Situação sem El Niño
Quando o Árctico arrefece, os anticiclones móveis polares (AMP), com origem na região, são mais potentes e frequentes. Influenciam toda a circulação atmosférica até ao limite da sua zona de acção. O limite é o Equador Meteorológico Vertical (EMV) (1).
O El Niño depende da posição do EMV sobre o Pacífico. O El Niño tem lugar quando os AMP da trajectória asiática afastam o EMV para sul da sua posição sazonal normal. Considere-se as duas situações: sem e com El Niño no quadro da teoria dos AMP.
Neste post será considerado o caso sem El Niño. No próximo ter-se-á em consideração a situação com El Niño.
Na Fig. 174 representam-se elementos fundamentais das circulações atmosférica e oceânica no Pacífico equatorial no Inverno boreal. A Fig. 174 é representativa da situação sem El Niño que se vai analisar em primeiro ligar.
Os alísios do norte e do sul (marcados com setas finas e curvas, na Fig. 174) geram a Corrente Norte Equatorial (CNE, na Fig. 174) e a Corrente Sul Equatorial (CSE, na Fig. 174) que empurram as águas de superfície para o Pacífico ocidental.
Como se vê na Fig. 174, verifica-se que o deslocamento do EMV (representado pelo traço no solo), em relação ao Equador geográfico, é fraco no Pacífico Central. O deslocamento está limitado à vizinhança da costa sul-americana.
O alísio canalizado pelo relevo dos Andes é responsável por um intenso upwelling costeiro a norte do Peru, fazendo subir as águas frias, ricas em nutrientes e em anidrido carbónico.
Os deslocamentos das massas de água para Oeste produzem um desnível oceânico entre Oeste e Este do Pacífico Equatorial. O desnível origina, à superfície, uma Contra-Corrente Equatorial (CCE, na Fig. 174) que se desloca de Oeste para Este. A CCE situa-se acima do EMV e transporta água quente.
A pluviosidade continental está relacionada com a proximidade do EMV. Ela é forte na região do porto colombiano de Buenaventura (6000 mm/ano), média em Quito (sobre o Equador, 1100 mm/ano) e Guayaquil (a 2 ºS, 850 mm/ano) e quase nula apenas mais a Sul em Chiclayo (a 7 ºS, 30 mm/ano).
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(1) O equador meteorológico é a zona de convergência dos anticiclones móveis polares boreais e austrais. Situa-se junto do equador geográfico mas não é necessariamente coincidente.
Junto à superfície dos continentes, o equador meteorológico é inclinado até que, subindo, passa a vertical. Nos oceanos o equador meteorológico é essencialmente vertical. O EMI e o EMV são conceitos avançados em relação à teoria clássica do Intertropical Convergence Zone (ITCZ).
No desastre recente do Boeing da carreira Rio de Janeiro – Paris muito se falou na ITCZ. Chegou a avançar-se a hipótese de o avião ter entrado, tragicamente, no EMV.
No link da Wikipedia observa-se, no canto superior direito, uma fotografia com a formação nebulosa do EMV. É uma espécie de coroa, não obrigatoriamente contínua, à volta da Terra.
O El Niño depende da posição do EMV sobre o Pacífico. O El Niño tem lugar quando os AMP da trajectória asiática afastam o EMV para sul da sua posição sazonal normal. Considere-se as duas situações: sem e com El Niño no quadro da teoria dos AMP.
Neste post será considerado o caso sem El Niño. No próximo ter-se-á em consideração a situação com El Niño.
Na Fig. 174 representam-se elementos fundamentais das circulações atmosférica e oceânica no Pacífico equatorial no Inverno boreal. A Fig. 174 é representativa da situação sem El Niño que se vai analisar em primeiro ligar.
Os alísios do norte e do sul (marcados com setas finas e curvas, na Fig. 174) geram a Corrente Norte Equatorial (CNE, na Fig. 174) e a Corrente Sul Equatorial (CSE, na Fig. 174) que empurram as águas de superfície para o Pacífico ocidental.
Como se vê na Fig. 174, verifica-se que o deslocamento do EMV (representado pelo traço no solo), em relação ao Equador geográfico, é fraco no Pacífico Central. O deslocamento está limitado à vizinhança da costa sul-americana.
O alísio canalizado pelo relevo dos Andes é responsável por um intenso upwelling costeiro a norte do Peru, fazendo subir as águas frias, ricas em nutrientes e em anidrido carbónico.
Os deslocamentos das massas de água para Oeste produzem um desnível oceânico entre Oeste e Este do Pacífico Equatorial. O desnível origina, à superfície, uma Contra-Corrente Equatorial (CCE, na Fig. 174) que se desloca de Oeste para Este. A CCE situa-se acima do EMV e transporta água quente.
A pluviosidade continental está relacionada com a proximidade do EMV. Ela é forte na região do porto colombiano de Buenaventura (6000 mm/ano), média em Quito (sobre o Equador, 1100 mm/ano) e Guayaquil (a 2 ºS, 850 mm/ano) e quase nula apenas mais a Sul em Chiclayo (a 7 ºS, 30 mm/ano).
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(1) O equador meteorológico é a zona de convergência dos anticiclones móveis polares boreais e austrais. Situa-se junto do equador geográfico mas não é necessariamente coincidente.
Junto à superfície dos continentes, o equador meteorológico é inclinado até que, subindo, passa a vertical. Nos oceanos o equador meteorológico é essencialmente vertical. O EMI e o EMV são conceitos avançados em relação à teoria clássica do Intertropical Convergence Zone (ITCZ).
No desastre recente do Boeing da carreira Rio de Janeiro – Paris muito se falou na ITCZ. Chegou a avançar-se a hipótese de o avião ter entrado, tragicamente, no EMV.
No link da Wikipedia observa-se, no canto superior direito, uma fotografia com a formação nebulosa do EMV. É uma espécie de coroa, não obrigatoriamente contínua, à volta da Terra.
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