sábado, novembro 18, 2006

Relatório Stern

O Director-Adjunto de um dos maiores semanários do País sugeriu o envio de uma opinião sobre o relatório Stern. Foi-lhe enviado há mais de dez dias o artigo que se reproduz a seguir.

Relatório Stern – A história de um mito

(Rui G. Moura)

O estado a que chegou a climatologia

Todas as obras escritas, desde tempos imemoriais, sobre climatologia, a nível mundial, podem hoje ser reduzidas a um só livro. Mas o livro poderia conter apenas uma página. E essa página bastava ter escrita apenas uma linha. E nessa linha era suficiente escrever três palavras: “dióxido – de - carbono”.
Eis ao ponto a que chegou uma ciência ainda tão débil. Hoje em dia já só se debate o dióxido de carbono. Se a temperatura sobe, a culpa é do dióxido de carbono. Se chove a culpa é do dióxido de carbono. Se não chove, lá está o dióxido de carbono a fazer das suas. Se há ondas de calor é a prova das emissões de dióxido de carbono. Um dia destes, um jornal dito de referência, a propósito do relatório Stern apresentava uma fotografia de um nevão recente nos Estados Unidos da América: a culpa era do dióxido de carbono. O dióxido de carbono explica tudo. Mas uma coisa que explica tudo não explica nada.

A paranóia das alterações climáticas

Quem prova que não existem “alterações climáticas” no sentido em que se tornou uma doutrina oficial é, no mínimo, catalogado de amigo do Bush ou de estar a soldo das petrolíferas. O debate científico ficou reduzido ao dióxido de carbono e ao ser ou não ser amigo do Bush. Ah, e a estar ou não estar ao serviço das petrolíferas… Já fomos acusados destas infâmias por gente que só sabe recitar a cartilha do «global warming» promovida pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change). Colocam palas à volta dos olhos e só vêem dióxido de carbono por todo o lado…
Pois aqui têm mais afirmações a acrescentar ao rol de culpas a assacar antes de me enviaram para o cadafalso:

- O Árctico não está a aquecer mas a arrefecer e aquecer simultaneamente;
- O Antárctico não está a aquecer mais está a arrefecer na sua esmagadora maioria e a aquecer numa pequena parte da designada Península de Larsen B;
- A pressão atmosférica está a subir em Portugal e na Europa contrariamente ao que deveria acontecer se fosse verdadeira a existência do «global warming»;
- Sobre os continentes, nomeadamente o europeu, as aglutinações anticiclónicas – do tipo do anticiclone dos Açores – estão a ser mais frequentes, especialmente nos Invernos, mas também nos Verões, com consequentes estabilidades anticiclónicas, vagas de frio e de calor;
- O tempo tornou-se, desde 1976, mais violento e mais irregular com tempestades de vento que conduzem mais calor tropical, latente e sensível, em direcção aos pólos;
- Na zona tropical – tanto no Atlântico como no Pacífico – não há nenhuma relação entre a ciclogénese (Katrina, por exemplo) e a temperatura, seja do ar seja dos oceanos;
- As mal designadas “alterações climáticas” têm o aspecto das premissas de uma primeira fase de um glaciação (guardem-se as devidas proporções na escala temporal que não se coaduna com o tempo de vida dos humanos).


Tudo isto não tem nada a ver, mas rigorosamente nada, com o «global warming» nem com as famosas «alterações climáticas». Tanto um como a outra são mitos oportunisticamente utilizados como espantalhos para tentar resolver outros problemas: a poluição atmosférica e a dependência energética, especialmente, de produtos petrolíferos. Estão a preparar o País para enfrentar o calor e pode vir aí o frio (dentro de uma a duas décadas).

Ah, é verdade, pediram-me para dar uma opinião sobre o relatório Stern. Mas valerá a pena perder tempo com esta inutilidade? O relatório Stern é apenas mais uma peça que se coloca no puzzle e que aparece sempre nas vésperas de reuniões inúteis como a de Nairobi. Relatórios deste tipo servem para pressionar os governos a prosseguirem uma política energética errante. Agora já se entrevê a energia nuclear sem qualquer justificação climática. Mas é sempre com dióxido de carbono que se pretende justificar soluções que interessam a alguns mas não a todos. Quando o mesmo grupo de pessoas se reuniu em Buenos Aires, por esta altura mas de 2004, apresentaram o inenarrável relatório ACIA (Arctic Climate Impact Assessment) que prenunciava o fim do Árctico e a morte à fome dos ursos. Mas quem serão os ursos? A crítica a este relatório ACIA pode ser encontrada no blogue (http://mitos-climaticos.blogspot.com/).

Já alguém ouviu falar no “culpado” desta situação climática? Tem o nome de Anticiclone Móvel Polar. Foi descoberto pelo Prof. Marcel Leroux, jubilado da cátedra de Climatologia da Universidade de Lyon. Faz o favor de ser meu amigo. Recentemente, em Estocolmo, perguntei-lhe: - “Quando é que pensa que vai acabar esta impostura científica?” Respondeu-me: - “Quando alguém responsável disser que tudo não passa de um mito e passarem a palavra uns aos outros”.
A climatologia, em particular, e a ciência, em geral, passa por um crise violentíssima que vai ter grave consequência num futuro próximo. Tudo por causa do dióxido de carbono. Que afinal até é útil à vida do nosso planeta.

Ramada, 7 de Novembro de 2006