Modelos do Apocalipse
Falar a um decisor político ou a um jornalista na palavra modelo e nos resultados dos modelos é o deslumbramento máximo. Desconfiar dos resultados é uma ofensa ao reino dos modelos. Os maldizentes cometem uma profanação.
Os modelos habitam numa espécie de templo divino. Revestidos do profundo mistério da matemática e da física, associados ao encantamento dos computadores, desafiam a imaginação de qualquer um com o seu poder olímpico.
Parecem realizar o velho sonho de domínio da máquina do tempo. O próprio nome “modelo” sugere a beleza, o sonho, o exemplo irrefutável. Não podem restar dúvidas quanto aos seus milagres de tal modo é axiomático que nunca se enganam.
Os alarmistas apresentam os modelos matemáticos como uma referência absoluta: declaram, predizem, confirmam ou infirmam. Há quem acredite mais nos modelos do que na própria realidade.
Os modelos dizem que “vai chover a cântaros”. Os modelos dizem que “vão surgir ondas de calor”. Mas nunca dizem que “vão surgir ondas de frio”. Mas estas acontecem. Eles até decidem por nós todos! Podem os modelos anunciar o Apocalipse do IPCC?
Bob Carter lança mais uma questão: “Can computer models predict future climate?” A partir daqui, analisa a estrutura dos modelos matemáticos do clima, de base determinística, para acabar por responder negativamente a esta questão.
Carter salienta que o designado modelo de circulação geral – sigla inglesa GMC – é uma ferramenta determinística. O determinismo aplica-se na ciência experimental. Os resultados são condicionados pelas hipóteses e relações preestabelecidas.
Deste modo, o uso de modelos determinísticos não passa de um exercício de heurística executado em laboratório de investigação. A liberdade dos investigadores imaginarem toda e qualquer hipótese é fundamental para se alcançarem resultados inesperados.
No entanto, quando se anuncia publicamente resultados – que são apenas hipóteses de trabalho laboratorial – como se fossem verdades absolutas produz-se má ciência. Os receptores não estão, normalmente, preparados para compreender que se apregoam apenas hipóteses.
Uma fraude de investigadores americanos foi o anúncio da descoberta da fusão nuclear a frio que nunca se replicou. Do mesmo modo o médico coreano Hwang Woo Suck foi acusado de uma fraude científica com o anúncio da investigação de células estaminais.
O “hockey stick” de Michael Mann é mais um exemplo de uma fraude científica. O processo SIAM, que anunciou à opinião pública portuguesa resultados inconsistentes como se fossem verdades absolutas, insere-se num exercício de má ciência.
O mais curioso é que os modeladores depois de se aperceberem que estavam a cometer uma falsificação científica ao anunciar previsões sem consistência passaram a dizer que se tratava de projecções. Tentaram justificar-se sem resolver a questão.
De facto, os incautos conseguem distinguir uma projecção de uma previsão? Ora, o reconhecimento de que são projecções inibe o uso de modelos para fornecer valores minimamente válidos em futuros tão longínquos quanto 2050 ou 2100.
Mas esconde-se que os modelos determinísticos não foram capazes de prever uma evolução estatística das temperaturas como a que aconteceu realmente entre 1990-2006, conforme se verá mais adiante.
Além disso, este tipo de modelos indica que a evolução do aquecimento deveria aumentar com a altitude. Especialmente nos Trópicos, com o máximo a 10 quilómetros acima do solo. Mas as observações desmentem esta previsão (ou projecção?).
As determinações dos satélites mostram o contrário com evoluções inferiores às do solo. E até sem qualquer tendência quer de aumento quer de descida das temperaturas.
Uma outra pretensão do uso dos modelos por parte do IPCC foi a de estudar o passado para “provar” que só a acção humana justificava os resultados de tais exercícios académicos.
De facto, foram exercícios realizados dentro da ilusão de que os modelos determinísticos representam a realidade. Não salientaram que estes modelos dependem de um grande número de graus de liberdade associados a parâmetros exógenos.
A colecção de parâmetros a introduzir nos modelos pelos próprios modeladores são fonte de incertezas elevadas. Cada um tem a sua escolha que pode não coincidir com a do colega ao lado. Gastam-se fortunas em reuniões internacionais (em Paris, p.e.) para atribuição de um ou outro valor exógeno (c’est un drôle d’oiseau!).
Considerar os modelos matemáticos do clima como aptos para se tomarem decisões políticas de ordem económica é um abuso que não prestigia a ciência. Antes pelo contrário cava ainda mais a crise da ciência já atingida por todo este processo.
Bob Carter afirma que existe outro tipo de modelos mas de base empírica. Segundo ele, esses modelos têm sido consistentes com previsões como as do El Niño de 1998 e da descida ligeira das temperaturas desde então.
Afirma igualmente que vários artigos publicados recentemente, com base empírica, são unânimes ao prever uma era de arrefecimento em vez de aquecimento para o séc. XXI. Bob Carter indica quatro estudos que apontam neste sentido.
A Fig. BC1 apresenta anomalias das temperaturas médias globais observadas de 1861-2003 e projectadas de 2003-2030, relativas a um desses estudos. Salienta-se que, estas últimas, também são apenas projecções. Embora de período muito mais curto.
E se o planeta seguisse mesmo a curva traçada na Fig. BC1? Muitas cambalhotas dariam os (auto e mediaticamente designados) “especialistas de alterações climáticas”. O que será um “especialista de alterações climáticas”?
P.S. No parágrafo iniciado por "O mais curioso..." foi corrigido o erro de português "tratavam" por "tratava" detectado por um leitor atento. Agradecemos.
Os modelos habitam numa espécie de templo divino. Revestidos do profundo mistério da matemática e da física, associados ao encantamento dos computadores, desafiam a imaginação de qualquer um com o seu poder olímpico.
Parecem realizar o velho sonho de domínio da máquina do tempo. O próprio nome “modelo” sugere a beleza, o sonho, o exemplo irrefutável. Não podem restar dúvidas quanto aos seus milagres de tal modo é axiomático que nunca se enganam.
Os alarmistas apresentam os modelos matemáticos como uma referência absoluta: declaram, predizem, confirmam ou infirmam. Há quem acredite mais nos modelos do que na própria realidade.
Os modelos dizem que “vai chover a cântaros”. Os modelos dizem que “vão surgir ondas de calor”. Mas nunca dizem que “vão surgir ondas de frio”. Mas estas acontecem. Eles até decidem por nós todos! Podem os modelos anunciar o Apocalipse do IPCC?
Bob Carter lança mais uma questão: “Can computer models predict future climate?” A partir daqui, analisa a estrutura dos modelos matemáticos do clima, de base determinística, para acabar por responder negativamente a esta questão.
Carter salienta que o designado modelo de circulação geral – sigla inglesa GMC – é uma ferramenta determinística. O determinismo aplica-se na ciência experimental. Os resultados são condicionados pelas hipóteses e relações preestabelecidas.
Deste modo, o uso de modelos determinísticos não passa de um exercício de heurística executado em laboratório de investigação. A liberdade dos investigadores imaginarem toda e qualquer hipótese é fundamental para se alcançarem resultados inesperados.
No entanto, quando se anuncia publicamente resultados – que são apenas hipóteses de trabalho laboratorial – como se fossem verdades absolutas produz-se má ciência. Os receptores não estão, normalmente, preparados para compreender que se apregoam apenas hipóteses.
Uma fraude de investigadores americanos foi o anúncio da descoberta da fusão nuclear a frio que nunca se replicou. Do mesmo modo o médico coreano Hwang Woo Suck foi acusado de uma fraude científica com o anúncio da investigação de células estaminais.
O “hockey stick” de Michael Mann é mais um exemplo de uma fraude científica. O processo SIAM, que anunciou à opinião pública portuguesa resultados inconsistentes como se fossem verdades absolutas, insere-se num exercício de má ciência.
O mais curioso é que os modeladores depois de se aperceberem que estavam a cometer uma falsificação científica ao anunciar previsões sem consistência passaram a dizer que se tratava de projecções. Tentaram justificar-se sem resolver a questão.
De facto, os incautos conseguem distinguir uma projecção de uma previsão? Ora, o reconhecimento de que são projecções inibe o uso de modelos para fornecer valores minimamente válidos em futuros tão longínquos quanto 2050 ou 2100.
Mas esconde-se que os modelos determinísticos não foram capazes de prever uma evolução estatística das temperaturas como a que aconteceu realmente entre 1990-2006, conforme se verá mais adiante.
Além disso, este tipo de modelos indica que a evolução do aquecimento deveria aumentar com a altitude. Especialmente nos Trópicos, com o máximo a 10 quilómetros acima do solo. Mas as observações desmentem esta previsão (ou projecção?).
As determinações dos satélites mostram o contrário com evoluções inferiores às do solo. E até sem qualquer tendência quer de aumento quer de descida das temperaturas.
Uma outra pretensão do uso dos modelos por parte do IPCC foi a de estudar o passado para “provar” que só a acção humana justificava os resultados de tais exercícios académicos.
De facto, foram exercícios realizados dentro da ilusão de que os modelos determinísticos representam a realidade. Não salientaram que estes modelos dependem de um grande número de graus de liberdade associados a parâmetros exógenos.
A colecção de parâmetros a introduzir nos modelos pelos próprios modeladores são fonte de incertezas elevadas. Cada um tem a sua escolha que pode não coincidir com a do colega ao lado. Gastam-se fortunas em reuniões internacionais (em Paris, p.e.) para atribuição de um ou outro valor exógeno (c’est un drôle d’oiseau!).
Considerar os modelos matemáticos do clima como aptos para se tomarem decisões políticas de ordem económica é um abuso que não prestigia a ciência. Antes pelo contrário cava ainda mais a crise da ciência já atingida por todo este processo.
Bob Carter afirma que existe outro tipo de modelos mas de base empírica. Segundo ele, esses modelos têm sido consistentes com previsões como as do El Niño de 1998 e da descida ligeira das temperaturas desde então.
Afirma igualmente que vários artigos publicados recentemente, com base empírica, são unânimes ao prever uma era de arrefecimento em vez de aquecimento para o séc. XXI. Bob Carter indica quatro estudos que apontam neste sentido.
A Fig. BC1 apresenta anomalias das temperaturas médias globais observadas de 1861-2003 e projectadas de 2003-2030, relativas a um desses estudos. Salienta-se que, estas últimas, também são apenas projecções. Embora de período muito mais curto.
E se o planeta seguisse mesmo a curva traçada na Fig. BC1? Muitas cambalhotas dariam os (auto e mediaticamente designados) “especialistas de alterações climáticas”. O que será um “especialista de alterações climáticas”?
P.S. No parágrafo iniciado por "O mais curioso..." foi corrigido o erro de português "tratavam" por "tratava" detectado por um leitor atento. Agradecemos.
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