Trocas meridionais (3.2)
Marcel Leroux (Estocolmo, 11-12 Set. 2006, trad. Rui G. Moura)
(continuação de 3 – Circulação nas baixas camadas: Anticiclone Móvel Polar (AMP))
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A Fig. ML7 mostra um AMP cortado em 3 partes desiguais pelos relevos da Península Ibérica e dos Alpes. As 3 parcelas dirigem-se para o Atlântico (fornecendo uma corrente de ar alísio marítimo), para o Mediterrâneo ocidental e para a Europa central.
Mesmo uma cordilheira modesta como a Grande Escarpa (com um altura média de 1500 m), que contorna a meseta da África do Sul, é capaz de canalizar o ar denso dos AMP. A Fig. ML8 apresenta um AMP aproximando-se da costa ocidental [da África do Sul – NT].
Será cortado em duas partes. A principal permanecerá sobre o Atlântico enquanto a outra continuará em direcção ao Oceano Índico. O ar frio canalizado pelo lado ocidental da Grande Escarpa formará uma Aglutinação Anticiclónica designada por «Anticiclone de Santa Helena» subtropical. Alimentará igualmente ventos alísios que evoluem para monções depois de ultrapassarem o equador.
A interferência de factores dinâmicos e geográficos [de um modo geral] tem duas consequências fundamentais:
- A formação de Aglutinações Anticiclónicas (AA) devidas ao encaixe de vários AMP (Fig. ML9);
- A divisão da circulação [geral da atmosfera] nas camadas mais baixas em 6 unidades aerológicas (Fig. ML10).
Os corredores periféricos entre AMP desaparecem progressivamente. As diferenças de densidade [do ar] diminuem gradualmente. Finalmente, os AMP fundem-se. Permanece apenas uma vasta área de altas pressões: a AA. Na zona tropical aparecem ventos alísios que se prolongam, eventualmente, em monções.
A AA constitui um género de “zona de amortecimento” entre zonas temperadas e zonas tropicais. Como consequência, não aparece nenhum hiato que interrompa a circulação nas camadas baixas entre os pólos e o Equador.
Como se verifica pelo corte vertical N-S [Fig. ML9 ], a camada mais baixa de alísios termina numa descontinuidade: a inversão dos alísios. O ar quente e seco, da parte superior, não pode alcançar a superfície.
Dentro de cada unidade [de circulação] todos os elementos estão ligados por uma co-variação geral, mesmo que os efeitos sejam diferentes. A complexidade da circulação nos níveis mais baixos termina, quando o ar se torna menos denso, numa circulação de nível superior mais simples.
Progressivamente, somente permanecem as maiores correntes de ar zonais. São correntes de ar tropical, concentradas em jets [correntes de ar em circuito fechado] numa altitude próxima da tropopausa.
(continua)
(continuação de 3 – Circulação nas baixas camadas: Anticiclone Móvel Polar (AMP))
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A Fig. ML7 mostra um AMP cortado em 3 partes desiguais pelos relevos da Península Ibérica e dos Alpes. As 3 parcelas dirigem-se para o Atlântico (fornecendo uma corrente de ar alísio marítimo), para o Mediterrâneo ocidental e para a Europa central.
Mesmo uma cordilheira modesta como a Grande Escarpa (com um altura média de 1500 m), que contorna a meseta da África do Sul, é capaz de canalizar o ar denso dos AMP. A Fig. ML8 apresenta um AMP aproximando-se da costa ocidental [da África do Sul – NT].
Será cortado em duas partes. A principal permanecerá sobre o Atlântico enquanto a outra continuará em direcção ao Oceano Índico. O ar frio canalizado pelo lado ocidental da Grande Escarpa formará uma Aglutinação Anticiclónica designada por «Anticiclone de Santa Helena» subtropical. Alimentará igualmente ventos alísios que evoluem para monções depois de ultrapassarem o equador.
A interferência de factores dinâmicos e geográficos [de um modo geral] tem duas consequências fundamentais:
- A formação de Aglutinações Anticiclónicas (AA) devidas ao encaixe de vários AMP (Fig. ML9);
- A divisão da circulação [geral da atmosfera] nas camadas mais baixas em 6 unidades aerológicas (Fig. ML10).
Os corredores periféricos entre AMP desaparecem progressivamente. As diferenças de densidade [do ar] diminuem gradualmente. Finalmente, os AMP fundem-se. Permanece apenas uma vasta área de altas pressões: a AA. Na zona tropical aparecem ventos alísios que se prolongam, eventualmente, em monções.
A AA constitui um género de “zona de amortecimento” entre zonas temperadas e zonas tropicais. Como consequência, não aparece nenhum hiato que interrompa a circulação nas camadas baixas entre os pólos e o Equador.
Como se verifica pelo corte vertical N-S [Fig. ML9 ], a camada mais baixa de alísios termina numa descontinuidade: a inversão dos alísios. O ar quente e seco, da parte superior, não pode alcançar a superfície.
Dentro de cada unidade [de circulação] todos os elementos estão ligados por uma co-variação geral, mesmo que os efeitos sejam diferentes. A complexidade da circulação nos níveis mais baixos termina, quando o ar se torna menos denso, numa circulação de nível superior mais simples.
Progressivamente, somente permanecem as maiores correntes de ar zonais. São correntes de ar tropical, concentradas em jets [correntes de ar em circuito fechado] numa altitude próxima da tropopausa.
(continua)
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