Inverno 2009-2010 (1)
[Tradução de parte da análise de Jean Martin]
Neve, gelo, tempestades: a realidade objectiva perante afirmações peremptórias…
Como se sabe, uma grande parte do Hemisfério Norte conheceu um Inverno particularmente rude, pelas suas temperaturas, pela sua duração e pela altura da neve acumulada nos solos.
Do mesmo modo, o Norte da Europa e, muito particularmente, a França conheceram tempestades assinaláveis. Os pseudo-climatologistas que afirmam sem cessar que a climatologia não é a meteorologia dizem que as vagas de frio não querem dizer nada.
Mas mesmo assim, devem ter tirado uma série de ensinamentos. Segundo eles, as vagas de frio demonstram a gravidade e a urgência do que chamam agora “a desordem climática” ou, melhor ainda, “o caos climático”.
Analisemos [seguem-se 4 pontos destacados da extensa análise feita por Jean Martin, que MC vai separar em vários posts extraindo o fundamental]:
1) Alguns afirmaram que este Inverno bastante fresco foi um indicador evidente da desaceleração do Gulf Stream, prevista pelos modelos – acrescentam eles. Demonstram assim uma quádrupla ignorância:
- Por um lado, as observações mais recentes efectuadas com auxílio dos dispositivos ARGO, publicadas em Fevereiro deste ano, mostram que o Gulf Stream não acelerou nem retardou.
Na realidade, o Gulf Stream comportou-se tão bem como a totalidade da Circulação Meridional Atlântica [ou Atlantic Meridional Overturning Circulation da qual faz parte o Gulf Stream].
- Por outro lado, foi uma grande parte do Hemisfério Norte que esteve sujeita a um Inverno particularmente rude. Estas vagas de frio repetiram-se como não se tinha registado há muito tempo.
As vagas de frio afectaram uma vasta porção do Hemisfério Norte indo do Norte da China a uma grande parcela dos Estados Unidos da América, passando pela Rússia e pelo Norte da Europa, embora com anomalias positivas como no Este do Canadá (Vancouver) e no Norte de África.
Deste modo, a Rússia parece ter conhecido o seu Inverno mais duro desde que existem registos. Enquanto isso, no Norte da China, na Europa e no Centro e no Sul dos EUA aconteceu o Inverno mais frio desde os anos 1970 ou mesmo desde o início dos anos 60.
- Não se percebe como é que o Gulf Stream que contorna as costas do Norte da Europa poderia influenciar o clima chinês… Além disso, o exame atento da Oscilação Árctica deste Inverno mostra uma correlação muito nítida entre as vagas de frio e as suas fases negativas.
Esta oscilação (AO ou NAO) é perfeitamente natural e bem conhecida dos meteorologistas. É um fenómeno perfeitamente identificado. Não existe nenhuma dúvida sobre o facto de que uma inversão do diferencial de pressões entre os Açores e o Norte da Islândia está ligada a vagas de frio como as que nos afectaram este Inverno.
- Por último, contrariamente à crença largamente difundida, não está cientificamente provado que o Gulf Stream tenha influência importante no clima do Norte da Europa. As discussões entre especialistas sobre o tema continuam em curso.
(continua)
Neve, gelo, tempestades: a realidade objectiva perante afirmações peremptórias…
Como se sabe, uma grande parte do Hemisfério Norte conheceu um Inverno particularmente rude, pelas suas temperaturas, pela sua duração e pela altura da neve acumulada nos solos.
Do mesmo modo, o Norte da Europa e, muito particularmente, a França conheceram tempestades assinaláveis. Os pseudo-climatologistas que afirmam sem cessar que a climatologia não é a meteorologia dizem que as vagas de frio não querem dizer nada.
Mas mesmo assim, devem ter tirado uma série de ensinamentos. Segundo eles, as vagas de frio demonstram a gravidade e a urgência do que chamam agora “a desordem climática” ou, melhor ainda, “o caos climático”.
Analisemos [seguem-se 4 pontos destacados da extensa análise feita por Jean Martin, que MC vai separar em vários posts extraindo o fundamental]:
1) Alguns afirmaram que este Inverno bastante fresco foi um indicador evidente da desaceleração do Gulf Stream, prevista pelos modelos – acrescentam eles. Demonstram assim uma quádrupla ignorância:
- Por um lado, as observações mais recentes efectuadas com auxílio dos dispositivos ARGO, publicadas em Fevereiro deste ano, mostram que o Gulf Stream não acelerou nem retardou.
Na realidade, o Gulf Stream comportou-se tão bem como a totalidade da Circulação Meridional Atlântica [ou Atlantic Meridional Overturning Circulation da qual faz parte o Gulf Stream].
- Por outro lado, foi uma grande parte do Hemisfério Norte que esteve sujeita a um Inverno particularmente rude. Estas vagas de frio repetiram-se como não se tinha registado há muito tempo.
As vagas de frio afectaram uma vasta porção do Hemisfério Norte indo do Norte da China a uma grande parcela dos Estados Unidos da América, passando pela Rússia e pelo Norte da Europa, embora com anomalias positivas como no Este do Canadá (Vancouver) e no Norte de África.
Deste modo, a Rússia parece ter conhecido o seu Inverno mais duro desde que existem registos. Enquanto isso, no Norte da China, na Europa e no Centro e no Sul dos EUA aconteceu o Inverno mais frio desde os anos 1970 ou mesmo desde o início dos anos 60.
- Não se percebe como é que o Gulf Stream que contorna as costas do Norte da Europa poderia influenciar o clima chinês… Além disso, o exame atento da Oscilação Árctica deste Inverno mostra uma correlação muito nítida entre as vagas de frio e as suas fases negativas.
Esta oscilação (AO ou NAO) é perfeitamente natural e bem conhecida dos meteorologistas. É um fenómeno perfeitamente identificado. Não existe nenhuma dúvida sobre o facto de que uma inversão do diferencial de pressões entre os Açores e o Norte da Islândia está ligada a vagas de frio como as que nos afectaram este Inverno.
- Por último, contrariamente à crença largamente difundida, não está cientificamente provado que o Gulf Stream tenha influência importante no clima do Norte da Europa. As discussões entre especialistas sobre o tema continuam em curso.
(continua)
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