Conferência na Assembleia da República
De um leitor amigo recebemos esta informação interessante :
No dia 1 de Julho de 2008 realizou-se na Sala do Senado, na Assembleia da República, a "2ª Conferência Internacional Sobre Alterações Climáticas e Segurança Energética", organizada pela Comissão Parlamentar de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território.
A entrada era livre, mas a sala não se encontrava tão preenchida como a organização certamente desejaria. Tratando-se de uma sessão de esclarecimento destinada sobretudo aos deputados, seria de esperar uma maior participação dos mesmos, mas, como foi assinalado pelo presidente da Comissão, e da mesa, as actividades que entretanto decorriam não permitiram uma maior presença dos parlamentares.
A sessão, que se prolongou por todo o dia, foi aberta por Jaime Gama, Presidente da AR e contou com a presença de membros do Governo, como Manuel Pinho, Ministro da Economia, durante a manhã, Nunes Correia, Ministro do Ambiente, da parte da tarde e Humberto Rosa, Secretário de Estado do Ambiente, na sessão de encerramento.
Como moderadores passaram pela mesa, os jornalistas José Rodrigues dos Santos (RTP), Ricardo Garcia (Público) e Pedro Pinto (TVI).
Na sessão de encerramento, a mesa foi preenchida por um conjunto de deputados, um por cada formação partidária da AR, os quais tiveram também a oportunidade de apresentar os seus pontos de vista (posição dos respectivos partidos?).
No total, verificou-se a intervenção de 18 oradores portugueses e de 4 oradores estrangeiros. Com excepção do deputado do PCP, que optou por uma abordagem diferente (os capitalistas é que arranjaram o problema, os capitalistas que o resolvam…) todos os oradores coincidiram numa tónica alarmista, chamando a atenção para as consequências catastróficas e irreversíveis do aquecimento global, que consideram ser ocasionado pelas emissões de dióxido de carbono de origem antropogénica. Não foram ouvidas novidades. Ao fim e ao cabo, todos os oradores replicaram, de uma maneira ou de outra, as teses defendidas no livro/filme de Al Gore.
No período de debate, bastante curto e já sobre o fim da tarde, fizeram-se ouvir as opiniões de alguns cidadãos presentes, que incidiram, principalmente, sobre questões energéticas, em particular sobre a possibilidade de se instalarem centrais nucleares em Portugal - instalações não emissores de dióxido de carbono - uma hipótese de imediato rebatida por alguns dos oradores presentes.
Tratou-se portanto, de uma sessão virada sobre si própria, em que os participantes se encontravam irmanados num conjunto de opiniões comuns. Houve mesmo um orador que declarou não lhe passar pela cabeça que alguém pudesse discordar das teses do aquecimento global. Certamente não receava oposição.
Por isso é necessário dizer que se tratou de um evento criticável. Pela simples razão de que os organizadores, pessoas com evidentes responsabilidades políticas, sabem, ou têm obrigação de saber, que existem opiniões discordantes das teses que foram ali defendidas. Ora, em lugar de promoverem o debate e o confronto de opiniões, para esclarecimento dos deputados, que bem precisam de ser esclarecidos, acerca deste como de muitos outros assuntos sobre os quais votam leis da nação, seleccionaram um conjunto de oradores que defendem todos a mesma visão do assunto e promoveram uma sessão – já é a segunda - que só pode ser encarada como uma espécie de ritual de auto-persuassão.
Alguém terá de explicar aos nossos deputados que, em Ciência, o cepticismo não é um pecado, mas sim uma virtude.
No dia 1 de Julho de 2008 realizou-se na Sala do Senado, na Assembleia da República, a "2ª Conferência Internacional Sobre Alterações Climáticas e Segurança Energética", organizada pela Comissão Parlamentar de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território.
A entrada era livre, mas a sala não se encontrava tão preenchida como a organização certamente desejaria. Tratando-se de uma sessão de esclarecimento destinada sobretudo aos deputados, seria de esperar uma maior participação dos mesmos, mas, como foi assinalado pelo presidente da Comissão, e da mesa, as actividades que entretanto decorriam não permitiram uma maior presença dos parlamentares.
A sessão, que se prolongou por todo o dia, foi aberta por Jaime Gama, Presidente da AR e contou com a presença de membros do Governo, como Manuel Pinho, Ministro da Economia, durante a manhã, Nunes Correia, Ministro do Ambiente, da parte da tarde e Humberto Rosa, Secretário de Estado do Ambiente, na sessão de encerramento.
Como moderadores passaram pela mesa, os jornalistas José Rodrigues dos Santos (RTP), Ricardo Garcia (Público) e Pedro Pinto (TVI).
Na sessão de encerramento, a mesa foi preenchida por um conjunto de deputados, um por cada formação partidária da AR, os quais tiveram também a oportunidade de apresentar os seus pontos de vista (posição dos respectivos partidos?).
No total, verificou-se a intervenção de 18 oradores portugueses e de 4 oradores estrangeiros. Com excepção do deputado do PCP, que optou por uma abordagem diferente (os capitalistas é que arranjaram o problema, os capitalistas que o resolvam…) todos os oradores coincidiram numa tónica alarmista, chamando a atenção para as consequências catastróficas e irreversíveis do aquecimento global, que consideram ser ocasionado pelas emissões de dióxido de carbono de origem antropogénica. Não foram ouvidas novidades. Ao fim e ao cabo, todos os oradores replicaram, de uma maneira ou de outra, as teses defendidas no livro/filme de Al Gore.
No período de debate, bastante curto e já sobre o fim da tarde, fizeram-se ouvir as opiniões de alguns cidadãos presentes, que incidiram, principalmente, sobre questões energéticas, em particular sobre a possibilidade de se instalarem centrais nucleares em Portugal - instalações não emissores de dióxido de carbono - uma hipótese de imediato rebatida por alguns dos oradores presentes.
Tratou-se portanto, de uma sessão virada sobre si própria, em que os participantes se encontravam irmanados num conjunto de opiniões comuns. Houve mesmo um orador que declarou não lhe passar pela cabeça que alguém pudesse discordar das teses do aquecimento global. Certamente não receava oposição.
Por isso é necessário dizer que se tratou de um evento criticável. Pela simples razão de que os organizadores, pessoas com evidentes responsabilidades políticas, sabem, ou têm obrigação de saber, que existem opiniões discordantes das teses que foram ali defendidas. Ora, em lugar de promoverem o debate e o confronto de opiniões, para esclarecimento dos deputados, que bem precisam de ser esclarecidos, acerca deste como de muitos outros assuntos sobre os quais votam leis da nação, seleccionaram um conjunto de oradores que defendem todos a mesma visão do assunto e promoveram uma sessão – já é a segunda - que só pode ser encarada como uma espécie de ritual de auto-persuassão.
Alguém terá de explicar aos nossos deputados que, em Ciência, o cepticismo não é um pecado, mas sim uma virtude.
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