Relação entre a concentração do CO2 e a variação da temperatura
Inconsistência da formulação do IPCC
No Summary for Policymakers - SPM (2007), do IPCC, encontra-se a seguinte definição do conceito de forçamento radiativo:
“Radiative forcing is a measure of the influence that a factor has in altering the balance of incoming and outgoing energy in the Earth-atmosphere system and is an index of the importance of the factor as a potential climate change mechanism. Positive forcing tends to warm the surface while negative forcing tends to cool it.” – SPM (2007), Nota 2, pág. 2.
Na mesma Nota 2, desse SPM (2007), encontra-se a seguinte afirmação, relativa à Fig. SPM-2, pág. 4:
«Radiative forcing values are for 2005 relative to pre-industrial conditions defined at 1750 and are expressed in watts per square metre (W/m2). »
Segundo o IPCC as actividades humanas, desde 1750, têm tido uma influência determinante no forçamento radiativo.
Assim, entre 1750 e 2005, o dito forçamento teria sido de 1.6 W/m2, segundo cálculos do IPCC – conforme se lê na Fig. SPM-2 referida. Ou seja, a superfície da Terra estaria em contínuo aquecimento desde 1750.
Mas tal não aconteceu, pois, entre 1750 e 2005, verificaram-se períodos de aquecimento e de arrefecimento. Deste modo, a definição do forçamento radiativo e o valor calculado pelo IPCC, indicado no SPM (2007) são inconsistentes.
Esta mesma inconsistência é flagrante, comparando a Fig. 141 (Fonte: NOAA) com a Fig. 140. A concentração do dióxido de carbono tem sofrido um crescimento anual monótono (ou seja, o forçamento radiativo teria subido continuamente, Fig. 141) mas a verdade é que a temperatura tem subido e tem descido (Fig. 140).
O IPCC define – não no SPM (2007) – o crescimento da temperatura de acordo com uma hipótese, naturalmente contida nos seus modelos, que se traduz pela seguinte expressão:
∆T = α . ln (C/Co)
Onde:
∆T = T – To ,
T – é a temperatura final de um período, To é a temperatura inicial desse período;
C – é a concentração equivalente de carbono de todos os gases com efeito de estufa no final do período; Co é a concentração equivalente inicial desse período,
ln – é o logaritmo neperiano,
α – é a sensibilidade climática definida pelo IPCC como sendo:
“The equilibrium climate sensitivity is a measure of the climate system response to sustained radiative forcing. It is (...) defined as the global average surface warming following a doubling of carbon dioxide concentrations. It is likely to be in the range 2°C to 4.5°C with a best estimate of about 3°C, and is very unlikely to be less than 1.5°C.” – SPM (2007), pág. 12.
Ora, se, dadas as emissões antropogénicas, a concentração de CO2 vai sempre aumentando e se o CO2 é o principal agente de forçamento radiativo, teremos sempre C/Co > 1 pelo que o logaritmo será sempre positivo. A fórmula do IPCC não pode dar conta das descidas de temperatura (∆T < 0) quando efectivamente se observam. É uma inconsistência flagrante entre o pensamento do IPCC e a realidade.
Salienta-se que a Fig. 141 das observações de Mauna Loa apresenta uma pequena ondulação relativa ao ciclo anual do carbono. O raciocínio anteriormente feito para o dióxido de carbono não invalida o que realmente acontece com a globalidade dos gases com efeito de estufa.
Desta reflexão resulta que, com forçamentos ou sem forçamentos, não é seguramente o aspecto radiativo o principal motor da dinâmica do tempo e do clima. É importante, mas existem outros mecanismos que se lhe soprepõem. Deles temos já falado e voltaremos a falar.
Aproveita-se a circunstância de estarmos na pág. 12 do SPM (2007) para registar mais uma inconsistência do IPCC, neste caso sobre o muito polémico vapor de água. Eis o que o IPCC afirma:
“Water vapour changes represent the largest feedback affecting climate sensitivity (...). Cloud feedbacks remain the largest source of uncertainty.” SPM (2007) - pág.12.
Misteriosamente, esta é a única referência ao vapor de água feita no SPM (2007).
Sabendo-se que o vapor de água tem um peso muito significativo, para muitos preponderante, no efeito de estufa da atmosfera terrestre, esta quase ocultação do vapor de água pelo IPCC não pode ser inocente. ____________
Nota: Os relatórios do IPCC podem ser encontrados em http://www.ipcc.ch/
No Summary for Policymakers - SPM (2007), do IPCC, encontra-se a seguinte definição do conceito de forçamento radiativo:
“Radiative forcing is a measure of the influence that a factor has in altering the balance of incoming and outgoing energy in the Earth-atmosphere system and is an index of the importance of the factor as a potential climate change mechanism. Positive forcing tends to warm the surface while negative forcing tends to cool it.” – SPM (2007), Nota 2, pág. 2.
Na mesma Nota 2, desse SPM (2007), encontra-se a seguinte afirmação, relativa à Fig. SPM-2, pág. 4:
«Radiative forcing values are for 2005 relative to pre-industrial conditions defined at 1750 and are expressed in watts per square metre (W/m2). »
Segundo o IPCC as actividades humanas, desde 1750, têm tido uma influência determinante no forçamento radiativo.
Assim, entre 1750 e 2005, o dito forçamento teria sido de 1.6 W/m2, segundo cálculos do IPCC – conforme se lê na Fig. SPM-2 referida. Ou seja, a superfície da Terra estaria em contínuo aquecimento desde 1750.
Mas tal não aconteceu, pois, entre 1750 e 2005, verificaram-se períodos de aquecimento e de arrefecimento. Deste modo, a definição do forçamento radiativo e o valor calculado pelo IPCC, indicado no SPM (2007) são inconsistentes.
Esta mesma inconsistência é flagrante, comparando a Fig. 141 (Fonte: NOAA) com a Fig. 140. A concentração do dióxido de carbono tem sofrido um crescimento anual monótono (ou seja, o forçamento radiativo teria subido continuamente, Fig. 141) mas a verdade é que a temperatura tem subido e tem descido (Fig. 140).
O IPCC define – não no SPM (2007) – o crescimento da temperatura de acordo com uma hipótese, naturalmente contida nos seus modelos, que se traduz pela seguinte expressão:
∆T = α . ln (C/Co)
Onde:
∆T = T – To ,
T – é a temperatura final de um período, To é a temperatura inicial desse período;
C – é a concentração equivalente de carbono de todos os gases com efeito de estufa no final do período; Co é a concentração equivalente inicial desse período,
ln – é o logaritmo neperiano,
α – é a sensibilidade climática definida pelo IPCC como sendo:
“The equilibrium climate sensitivity is a measure of the climate system response to sustained radiative forcing. It is (...) defined as the global average surface warming following a doubling of carbon dioxide concentrations. It is likely to be in the range 2°C to 4.5°C with a best estimate of about 3°C, and is very unlikely to be less than 1.5°C.” – SPM (2007), pág. 12.
Ora, se, dadas as emissões antropogénicas, a concentração de CO2 vai sempre aumentando e se o CO2 é o principal agente de forçamento radiativo, teremos sempre C/Co > 1 pelo que o logaritmo será sempre positivo. A fórmula do IPCC não pode dar conta das descidas de temperatura (∆T < 0) quando efectivamente se observam. É uma inconsistência flagrante entre o pensamento do IPCC e a realidade.
Salienta-se que a Fig. 141 das observações de Mauna Loa apresenta uma pequena ondulação relativa ao ciclo anual do carbono. O raciocínio anteriormente feito para o dióxido de carbono não invalida o que realmente acontece com a globalidade dos gases com efeito de estufa.
Desta reflexão resulta que, com forçamentos ou sem forçamentos, não é seguramente o aspecto radiativo o principal motor da dinâmica do tempo e do clima. É importante, mas existem outros mecanismos que se lhe soprepõem. Deles temos já falado e voltaremos a falar.
Aproveita-se a circunstância de estarmos na pág. 12 do SPM (2007) para registar mais uma inconsistência do IPCC, neste caso sobre o muito polémico vapor de água. Eis o que o IPCC afirma:
“Water vapour changes represent the largest feedback affecting climate sensitivity (...). Cloud feedbacks remain the largest source of uncertainty.” SPM (2007) - pág.12.
Misteriosamente, esta é a única referência ao vapor de água feita no SPM (2007).
Sabendo-se que o vapor de água tem um peso muito significativo, para muitos preponderante, no efeito de estufa da atmosfera terrestre, esta quase ocultação do vapor de água pelo IPCC não pode ser inocente. ____________
Nota: Os relatórios do IPCC podem ser encontrados em http://www.ipcc.ch/
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