Oceano Árctico a derreter?
Eis um exemplo característico das análises que ignoram deliberadamente factos que lhes são inconvenientes. Este é um dos temas preferidos pelo alarmismo do «global warming»: o suposto desaparecimento dos mantos de gelo do Pólo Norte.
Tudo começou quando, em 19 de Agosto de 2000, o The New York Times publicou uma reportagem de página inteira com o título «The North Pole is Melting» (o Pólo Norte está a derreter). Salienta-se a data. Em pleno Verão.
Descrevia que “the last time scientists can be certain that the pole was awash in water was more than 50 millions years ago.» (cientistas verificaram que o Pólo estava inundado de água como há mais de 50 milhões de anos).
O TNYT baseou a sua história nas observações de dois passageiros especiais de um cruzeiro do quebra-gelo russo Yamal que navegou acima da latitude 80 ºN em águas livres.
Eram eles James J. McCarthy − professor de oceanografia da Harvard University e co-presidente do Working Group II do IPCC − e Malcolm C. McKenna − um famoso especialista de dinossáurios do American Museum of Natural History de Nova Iorque.
McKenna tirou fotografias para o TNYT dar mais enfase à história do jornalista John Noble Wilford que alarmou os leitores: «I don’t know if anybody in history ever got to 90 degrees north to be greeted by water, not ice.» (Não conheço ninguém que tenha chegado à latitude 90 ºN e só tenha encontrado água em vez de gelo).
Por sua vez, McCarthy disse que do lado de fora do Yamal «There was a sense of alarm. Global warming, was real, and we were seeing the effects for the first time that far north.» (Havia um sentimento de alarme. O “global warming” era real e nós víamos os seus efeitos pela primeira vez naquelas latitudes).
Dito por desconhecedores estas afirmações poderiam ser admissíveis. Mas o que dizer de cientistas que parecem não ter a mínima noção da impossibilidade de o efeito de estufa antropogénico poder ter qualquer influência naquelas latitudes?
Só por milagre da Física é que, numa latitude com um défice térmico brutal, o microscópico forçamento radiativo dos gases com efeito de estufa de origem antropogénica teria alguma influência. Mas em Física não existem milagres.
Os modelos é que continuam a dar resultados que a realidade afasta como concebíveis. É difícil imaginar que o ilustre representante do IPCC, McCarthy, seja capaz de admitir a hipótese de um milagre da Física. Por que motivo fez aquelas afirmações?
Contrariamente às predições dos modelos, o Árctico não está a aquecer. Longe disso. O arrefecimento é um facto garantido. Vejamos o que aconteceu nos últimos 40 anos:
- Para o conjunto da área do oceano Árctico, o arrefecimento tem sido especialmente marcado no Inverno (- 2,44 ºC). Mais ainda no Outono (- 4,14 ºC). Na Primavera e no Verão os resultados não são significativos;
- Na parte ocidental do oceano (isto é, a norte da América do Norte), precisamente onde nasce a maior parte dos anticiclones móveis polares, o arrefecimento tem sido maior:
- 4,40 ºC no Inverno e - 4,99 ºC no Outono. Isto explica a razão da campanha de AMP de 2005-2006 ter começado tão cedo;
- Existiu um aquecimento (+ 3,75 ºC no Inverno) na camada de ar superficial entre 850 hPa e 700 hPa [hectoPascal – unidade de pressão atmosférica], ou seja entre 1400 m e 2800 m de altitude dos mantos de gelo.
- Este aquecimento nas camadas intermédias é a manifestação da intensificação induzida pelas trocas meridionais que chegam do Sul por cima dos anticiclones móveis polares que se movem nas camadas baixas do Árctico. A uma saída de ar frio corresponde uma vinda de ar quente (menos frio). É a Natureza que dita esta regra. Não são os modelos.
Obs.: Consultar a fonte idónea – Kahl, J. D., Charlevoix, D. J., Zaltseva, N. A. Scnell, R. C. and Serreze, M. C. (1993), Absence of evidence for greenhouse warming over the Arctic Ocean in the past 40 years. Nature, 131, 335-337.
Correcção: "... acima da latitude 80 ºN..."
Tudo começou quando, em 19 de Agosto de 2000, o The New York Times publicou uma reportagem de página inteira com o título «The North Pole is Melting» (o Pólo Norte está a derreter). Salienta-se a data. Em pleno Verão.
Descrevia que “the last time scientists can be certain that the pole was awash in water was more than 50 millions years ago.» (cientistas verificaram que o Pólo estava inundado de água como há mais de 50 milhões de anos).
O TNYT baseou a sua história nas observações de dois passageiros especiais de um cruzeiro do quebra-gelo russo Yamal que navegou acima da latitude 80 ºN em águas livres.
Eram eles James J. McCarthy − professor de oceanografia da Harvard University e co-presidente do Working Group II do IPCC − e Malcolm C. McKenna − um famoso especialista de dinossáurios do American Museum of Natural History de Nova Iorque.
McKenna tirou fotografias para o TNYT dar mais enfase à história do jornalista John Noble Wilford que alarmou os leitores: «I don’t know if anybody in history ever got to 90 degrees north to be greeted by water, not ice.» (Não conheço ninguém que tenha chegado à latitude 90 ºN e só tenha encontrado água em vez de gelo).
Por sua vez, McCarthy disse que do lado de fora do Yamal «There was a sense of alarm. Global warming, was real, and we were seeing the effects for the first time that far north.» (Havia um sentimento de alarme. O “global warming” era real e nós víamos os seus efeitos pela primeira vez naquelas latitudes).
Dito por desconhecedores estas afirmações poderiam ser admissíveis. Mas o que dizer de cientistas que parecem não ter a mínima noção da impossibilidade de o efeito de estufa antropogénico poder ter qualquer influência naquelas latitudes?
Só por milagre da Física é que, numa latitude com um défice térmico brutal, o microscópico forçamento radiativo dos gases com efeito de estufa de origem antropogénica teria alguma influência. Mas em Física não existem milagres.
Os modelos é que continuam a dar resultados que a realidade afasta como concebíveis. É difícil imaginar que o ilustre representante do IPCC, McCarthy, seja capaz de admitir a hipótese de um milagre da Física. Por que motivo fez aquelas afirmações?
Contrariamente às predições dos modelos, o Árctico não está a aquecer. Longe disso. O arrefecimento é um facto garantido. Vejamos o que aconteceu nos últimos 40 anos:
- Para o conjunto da área do oceano Árctico, o arrefecimento tem sido especialmente marcado no Inverno (- 2,44 ºC). Mais ainda no Outono (- 4,14 ºC). Na Primavera e no Verão os resultados não são significativos;
- Na parte ocidental do oceano (isto é, a norte da América do Norte), precisamente onde nasce a maior parte dos anticiclones móveis polares, o arrefecimento tem sido maior:
- 4,40 ºC no Inverno e - 4,99 ºC no Outono. Isto explica a razão da campanha de AMP de 2005-2006 ter começado tão cedo;
- Existiu um aquecimento (+ 3,75 ºC no Inverno) na camada de ar superficial entre 850 hPa e 700 hPa [hectoPascal – unidade de pressão atmosférica], ou seja entre 1400 m e 2800 m de altitude dos mantos de gelo.
- Este aquecimento nas camadas intermédias é a manifestação da intensificação induzida pelas trocas meridionais que chegam do Sul por cima dos anticiclones móveis polares que se movem nas camadas baixas do Árctico. A uma saída de ar frio corresponde uma vinda de ar quente (menos frio). É a Natureza que dita esta regra. Não são os modelos.
Obs.: Consultar a fonte idónea – Kahl, J. D., Charlevoix, D. J., Zaltseva, N. A. Scnell, R. C. and Serreze, M. C. (1993), Absence of evidence for greenhouse warming over the Arctic Ocean in the past 40 years. Nature, 131, 335-337.
Correcção: "... acima da latitude 80 ºN..."
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