A obsessão dos 2ºC
Rajendra Pachauri, o Chairman do IPCC – um economista que ignora o que é a climatologia nem faz por aprender – fez um aviso em Poznan: “Temos apenas sete anos para que a emissão de gases com efeito de estufa atinja o máximo e comece a decrescer, de forma a restringir o aquecimento a cerca de 2 ºC acima do valor da era pré-industrial.”
Francisco Ferreira, da Quercus – que confunde poluição, a sua especialidade, com clima, e ignora totalmente a climatologia sem se preocupar em estudá-la – escreveu no dia 2 de Dezembro de 2008, no Público, o artigo “Energia e clima: a Europa à beira do fracasso”, pág. 33, em que se lê:
“A posição da União Europeia será crucial para conseguir um acordo internacional consistente com o objectivo de ficar abaixo de um aumento de temperatura global de 2 ºC, em comparação com a temperatura pré-industrial, e prevenir os piores impactes das alterações climáticas.”
Rajendra Pachauri não diz até quando pretende manter esta temperatura. Francisco Ferreira também não. Mas, segundo as escrituras dos profetas do IPCC, seria até ao ano 2100. Como se fosse possível demarcar a tão longo prazo a temperatura desejada.
Mas donde vem esta obsessão pelos 2 ºC? James Earl Hansen escreveu, em 2003, o artigo com o título bombástico “Can we defuse the global warming time bomb?” Nele está considerado o seguinte cenário dos 2ºC:
«Alternative and 2 °C scenarios
Let's consider two target scenarios: the "alternative" scenario, which yields a maximum additional global warming of about 1 °C, and a "2 °C" scenario. Warmings are defined relative to 2000. It is assumed that climate sensitivity is about 3 °C for doubled CO2 and that net additional non-CO2 forcings in the 21st century are small. Maximum global warmings of ~1 °C and ~2 °C for these two scenarios occur in 2125–2150, based on simulations with the GISS climate model.
The "alternative" scenario is an extension of the scenario we defined for 2000–2050 (Reference 6), with the annual CO2 growth decreasing linearly to zero between 2050 and 2100 such that atmospheric CO2 stops growing by 2100. Such an assumption, which is required for any scenario that achieves stabilization, implies at least a 50% reduction in fossil fuel use or CO2 capture and sequestration.
The "2 °C" scenario permits larger annual CO2 growth, but after 2050 its annual CO2 growth also decreases linearly to achieve zero CO2 growth in 2100. The annual CO2 increment in the "2 °C" scenario almost doubles by mid-century, reaching 3 ppm per year in 2050. Thus the "2 °C" scenario permits a realistic "business-as-usual" CO2 growth rate (more than 1% per year) to persist for 50 years, but it would require a steep reduction in emissions after 2050.
Amounts of CO2 in these scenarios are shown in Figure 14. CO2 peaks at ~475 ppm in 2100 in the "alternative" scenario and at ~560 ppm in 2100 in the "2 °C" scenario. It is perhaps unlikely that actual CO2 growth (in the next 50 years) will exceed that of the "2 °C" scenario, given the existence of concerns about global climate change.»
Ou seja, James Hansen, generosamente, admitiu que só a partir de 2050 é que se conseguiria decrescer as emissões antropogénicas linearmente até zero em 2100. Mas Rajendra Pachauri quer ser mais papista do que o Papa. É já daqui a sete anos que as emissões têm de parar de crescer…
Além disso, Hansen considera o ano 2000 como data inicial (Warmings are defined relative to 2000) mas os papistas, que se protegem no impreciso, falam em data pré-industrial. Mas sabem eles com rigor qual era essa temperatura?
Esta urgência toda, estes recentes alertas de que o apocalipse, afinal, pode estar mais próximo do que se pensava, já foi comentada por vários observadores como uma estratégia de conveniência e uma revelação do desespero do IPCC.
Depreende-se, aliás, das palavras de Rajendra Pachauri nas entrevistas que tem dado no decurso da cimeira, que a grande preocupação, dele e dos seus seguidores, é que a crise financeira internacional possa vir a reduzir os financiamentos para alimentar toda aquela gente que vive do enredo do catastrofismo climático.
Francisco Ferreira, da Quercus – que confunde poluição, a sua especialidade, com clima, e ignora totalmente a climatologia sem se preocupar em estudá-la – escreveu no dia 2 de Dezembro de 2008, no Público, o artigo “Energia e clima: a Europa à beira do fracasso”, pág. 33, em que se lê:
“A posição da União Europeia será crucial para conseguir um acordo internacional consistente com o objectivo de ficar abaixo de um aumento de temperatura global de 2 ºC, em comparação com a temperatura pré-industrial, e prevenir os piores impactes das alterações climáticas.”
Rajendra Pachauri não diz até quando pretende manter esta temperatura. Francisco Ferreira também não. Mas, segundo as escrituras dos profetas do IPCC, seria até ao ano 2100. Como se fosse possível demarcar a tão longo prazo a temperatura desejada.
Mas donde vem esta obsessão pelos 2 ºC? James Earl Hansen escreveu, em 2003, o artigo com o título bombástico “Can we defuse the global warming time bomb?” Nele está considerado o seguinte cenário dos 2ºC:
«Alternative and 2 °C scenarios
Let's consider two target scenarios: the "alternative" scenario, which yields a maximum additional global warming of about 1 °C, and a "2 °C" scenario. Warmings are defined relative to 2000. It is assumed that climate sensitivity is about 3 °C for doubled CO2 and that net additional non-CO2 forcings in the 21st century are small. Maximum global warmings of ~1 °C and ~2 °C for these two scenarios occur in 2125–2150, based on simulations with the GISS climate model.
The "alternative" scenario is an extension of the scenario we defined for 2000–2050 (Reference 6), with the annual CO2 growth decreasing linearly to zero between 2050 and 2100 such that atmospheric CO2 stops growing by 2100. Such an assumption, which is required for any scenario that achieves stabilization, implies at least a 50% reduction in fossil fuel use or CO2 capture and sequestration.
The "2 °C" scenario permits larger annual CO2 growth, but after 2050 its annual CO2 growth also decreases linearly to achieve zero CO2 growth in 2100. The annual CO2 increment in the "2 °C" scenario almost doubles by mid-century, reaching 3 ppm per year in 2050. Thus the "2 °C" scenario permits a realistic "business-as-usual" CO2 growth rate (more than 1% per year) to persist for 50 years, but it would require a steep reduction in emissions after 2050.
Amounts of CO2 in these scenarios are shown in Figure 14. CO2 peaks at ~475 ppm in 2100 in the "alternative" scenario and at ~560 ppm in 2100 in the "2 °C" scenario. It is perhaps unlikely that actual CO2 growth (in the next 50 years) will exceed that of the "2 °C" scenario, given the existence of concerns about global climate change.»
Ou seja, James Hansen, generosamente, admitiu que só a partir de 2050 é que se conseguiria decrescer as emissões antropogénicas linearmente até zero em 2100. Mas Rajendra Pachauri quer ser mais papista do que o Papa. É já daqui a sete anos que as emissões têm de parar de crescer…
Além disso, Hansen considera o ano 2000 como data inicial (Warmings are defined relative to 2000) mas os papistas, que se protegem no impreciso, falam em data pré-industrial. Mas sabem eles com rigor qual era essa temperatura?
Esta urgência toda, estes recentes alertas de que o apocalipse, afinal, pode estar mais próximo do que se pensava, já foi comentada por vários observadores como uma estratégia de conveniência e uma revelação do desespero do IPCC.
Depreende-se, aliás, das palavras de Rajendra Pachauri nas entrevistas que tem dado no decurso da cimeira, que a grande preocupação, dele e dos seus seguidores, é que a crise financeira internacional possa vir a reduzir os financiamentos para alimentar toda aquela gente que vive do enredo do catastrofismo climático.
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