Mar gelado do Árctico (1)
As observações do mar gelado do Árctico têm gerado controvérsias. Os satélites da NASA e da NOAA fornecem indicações interpretadas de modo diverso. Dependem da largura do período observado.
O climatologista australiano John McLean, sempre extremamente rigoroso nos seus estudos, realizou uma curiosa análise da região do Árctico a partir da base de dados do website «The Cryosphere Today».
Dividiu a região em quatro quadrantes ortogonais para procurar a existência de alguma relação entre a área do mar gelado e a temperatura. Concluiu que as evoluções irregulares do mar gelado demonstram uma não-relação.
A partir daquela base de dados não resolveu uma outra questão. A de saber se a alteração da extensão do mar gelado é devida às correntes oceânicas, especialmente aquelas que introduzem águas menos frias na região.
No entanto, na falta de uma relação consistente entre a área e a temperatura, sugere que são as águas menos frias que penetram na região a causa possível para as variações verificadas na extensão do mar gelado.
Nesta análise faltou acrescentar a hipótese do recrudescimento da actividade dos anticiclones móveis polares a partir de 1970-1976. A reentrada de ar quente (menos frio) para substituir a partida de ar frio também deve ser responsabilizada.
McLean considerou as seguintes sub-regiões (Vd. Fig. 47): Quadrante 1 – Atlântico Norte; Quadrante 2 – Mares de Kara, de Laptev e da Sibéria Oriental; Quadrante 3 – Mar de Chukots, Estreito de Bering e Mar de Beaufort; Quadrante 4 – Arquipélago Canadiano.
Em todas elas estudou a variação da extensão do mar gelado durante as estações do Inverno e do Verão (entre 1973 e 2001), bem como a extensão em cada um dos doze meses de um ano (entre 1997 e 2002).
O estudo apanhou o período de um severo El Niño (Outubro de 1997 a Outubro de 1998) com origem no oceano Pacífico. Os resultados podem-se encontrar no website de John McLean.
O elevado número de gráficos apresentados no estudo de McLean desaconselha a reprodução dos mesmos no Mitos Climáticos. Resumem-se as conclusões do climatologista australiano.
- Quadrante 1
A variação da área do mar gelado é significativamente maior no Inverno do que no Verão. Não se notou qualquer influência do El Niño.
- Quadrante 2
Em contraste com o Quadrante anterior, a variação da área do mar gelado no Verão é maior do que no Inverno. As variações mensais são menores do que no Quadrante 1. O motor dessas variações é local e não global ou hemisférico (temperatura).
- Quadrante 3
As variações da área do mar gelado são mais pronunciadas no Verão. Atingiu-se uma diferença de cerca de um milhão e duzentos mil quilómetros quadrados entre o início de 1973 e o fim de 2002. Estas variações são cíclicas e recuperáveis.
Ao longo dos doze meses de cada ano, detecta-se uma menor taxa de variação nos primeiros seis meses (redução) do que nos restantes (aumento). Isto é, a recuperação é mais rápida.
Neste Quadrante apareceu uma redução da extensão do mar gelado sincronizada com o fenómeno do El Niño de 1997/98. Mas não se pode atribuir influência directa.
- Quadrante 4
Neste Quadrante as variações são mais pronunciadas no Verão do que no Inverno. Nota-se que o aumento da extensão da área no início de 1984 não foi sustentado ao longo do meio do ano.
A taxa de variação da área entre os doze meses de cada ano comporta-se de modo diferente do caso anterior. A taxa de decrescimento nos primeiros 3 meses é inferior à dos 3 seguintes. O aumento anual da área, nos últimos meses, tem uma taxa intermédia à daquelas duas.
(continua)
O climatologista australiano John McLean, sempre extremamente rigoroso nos seus estudos, realizou uma curiosa análise da região do Árctico a partir da base de dados do website «The Cryosphere Today».
Dividiu a região em quatro quadrantes ortogonais para procurar a existência de alguma relação entre a área do mar gelado e a temperatura. Concluiu que as evoluções irregulares do mar gelado demonstram uma não-relação.
A partir daquela base de dados não resolveu uma outra questão. A de saber se a alteração da extensão do mar gelado é devida às correntes oceânicas, especialmente aquelas que introduzem águas menos frias na região.
No entanto, na falta de uma relação consistente entre a área e a temperatura, sugere que são as águas menos frias que penetram na região a causa possível para as variações verificadas na extensão do mar gelado.
Nesta análise faltou acrescentar a hipótese do recrudescimento da actividade dos anticiclones móveis polares a partir de 1970-1976. A reentrada de ar quente (menos frio) para substituir a partida de ar frio também deve ser responsabilizada.
McLean considerou as seguintes sub-regiões (Vd. Fig. 47): Quadrante 1 – Atlântico Norte; Quadrante 2 – Mares de Kara, de Laptev e da Sibéria Oriental; Quadrante 3 – Mar de Chukots, Estreito de Bering e Mar de Beaufort; Quadrante 4 – Arquipélago Canadiano.
Em todas elas estudou a variação da extensão do mar gelado durante as estações do Inverno e do Verão (entre 1973 e 2001), bem como a extensão em cada um dos doze meses de um ano (entre 1997 e 2002).
O estudo apanhou o período de um severo El Niño (Outubro de 1997 a Outubro de 1998) com origem no oceano Pacífico. Os resultados podem-se encontrar no website de John McLean.
O elevado número de gráficos apresentados no estudo de McLean desaconselha a reprodução dos mesmos no Mitos Climáticos. Resumem-se as conclusões do climatologista australiano.
- Quadrante 1
A variação da área do mar gelado é significativamente maior no Inverno do que no Verão. Não se notou qualquer influência do El Niño.
- Quadrante 2
Em contraste com o Quadrante anterior, a variação da área do mar gelado no Verão é maior do que no Inverno. As variações mensais são menores do que no Quadrante 1. O motor dessas variações é local e não global ou hemisférico (temperatura).
- Quadrante 3
As variações da área do mar gelado são mais pronunciadas no Verão. Atingiu-se uma diferença de cerca de um milhão e duzentos mil quilómetros quadrados entre o início de 1973 e o fim de 2002. Estas variações são cíclicas e recuperáveis.
Ao longo dos doze meses de cada ano, detecta-se uma menor taxa de variação nos primeiros seis meses (redução) do que nos restantes (aumento). Isto é, a recuperação é mais rápida.
Neste Quadrante apareceu uma redução da extensão do mar gelado sincronizada com o fenómeno do El Niño de 1997/98. Mas não se pode atribuir influência directa.
- Quadrante 4
Neste Quadrante as variações são mais pronunciadas no Verão do que no Inverno. Nota-se que o aumento da extensão da área no início de 1984 não foi sustentado ao longo do meio do ano.
A taxa de variação da área entre os doze meses de cada ano comporta-se de modo diferente do caso anterior. A taxa de decrescimento nos primeiros 3 meses é inferior à dos 3 seguintes. O aumento anual da área, nos últimos meses, tem uma taxa intermédia à daquelas duas.
(continua)
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