Milutin Milankovitch
Parece o nome de um jogador de futebol mas não é. Trata-se de um engenheiro mecânico, nascido na Sérvia, professor da Universidade de Belgrado, que, sem computadores, sem máquinas de calcular, sem modelos climáticos, sem storylines (cenários), etc., desenvolveu uma teoria de base matemática sobre a génese das glaciações.
Um livrinho muito interessante «A Idade do Gelo», de John Gribbin e Mary Gribbin, Publicações Europa – América, Colecção Saber, 240, Fevereiro de 2003, conta a história dos pioneiros que se debruçaram sobre a explicação das eras glaciárias.
É de justiça citar os nomes do suíço Louis Agassiz (1837), do escocês James Croll (1864) e, principalmente, do sérvio Milutin Milankovitch (1936) que, com enormes dificuldades para a época, conseguiram dar explicações sucessivamente mais consistentes sobre a matéria.
Em 1941, a Real Academia Sérvia, de Belgrado, publicou a Teoria dos Ciclos de Milankovitch sob o título «Kanon der Erdbestrahlung und seine Andwendung auf das Eiszeitenproblem».
Aqui está um exemplo de uma teoria que demorou várias décadas a ser aceite pela comunidade científica pois só muito recentemente, talvez a partir de 1970-1980, depois de vários debates e humilhações, a sua Teoria se impôs sem contestação. Ainda hoje ela não está suficientemente divulgada, mesmo nos domínios escolásticos.
Conta a lenda que Milutin Milankovitch também desenvolveu a sua teoria nos cafés de Belgrado, com papel e lápis, em frente de uma bica, durante muitas horas retiradas ao descanso merecido pela sua actividade no ensino universitário.
Inicialmente, as eras glaciárias eram associadas à diminuição da energia solar recebida durante o Inverno nas altas latitudes o que favorecia a acumulação de neve (para a qual seriam necessárias transferências do potencial precipitável em grandes quantidades, explicação que não era considerada nos raciocínios primitivos de Agassiz e Croll).
No entanto, para Milankovitch as condições favoráveis à extensão dos mantos de gelo (era assim que se imaginava na altura) correspondiam, pelo contrário, a um mínimo de radiação durante o Verão, insuficiente para fundir a neve entretanto caída no Inverno anterior (conceito este que não abarcava todo o problema).
A teoria astronómica, por vezes designada por «parâmetro de Milankovitch», foi sendo a pouco e pouco reconhecida, ou desacreditada pelos “cientistas do reino”, especialmente devido aos desacordos dos geólogos, até aos anos 70-80 do século passado.
Depois de longos estudos – com as técnicas mais avançadas que se conhecem actualmente – de séries cronológicas estabelecidas a partir de sedimentos marinhos e de cilindros de gelo começaram a destacar-se as periodicidades anunciadas pela teoria de Milankovitch para certos parâmetros orbitais da radiação – determinadas com lápis e papel…
Um livrinho muito interessante «A Idade do Gelo», de John Gribbin e Mary Gribbin, Publicações Europa – América, Colecção Saber, 240, Fevereiro de 2003, conta a história dos pioneiros que se debruçaram sobre a explicação das eras glaciárias.
É de justiça citar os nomes do suíço Louis Agassiz (1837), do escocês James Croll (1864) e, principalmente, do sérvio Milutin Milankovitch (1936) que, com enormes dificuldades para a época, conseguiram dar explicações sucessivamente mais consistentes sobre a matéria.
Em 1941, a Real Academia Sérvia, de Belgrado, publicou a Teoria dos Ciclos de Milankovitch sob o título «Kanon der Erdbestrahlung und seine Andwendung auf das Eiszeitenproblem».
Aqui está um exemplo de uma teoria que demorou várias décadas a ser aceite pela comunidade científica pois só muito recentemente, talvez a partir de 1970-1980, depois de vários debates e humilhações, a sua Teoria se impôs sem contestação. Ainda hoje ela não está suficientemente divulgada, mesmo nos domínios escolásticos.
Conta a lenda que Milutin Milankovitch também desenvolveu a sua teoria nos cafés de Belgrado, com papel e lápis, em frente de uma bica, durante muitas horas retiradas ao descanso merecido pela sua actividade no ensino universitário.
Inicialmente, as eras glaciárias eram associadas à diminuição da energia solar recebida durante o Inverno nas altas latitudes o que favorecia a acumulação de neve (para a qual seriam necessárias transferências do potencial precipitável em grandes quantidades, explicação que não era considerada nos raciocínios primitivos de Agassiz e Croll).
No entanto, para Milankovitch as condições favoráveis à extensão dos mantos de gelo (era assim que se imaginava na altura) correspondiam, pelo contrário, a um mínimo de radiação durante o Verão, insuficiente para fundir a neve entretanto caída no Inverno anterior (conceito este que não abarcava todo o problema).
A teoria astronómica, por vezes designada por «parâmetro de Milankovitch», foi sendo a pouco e pouco reconhecida, ou desacreditada pelos “cientistas do reino”, especialmente devido aos desacordos dos geólogos, até aos anos 70-80 do século passado.
Depois de longos estudos – com as técnicas mais avançadas que se conhecem actualmente – de séries cronológicas estabelecidas a partir de sedimentos marinhos e de cilindros de gelo começaram a destacar-se as periodicidades anunciadas pela teoria de Milankovitch para certos parâmetros orbitais da radiação – determinadas com lápis e papel…
1 Comments:
oi, interessante o trabalho, tu tens o artigo/periódico do trabalho original?
grata, fico no aguardo
Raquel
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