O Programa de Governo e a opção nuclear
Por Jorge Pacheco de Oliveira
O Programa de Governo para o período 2009/2013, na parte respeitante à Energia, é altamente criticável. Contem tantas passagens absurdas e mesmo risíveis que justificaria um texto demasiado longo para ser aqui desenvolvido.
Para além da insistência, imbuída de um já entediante provincianismo, na ideia de Portugal vir a “liderar” (o Mundo, a Europa?) numa hipotética revolução energética, o Programa de Governo contem uma passagem curiosa que vale a pena salientar:
“Assegurar a duplicação da capacidade de produção de energia eléctrica no horizonte de 2020 (…)”
Duplicar o que quer que seja num prazo de 10 anos pressupõe um incremento a uma taxa média anual de cerca de 7%. Vamos aumentar o nosso consumo a esta taxa? Devem estar a brincar connosco. Desde 2006 que a taxa de aumento de consumo se tem vindo a atenuar e nos dois últimos anos até foi negativa, o que significa que o consumo está a diminuir em relação a anos anteriores.
“(…) eliminando importações (actualmente cerca de 20% do consumo), desactivando as centrais mais poluentes e acomodando o aumento de procura.”
Desactivar centrais está previsto no respectivo contrato de exploração. Não é preciso explicitar num Programa de Governo, a menos que se pretenda antecipar o desmantelamento das centrais. Para as substituir por que tecnologia?
Quantas torres eólicas são necessárias para substituir, por exemplo, a central de Sines? Mas atenção : de forma a produzir a mesma quantidade de energia com a mesma regularidade! Até hoje, nem um único promotor de eólicas se atreveu a dar resposta a esta questão. Porque não pode. E vem o Programa de Governo com uma fantasia deste calibre…
Mas que se queira eliminar a importação de energia eléctrica é já uma novidade de monta! Então e o MIBEL e as transacções transfronteiriças? O reforço das interligações, que toda a gente anda a pedir, em particular os espanhóis, servirá apenas para exportarmos energia eléctrica para Espanha? Mas que energia?
Ora bem. Duplicar a capacidade de produção em dez anos e eliminar as importações de energia eléctrica não é tarefa para energias renováveis. O que se pode depreender disto tudo é que o Governo, sem nunca o mencionar, tenciona pôr em cima da mesa a opção nuclear. Só pode ser…
O Programa de Governo para o período 2009/2013, na parte respeitante à Energia, é altamente criticável. Contem tantas passagens absurdas e mesmo risíveis que justificaria um texto demasiado longo para ser aqui desenvolvido.
Para além da insistência, imbuída de um já entediante provincianismo, na ideia de Portugal vir a “liderar” (o Mundo, a Europa?) numa hipotética revolução energética, o Programa de Governo contem uma passagem curiosa que vale a pena salientar:
“Assegurar a duplicação da capacidade de produção de energia eléctrica no horizonte de 2020 (…)”
Duplicar o que quer que seja num prazo de 10 anos pressupõe um incremento a uma taxa média anual de cerca de 7%. Vamos aumentar o nosso consumo a esta taxa? Devem estar a brincar connosco. Desde 2006 que a taxa de aumento de consumo se tem vindo a atenuar e nos dois últimos anos até foi negativa, o que significa que o consumo está a diminuir em relação a anos anteriores.
“(…) eliminando importações (actualmente cerca de 20% do consumo), desactivando as centrais mais poluentes e acomodando o aumento de procura.”
Desactivar centrais está previsto no respectivo contrato de exploração. Não é preciso explicitar num Programa de Governo, a menos que se pretenda antecipar o desmantelamento das centrais. Para as substituir por que tecnologia?
Quantas torres eólicas são necessárias para substituir, por exemplo, a central de Sines? Mas atenção : de forma a produzir a mesma quantidade de energia com a mesma regularidade! Até hoje, nem um único promotor de eólicas se atreveu a dar resposta a esta questão. Porque não pode. E vem o Programa de Governo com uma fantasia deste calibre…
Mas que se queira eliminar a importação de energia eléctrica é já uma novidade de monta! Então e o MIBEL e as transacções transfronteiriças? O reforço das interligações, que toda a gente anda a pedir, em particular os espanhóis, servirá apenas para exportarmos energia eléctrica para Espanha? Mas que energia?
Ora bem. Duplicar a capacidade de produção em dez anos e eliminar as importações de energia eléctrica não é tarefa para energias renováveis. O que se pode depreender disto tudo é que o Governo, sem nunca o mencionar, tenciona pôr em cima da mesa a opção nuclear. Só pode ser…
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