Aquecimento global no programa "A Voz do Cidadão"
No sábado, 25 de Outubro de 2008, às 21:00, logo a seguir ao telejornal da RTP 1, foi para o ar uma edição do programa "A Voz do Cidadão" dedicada à problemática do aquecimento global. Este programa é da responsabilidade do Provedor do Telespectador e pode ser visto através do seguinte link : http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=21175
O colega Jorge Pacheco de Oliveira, co-tradutor do livro "A Ficção Científica de Al Gore", foi um dos entrevistados e enviou-me o seguinte comentário, que eu gostava de partilhar com os leitores do Mitos Climáticos:
Graças a si, Rui, lá foi possível levar umas vozes discordantes à televisão nacional. Parabéns.
Acerca da edição do programa, embora compreendendo que a realização tenha os seus próprios critérios, foi pena que não tivesse sido reproduzida uma quadra do poeta popular António Aleixo, que mostrei em papel A4, com letras de tamanho bem grande.
As condições da entrevista, ao ar livre e de pé, talvez não tivessem sido favoráveis para uma boa imagem, por isso aqui fica a quadra com que iniciei a minha participação:
P'rá mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.
Sábias palavras, as de António Aleixo. Foi o meu ponto de partida, para dizer que na problemática do global warming a única "coisa de verdade" é o facto de o dióxido de carbono ser um gás com efeito de estufa. Para além disso, nada mais.
Gostava, no entanto, de salientar a participação de José Alberto Carvalho. Ao fim e ao cabo trata-se do Director de Informação da RTP e, apesar da simpatia que a sua figura nos possa suscitar, a verdade é que não dá garantias de uma informação isenta e independente no que diz respeito a este tema.
De facto, os cientistas exteriores à RTP, que José Alberto Carvalho diz consultar, são sempre os mesmos, e precisamente os alarmistas do aquecimento global. Logo, dali não pode vir outra coisa senão alarmismo. Ou seja, nesta matéria, o Director de Informação da RTP deixou-se aprisionar num círculo vicioso.
Repare-se naquela passagem, que foi retirada de uma gravação de um anterior telejornal, em que José Alberto Carvalho interpela Filipe Duarte Santos, dizendo que o degelo do Árctico pode fazer subir seis metros o nível do mar.
Ora isto é falso, na medida em que o gelo do Árctico é superficial, flutuante, e não tem influência no nível do mar. Recordo, a propósito, aquele velho problema do copo de água, completamente cheio, com uma pedra de gelo a flutuar, em que se pergunta se, após a fusão da pedra de gelo, o nível da água fica na mesma, desce ou a água transborda. A resposta certa é: fica na mesma. A explicação exige apenas alguns conhecimentos elementares de Física, mas que José Alberto Carvalho demonstra não possuir. Ninguém é obrigado a saber tudo, mas na posição de Director de Informação da RTP é necessário algum cuidado.
Como observação, diria que talvez os órgãos de comunicação social devessem rever a sua política de recursos humanos, que os leva a socorrer-se quase exclusivamente de juristas e de pessoas com formação na área de letras. Não parece boa ideia, sobretudo quando, cada vez mais, o nosso quotidiano é influenciado pela Ciência e pela Tecnologia. Repetir, na comunicação social, o que se observa na Assembleia da República, praticamente entregue a juristas, constitui um erro perigoso. Tal como a guerra é uma coisa demasiado importante para ser deixada aos militares, também a comunicação social e a elaboração das leis são coisas demasiado importantes para serem deixadas aos juristas.
Claro que Filipe Duarte Santos, professor catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa, sabe perfeitamente que a fusão do gelo do Árctico não faz subir o nível do mar. Todavia, este professor não se deu ao trabalho de corrigir a afirmação errónea de José Alberto Carvalho, o que revela a forma como os alarmistas, por acção ou omissão, alimentam as mentiras de que vivem as teses do global warming.
Jorge Pacheco de Oliveira
O colega Jorge Pacheco de Oliveira, co-tradutor do livro "A Ficção Científica de Al Gore", foi um dos entrevistados e enviou-me o seguinte comentário, que eu gostava de partilhar com os leitores do Mitos Climáticos:
Graças a si, Rui, lá foi possível levar umas vozes discordantes à televisão nacional. Parabéns.
Acerca da edição do programa, embora compreendendo que a realização tenha os seus próprios critérios, foi pena que não tivesse sido reproduzida uma quadra do poeta popular António Aleixo, que mostrei em papel A4, com letras de tamanho bem grande.
As condições da entrevista, ao ar livre e de pé, talvez não tivessem sido favoráveis para uma boa imagem, por isso aqui fica a quadra com que iniciei a minha participação:
P'rá mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.
Sábias palavras, as de António Aleixo. Foi o meu ponto de partida, para dizer que na problemática do global warming a única "coisa de verdade" é o facto de o dióxido de carbono ser um gás com efeito de estufa. Para além disso, nada mais.
Gostava, no entanto, de salientar a participação de José Alberto Carvalho. Ao fim e ao cabo trata-se do Director de Informação da RTP e, apesar da simpatia que a sua figura nos possa suscitar, a verdade é que não dá garantias de uma informação isenta e independente no que diz respeito a este tema.
De facto, os cientistas exteriores à RTP, que José Alberto Carvalho diz consultar, são sempre os mesmos, e precisamente os alarmistas do aquecimento global. Logo, dali não pode vir outra coisa senão alarmismo. Ou seja, nesta matéria, o Director de Informação da RTP deixou-se aprisionar num círculo vicioso.
Repare-se naquela passagem, que foi retirada de uma gravação de um anterior telejornal, em que José Alberto Carvalho interpela Filipe Duarte Santos, dizendo que o degelo do Árctico pode fazer subir seis metros o nível do mar.
Ora isto é falso, na medida em que o gelo do Árctico é superficial, flutuante, e não tem influência no nível do mar. Recordo, a propósito, aquele velho problema do copo de água, completamente cheio, com uma pedra de gelo a flutuar, em que se pergunta se, após a fusão da pedra de gelo, o nível da água fica na mesma, desce ou a água transborda. A resposta certa é: fica na mesma. A explicação exige apenas alguns conhecimentos elementares de Física, mas que José Alberto Carvalho demonstra não possuir. Ninguém é obrigado a saber tudo, mas na posição de Director de Informação da RTP é necessário algum cuidado.
Como observação, diria que talvez os órgãos de comunicação social devessem rever a sua política de recursos humanos, que os leva a socorrer-se quase exclusivamente de juristas e de pessoas com formação na área de letras. Não parece boa ideia, sobretudo quando, cada vez mais, o nosso quotidiano é influenciado pela Ciência e pela Tecnologia. Repetir, na comunicação social, o que se observa na Assembleia da República, praticamente entregue a juristas, constitui um erro perigoso. Tal como a guerra é uma coisa demasiado importante para ser deixada aos militares, também a comunicação social e a elaboração das leis são coisas demasiado importantes para serem deixadas aos juristas.
Claro que Filipe Duarte Santos, professor catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa, sabe perfeitamente que a fusão do gelo do Árctico não faz subir o nível do mar. Todavia, este professor não se deu ao trabalho de corrigir a afirmação errónea de José Alberto Carvalho, o que revela a forma como os alarmistas, por acção ou omissão, alimentam as mentiras de que vivem as teses do global warming.
Jorge Pacheco de Oliveira
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