quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Tabefe

O Árctico acaba de dar um tabefe sem mão a todos aqueles que o davam como morto dentro de pouco tempo. Com quase um mês de antecedência em relação à data do pico anual, o mar gelado já atingiu praticamente um valor igual ao máximo que alcançou em 2007.

O mínimo do ano passado, com nova abertura da Passagem do Noroeste, foi aproveitado para anunciar – através de uma regra de três simples – o fim próximo do mar gelado do Árctico. Tudo por gente mal formada que gosta de aterrorizar.

Sabe-se que no século XX houve pelo menos as seguintes cinco travessias de barco daquela Passagem (não há registo de travessias realizadas pelos soviéticos):

a) 1903/1904 Pelos navegadores Nansen e Amundsen ,
b) 1940 Pelo St. Roch da Polícia Canadiana no período quente de 1910-1940,
c) 1957 Pelo Storis da United States Coast Guard (USCG),
d) 1969 Pelo Manhatten da USCG,
e) 1985 Pelo quebra-gelo Polar Sea da USCG.

Mas, a dinâmica do Árctico foi sempre insensível a qualquer das travessias. Incluindo a de 2007. A situação alcançada no dia 5 de Fevereiro de 2008 está registada na Fig. 103. A anomalia total aproximou-se do valor zero (área igual ao valor médio do período 1979-2000).

Os leitores podem fazer um exercício de avaliação da contribuição de cada uma das regiões para aquela anomalia. A averiguação deve utilizar a página Cryosphere Today da Universidade de Illinois.

A investigação deve ser feita pela orientação colorida do mapa correspondente às regiões designadas por:

Arctic Basin, Bering Sea, St. Lawrence, Baffin/Newfoundland Bay, Greenland Sea, Barents Sea, Kara Sea, Laptev Sea, East Siberia Sea, Chuckchi Sea, Beaufort Sea, Canadian Archipelago, Hudson Bay e Sea of Okhotsk.

Desse modo encontram-se as anomalias com que cada uma delas contribuiu para a soma total de aproximadamente menos meio milhão de metros quadrados.

Aquela anomalia negativa concentrou-se praticamente nas regiões de Barents Sea, Greenland Sea e Kara Sea.

Por que motivo isso aconteceu? Pois foi na parte oriental do Árctico que penetraram as massas de ar quente e o calor oceânico.

O ar proveio do retorno à região boreal das depressões que se desprenderam dos anticiclones móveis polares ou do que sobrevoou os AMP. O calor oceânico foi transportado pela corrente termohalina.

Quando será que terminam as mentiras sobre o Árctico e se passa a falar verdade? O mesmo acontece com a Gronelândia que está saudável, contrariamente às mentiras correntes. Os ursos-polares devem rir-se de tantas intrujices (quackeries) algorianas.

O charlatão internacional Al Gore e os seus semelhantes nacionais como Filipe Duarte Santos usam uma técnica refinada de terrorismo climático. Para eles o presumível aquecimento global seria mau para tudo o que é bom (extinguiria ursos, p.e.) e bom para tudo o que é mau (desenvolveria carraças, pulgas e dengues, p.e.).

Sobre a região do Árctico foi recentemente publicado o artigo “Grudd, H. 2008. Torneträsk tree-ring width and density AD 500–2004: a test of climatic sensitivity and a new 1500-year reconstruction of north Fennoscandian summers. Climate Dynamics, DOI 10.1007/s00382-007-0358-2” analisado no blogue World Climate Report.