quinta-feira, dezembro 04, 2008

O apocalipse está muito próximo

Na Cimeira de Poznan, na Polónia, que decorre entre 1 e 13 de Dezembro, estão reunidos representantes de 185 países, totalizando uns milhares de políticos e modeladores do clima, os quais celebram uma espécie de ritual de sacerdotes incas em que todos estão de acordo no seguinte:

1 – O aquecimento global é real;
1.1 – Nós, os humanos, somos os culpados;
1.2 – O apocalipse é para amanhã;
1.3 – Está provado cientificamente;
2 – Nós podemos salvar o planeta;
2.1 – Nós devemos salvar o planeta
2.2 – Trata-se de uma verdadeira guerra;
2.3 – Ela deve ser declarada imediatamente.

Perante afirmações como estas, como é que alguém se pode opor? O ponto 1.3 «Está provado cientificamente» torna-as indiscutíveis. E se está provado cientificamente, não tomar em consideração estes avisos torna-se irresponsável e criminoso.

Salvo que não existe nenhuma prova científica da culpabilidade humana do aquecimento global. Existem simulações com modelos, presunções, mas nenhuma prova definitiva, isto é, cientificamente demonstrada.

Por outro lado, existe uma quase unanimidade dos modeladores do clima, que se dizem convencidos da culpabilidade humana. Mas a ciência não se decreta, nem por consenso nem por unanimidade.

Além disso, os climatologistas racionalistas, digamos assim, são banidos das suas instituições e não podem trabalhar normalmente. Este afastamento dos dissidentes, típico dos sistemas totalitários, é a antítese da investigação científica, em que apenas os argumentos científicos específicos devem contar e não a crença, a obediência a uma certa visão do assunto ou um conformismo em relação à opinião geral.

A exclusão é anti-científica. Pode-se ignorar um trabalho considerado errado, ou, o que é melhor, pode-se refutá-lo com argumentos científicos, mas em nenhum caso se deve lançar o anátema sobre o cientista que o produziu e ainda menos impedi-lo de trabalhar.

A ciência não é nem uma religião, nem uma ideologia, nem uma crença, embora as convicções sejam inevitáveis e até desejáveis em investigação científica, desde que não se confunda a convicção com a prova.