante.

O aumento da pressão é forte, constante e generalizado na Europa ocidental e central assim como no conjunto da bacia mediterrânica, situação que se estendeu ao sul na África setentrional.

A evolução da pressão em Constança (como em Lisboa, ver Fig. 1), comparada com a das temperaturas árcticas é muito eloquente:

· A pressão em Constança (Lisboa) é baixa quando a temperatura do Árctico aumenta até se atingir o óptimo climático (meados do século XX);
· Depois dos anos 70 o aumento de pressão em Constança (Lisboa) é rápido, associado ao arrefecimento do Árctico, chegando a atingir cerca de 4 hPa (o que é considerável à escala dos valores médios anuais).

Obs.: hPa – hectopascal (100 vezes 1 pascal)