quinta-feira, julho 23, 2009

AMP asiático pai do El Niño

Na Fig. 175 representam-se elementos fundamentais da circulação atmosférica no Pacífico equatorial no Inverno boreal. Contrariamente à Fig. 174, agora na Fig. 175 aparece a situação com El Niño, no Pacífico Este-equatorial.

Esquematiza-se na Fig. 175 a sequência do desencadeamento de um episódio El Niño. No Outono boreal, reforça-se a actividade dos anticiclones móveis polares (AMP) da trajectória asiática e observa-se uma anomalia da pressão atmosférica sobre o Oeste do Pacífico Equatorial.

O EMV, zona de convergência dos alísios, desloca-se para o Sul do Equador geográfico. Nestas circunstâncias, as ascendências do ar encontram, com um vórtice satisfatório e a aproximação dos AMP austrais, condições favoráveis ao desencadear dos ciclones tropicais. O El Niño não é, portanto, responsável pelos ciclones tropicais.

A contra corrente equatorial (CCE, na Fig. 175) é também desviada e acelerada para o Sul pela forte componente Oeste dos ventos de monção. A potência aerológica relativa ao hemisfério Norte estará mais próxima do seu máximo, no início do Inverno boreal, dois a três meses depois do início do processo.

O EMV ganhou uma posição excepcional a Sul, provocando chuvas intensas sobre a costa desértica do Norte do Peru no momento em que são interrompidas as águas quentes pobres em nutrientes da contra corrente equatorial.

O exame da dinâmica atmosférica nas baixas camadas recusa a casualidade pretendida para o El Niño nas correlações estatísticas. Marcel Leroux, resume muito claramente os pontos principais:

«Le phénomène el Niño implique dans le Pacifique l’intervention de facteurs dynamiques puissants. Ces facteurs appartiennent à des espaces aérologique distincts, qui expliquent les causes diverses et les physionomies multiples des Niño…

Mais ces facteurs, qui n’agissent pas nécessairement de façon simultanée, relèvent de la même cause initiale, et par le déplacement de l’EM vers le Sud, traduisent une puissance accrue de l’hémisphère météorologique Nord.

Par conséquent, dans l’échelle des puissances, ce n’est certainement pas un courant marin superficiel même renforcé (puisque le CCE est un courant permanent) qui serait capable de commander au-delà des barrières montagneuses et/ou des distances : la qualité des pluies africaines, indiennes, ou brésiliennes, ou l’intensité des jets, ou l’extension des glaces de mer…

Les téléconnexions évoquées dans lesquelles l’enchaînement des phénomènes est envisagée à l’envers, relations trop vite appelées corrélations (…) sont uniquement statistiques, révèlent des covariations ou des coïncidences, sans démontrer de relations physiques entre les paramètres.

Lorsque la logique des phénomènes météorologiques est respectée (…), le phénomène el Niño apparaît ce qu’il est vraiment, c’est-à-dire une conséquence de la dynamique des transferts méridiens partis des Pôles qui atteignent le cœur de la zone tropicale.
»