Mínimo do Árctico de 2009
No presente ano de 2009, a área mínima do mar gelado do Árctico verificou-se no dia 13 de Setembro, com um valor de 5 249 844 de quilómetros quadrados, situado entre os mínimos de 2008 e de 2005, mas bem acima do mínimo minimorum de 2007.
Ou seja, em relação ao valor de 2007, no passado dia 13 de Setembro de 2009 a área do mar gelado atingiu cerca de um milhão de quilómetros quadrados a mais. Deste modo, pode dizer-se que o mínimo tem vindo a recuperar.
Além desta situação de melhoria, também já se assinalou que a espessura do gelo tem conhecido uma evolução positiva (ver Como medir a espessura do gelo árctico). O Árctico desmente as mais negras previsões lançadas pelos alarmistas.
O valor mínimo de 2007 corresponde ao valor mais baixo registado desde o início da monitorização do Árctico por meio de satélites (a partir de 1979), o que não quer dizer que anteriormente não tenha sido ainda mais baixo.
A complexa bacia do Árctico faz parte do espaço aerológico definido por: América do Norte e Central-Atlântico Norte-Europa Ocidental. Neste espaço, os Anticiclones Móveis Polares (AMP) têm uma trajectória preferencialmente americana seguida da atlântica.
A correspondente exportação de ar frio promove o retorno de ar quente e húmido em direcção ao Pólo Norte. O retorno principal para o Pólo Norte efectua-se a partir do Golfo do México seguindo pela parte oriental da América em direcção ao Mar da Noruega.
A entrada deste retorno na bacia do Árctico é feita principalmente entre a Gronelândia e a Escandinávia. A presença da Gronelândia, que se ocupa do nascimento de muitos AMP (na elevação da parte norte), é assim um motivo de obstáculo ao retorno directo ao Pólo Norte.
A transferência de energia Pólo-Equador e retorno realiza-se sem interrupção. Não podemos deixar de sublinhar a semelhança entre a circulação aérea e a oceânica superficial. A segunda é em grande parte impulsionada pela primeira.
As correntes marítimas participam nas transferências meridionais de calor numa proporção de 20 % a 25 %. Assim, três quartos das transferências são realizados pela atmosfera. Na atmosfera a velocidade das transferências é bastante mais elevada.
Na Fig. 191 estão traçadas as evoluções do mar gelado do Árctico nos anos de 2002 a 2009. A inclinação das descidas nos Verões (Jun, Jul, Ago, Set) nunca foi a mesma. Esta diferença marca também a diferença meteorológica dos Verões entre 2002 e 2009.
Nos períodos em que a inclinação da curva foi mais pronunciada o Árctico esteve mais frenético, com retornos mais importantes, que aceleraram o recuo do mar gelado. Em 2009 esse facto é notável no mês de Julho (mês pourri).
É preciso não esquecer que os AMP originários do Árctico apresentam as seguintes características:
- Quando o Árctico está relativamente menos frio, os AMP são menos potentes, as suas trajectórias são menos meridionais, as aglutinações anticiclónicas são mais fracas e menos extensas no espaço e no tempo, as depressões atmosféricas da Islândia são menos cavadas, as trocas meridionais são amortecidas;
- Quando o Árctico está mais frio, os AMP são inicialmente mais potentes, as suas trajectórias são mais meridionais, as aglutinações anticiclónicas são mais potentes e mais extensas no espaço e no tempo, as depressões atmosféricas da Islândia são mais cavadas, as trocas meridionais são intensificadas.
Perante este conjunto de conhecimentos, que conclusão se poderá tirar da existência de uma recente aglutinação anticiclónica de Outubro que demorou mais de quinze dias sobre a Península Ibérica: o Árctico está mais frio ou menos frio?
Em complemento, os nossos leitores poderão pensar numa resposta às seguintes questões:
A seca meteorológica que nos preocupa é devida ao Árctico mais frio ou menos frio? O cenário da dinâmica do tempo e do clima que vivemos desde 1975/76 é originado por um Árctico mais frio ou menos frio?
Entretanto, no princípio desta semana, a aglutinação anticiclónica foi rompida por um forte anticiclone móvel polar. Seguiu-se uma descida da temperatura com precipitação razoável, em quase todo o país, e queda de neve na Serra da Estrela.
Mas não foi só na Serra da Estrela que começou a nevar. Embora o Árctico ainda apresente alguma dificuldade no despertar deste Outono – como se vê na Fig. 191 –, por essa Europa fora já neva com alguma intensidade (ver Ecotretas).
Ou seja, em relação ao valor de 2007, no passado dia 13 de Setembro de 2009 a área do mar gelado atingiu cerca de um milhão de quilómetros quadrados a mais. Deste modo, pode dizer-se que o mínimo tem vindo a recuperar.
Além desta situação de melhoria, também já se assinalou que a espessura do gelo tem conhecido uma evolução positiva (ver Como medir a espessura do gelo árctico). O Árctico desmente as mais negras previsões lançadas pelos alarmistas.
O valor mínimo de 2007 corresponde ao valor mais baixo registado desde o início da monitorização do Árctico por meio de satélites (a partir de 1979), o que não quer dizer que anteriormente não tenha sido ainda mais baixo.
A complexa bacia do Árctico faz parte do espaço aerológico definido por: América do Norte e Central-Atlântico Norte-Europa Ocidental. Neste espaço, os Anticiclones Móveis Polares (AMP) têm uma trajectória preferencialmente americana seguida da atlântica.
A correspondente exportação de ar frio promove o retorno de ar quente e húmido em direcção ao Pólo Norte. O retorno principal para o Pólo Norte efectua-se a partir do Golfo do México seguindo pela parte oriental da América em direcção ao Mar da Noruega.
A entrada deste retorno na bacia do Árctico é feita principalmente entre a Gronelândia e a Escandinávia. A presença da Gronelândia, que se ocupa do nascimento de muitos AMP (na elevação da parte norte), é assim um motivo de obstáculo ao retorno directo ao Pólo Norte.
A transferência de energia Pólo-Equador e retorno realiza-se sem interrupção. Não podemos deixar de sublinhar a semelhança entre a circulação aérea e a oceânica superficial. A segunda é em grande parte impulsionada pela primeira.
As correntes marítimas participam nas transferências meridionais de calor numa proporção de 20 % a 25 %. Assim, três quartos das transferências são realizados pela atmosfera. Na atmosfera a velocidade das transferências é bastante mais elevada.
Na Fig. 191 estão traçadas as evoluções do mar gelado do Árctico nos anos de 2002 a 2009. A inclinação das descidas nos Verões (Jun, Jul, Ago, Set) nunca foi a mesma. Esta diferença marca também a diferença meteorológica dos Verões entre 2002 e 2009.
Nos períodos em que a inclinação da curva foi mais pronunciada o Árctico esteve mais frenético, com retornos mais importantes, que aceleraram o recuo do mar gelado. Em 2009 esse facto é notável no mês de Julho (mês pourri).
É preciso não esquecer que os AMP originários do Árctico apresentam as seguintes características:
- Quando o Árctico está relativamente menos frio, os AMP são menos potentes, as suas trajectórias são menos meridionais, as aglutinações anticiclónicas são mais fracas e menos extensas no espaço e no tempo, as depressões atmosféricas da Islândia são menos cavadas, as trocas meridionais são amortecidas;
- Quando o Árctico está mais frio, os AMP são inicialmente mais potentes, as suas trajectórias são mais meridionais, as aglutinações anticiclónicas são mais potentes e mais extensas no espaço e no tempo, as depressões atmosféricas da Islândia são mais cavadas, as trocas meridionais são intensificadas.
Perante este conjunto de conhecimentos, que conclusão se poderá tirar da existência de uma recente aglutinação anticiclónica de Outubro que demorou mais de quinze dias sobre a Península Ibérica: o Árctico está mais frio ou menos frio?
Em complemento, os nossos leitores poderão pensar numa resposta às seguintes questões:
A seca meteorológica que nos preocupa é devida ao Árctico mais frio ou menos frio? O cenário da dinâmica do tempo e do clima que vivemos desde 1975/76 é originado por um Árctico mais frio ou menos frio?
Entretanto, no princípio desta semana, a aglutinação anticiclónica foi rompida por um forte anticiclone móvel polar. Seguiu-se uma descida da temperatura com precipitação razoável, em quase todo o país, e queda de neve na Serra da Estrela.
Mas não foi só na Serra da Estrela que começou a nevar. Embora o Árctico ainda apresente alguma dificuldade no despertar deste Outono – como se vê na Fig. 191 –, por essa Europa fora já neva com alguma intensidade (ver Ecotretas).
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