segunda-feira, maio 16, 2005

A Gronelândia

Respiga-se novamente de Antón Uriarte Cantolla: «Outro grande manto de gelo, o da Gronelândia, contém também um volume de gelo não desprezável, cuja descongelação completa equivaleria a uns cerca de 7 metros de subida geral do nível do mar.

Em contradição com os modelos climáticos, o conjunto do território gronelandês arrefeceu nas últimas décadas. Também alguns estudos empíricos sobre as alterações da espessura do manto gronelandês não parecem indicar qualquer diminuição do volume total de gelo (Vd. Davis, C. H. Elevation change of the southern Greenland ice sheet, Science, 279, 2086, 1998); McConnell, J. R., Changes in Greenland ice sheet elevation attributed primarily to snow accumulation variability, Nature, 406, 877-879, 2000).

Outros estudos, que abarcam alguns anos e que se baseiam em dados dos satélites, indicam uma ligeira diminuição do gelo em algumas zonas costeiras, o que induziria uma tendência da subida do nível do mar muito modesta de 1 cm por século (Vd. Thomas, R. et al. Mass balance of the Greenland ice sheet at high elevation, Science, 293, 85-89, 2000; Krabil, W. et al. Greenland ice sheet: high elevation balance and peripherl thining, Science, 289, 428-430, 2000).

O manto de gelo gronelandês, ao situar-se em latitudes não tão altas, não é tão frio como o continente Antárctico. As temperaturas na costa sul podem chegar a superar em certas ocasiões os 20 ºC durante o Verão.

Os cenários do IPCC prevêem [Nota: Prevêem?] que a fusão estival poderia provocar a queda de icebergs para o mar (calving) que resultaria de uma aquecimento climático. Aquela fusão poderia ser superior ao incremento das precipitações de neve no Inverno. Como consequência, o balanço da massa do gelo da Gronelândia seria provavelmente negativo e contribuiria com uns 10 cm para a subida do nível do mar. [Nota: Mas os modelos têm muito pouca credibilidade…]

De qualquer forma, as predições são muito complexas, pois é muito possível que o comportamento do manto de gelo, em caso de aquecimento, seja muito diferente na costa e no interior, onde as temperaturas são muito mais baixas devido à altitude que alcança uma cota de mais de 3000 metros acima do nível do mar.»

No entanto, a Organização Meteorológica Mundial afirma que as quedas de neve intensas aumentaram as massas dos glaciares gronelandeses ao mesmo tempo que os islandeses e escandinavos [Vd. WMO. Region VI (1999) Annual Bulletin of the Climate, Europe and Middle East, 1998].

A prova mais recente da situação positiva na Gronelândia foi a da intensidade e frequência dos AMP aí nascidos nos meses de Fevereiro e Março de 2005. Além desta prova, o especialista em glaciares Robert Vivian, professor universitário francês, afirma mesmo que através das observações da NASA, os fenómenos de fusão e recuo costeiros são largamente compensados pelo aumento das massas de gelo na parte central e alta da Gronelândia
(Vd. http://virtedit.online.fr/article3.html).