terça-feira, novembro 21, 2006

Evolução no último milénio

(continuação)

Jaworowski colocou a seguinte questão: - Os níveis dos gases com efeito de estufa no passado e no presente são comparáveis? A dúvida existe, principalmente, quando se comparam valores de concentrações obtidos por métodos diferentes.

A evolução climática do passado é muitas vezes invocada como um argumento falacioso para comparar com o presente mensurável e, até, o futuro projectável. Este partis pris sistemático vai contra o próprio espírito da investigação científica.

Comecemos por analisar a evolução no último milénio. O IPCC publicou, em 2001, no seu Tecnical Summary, do grupo WG1, uma figura que se reproduz na Fig. 65 (Fonte: Jorge Sarmiento et Nicolas Gruber).

A curva representa a evolução da concentração atmosférica de CO2 no último milénio. Para começar, este tipo de curvas deveria indicar explicitamente os períodos que correspondem a medições com tecnologias distintas.

De facto, esta curva mistura medições obtidas através dos cilindros de gelo com medições feitas directamente na atmosfera. O IPCC afirma que «durante a era pré-industrial, a concentração de gases com efeito de estufa se apresentou relativamente constante».

Entre o ano 1000 e o ano 1800 (Fig. 64) o nível da concentração estimada pelos cilindros de gelo manteve-se de facto à volta de 280 ppmv (partes por milhão em volume).

Esta relativa constância poderia indicar que a temperatura também se manteve relativamente constante. Mas o que nos dizem as observações da temperatura?

Entre os anos 1000-1800 aconteceram nada mais, nada menos do que o Medieval Warm Period (MWP) e a Little Ice Age (LIA) períodos paleoclimáticos já nossos bem conhecidos. Ou seja, as temperaturas oscilaram e oscilaram bastante.

Então onde está a ligação física da causa-efeito entre a concentração de CO2 e a temperatura? Esta análise derruba claramente este mito! É o próprio IPCC quem fornece argumentos que se voltam contra as suas teses.

Ou seja, as temperaturas oscilaram bastante com uma diferença de concentração do CO2 da ordem de 4 ppmv a 5 ppmv. Estes resultados mostram que a variação da concentração do dióxido de carbono não teve qualquer influência no clima.

A função que relacionaria a temperatura e a concentração de CO2 na atmosfera teria de ser bastante bizarra e intratável.

Agora, as medidas dos cilindros de gelo, indirectas, e as directas (no Pólo Sul e em Mauna Loa) mostram que entre 1850 e 2000 a concentração de CO2 subiu rapidamente. Essa subida partiu de 310 ppmv e atingiu 370 ppmv.

Dizem-nos que em 100 anos foi a concentração de dióxido de carbono que provocou a subida de temperatura, o que não acontecera nos antecedentes 900 anos! Mas as questões duvidosas não se ficam por aqui.

Olhemos de novo para a Fig. 65. A forma da curva que representa a evolução da concentração do dióxido de carbono levante a seguinte dúvida: - Não será que a medida através dos cilindros de gelo está desvirtuada por qualquer fenómeno físico-químico que nos escapa?

Jaworowski afirma que as medições com as amostras de gelo não são comparáveis com as medições directas na atmosfera. As bolhas de ar contidas no gelo que serviram para medir as concentrações sofreram fenómenos físico-químicos que desvirtuaram o valor da concentração.

Essas bolhas de ar estavam localizadas entre 80 metros a 100 metros de profundidade do gelo antárctico. Não só no início, durante a formação da bolha, como no fim, com a compactação do gelo, alteraram-se os valores da concentração do dióxido de carbono.
(continua)