O que os gráficos dizem
O leitor Osvaldo Lucas contribuiu com uma análise parcial sobre o documento do IPCC designado "Frequently Asked Questions" (FAQ). As FAQ fazem parte do 4º Relatório de Avaliação do IPCC (4AR). Foram elaboradas pelo Grupo de Trabalho 1 (WG1).
«Observe-se com atenção a Fig. OL1, que faz parte integrante da Fig. 1. (pág. 12) do capítulo 3.1 das FAQ. Podem-se extrair as seguintes conclusões (os dados admitem-se verdadeiros como é óbvio):
- As temperaturas têm aumentado desde 1860 até à actualidade cerca de 0,5ºC/século.
- As linhas rectas indicam que o crescimento da temperatura é mais pronunciado nos anos mais recentes.
Veja-se agora a Fig. OL2 extraída do mesmo Relatório do IPCC (sub-capitulo 9.2, Fig. 1, pág. 29 das FAQ). Analisa-se apenas a figura “Global” que se situa à esquerda.
Agora podem-se extrair as seguintes conclusões (continuamos a admitir os dados como verdadeiros):
- As temperaturas têm aumentado desde 1900 até à actualidade cerca de 0,5ºC/século.
- Os modelos matemáticos utilizados (a cor-de-rosa) seguem aproximadamente, ou se preferir, de modo razoável, as temperaturas registadas.
- Se nos modelos retirarmos os “componentes” de origem antropogénica – basicamente o aumento de CO2 atmosférico – que influenciam o clima a temperatura teria sido constante, sem alterações significativas à escala dos gráficos.
Em conclusão, e baseado apenas nestes gráficos, poderíamos constatar que existiu um aquecimento global da Terra devido ao aumento do CO2 na atmosfera, e que este aquecimento é cada vez mais pronunciado.
Será assim? Vejamos mais em pormenor.
No primeiro gráfico (Fig. OL1) as linhas rectas indicam as variações de temperatura para vários períodos de tempo. As últimas rectas, para períodos mais recentes, são, no mínimo, de utilidade duvidosa pela razão de serem períodos muito curtos. Mais: se este relatório tivesse sido emitido em 1980/85, as duas últimas rectas teriam declives nulos/negativos.
O segundo gráfico (Fig. OL2) apresenta o que aconteceria se não tivéssemos libertado bastante CO2 para a atmosfera (passou-se de 280 ppm para 380 ppm - partes por milhão em volume).
Mas será que podemos ter alguma confiança nesta afirmação? Afinal não podemos voltar a antes da Revolução Industrial, não inventar a máquina a vapor e seguintes, chegar a 2000 e confirmar o que efectivamente aconteceu.
Mas…e os modelos matemáticos? Não serão “bons” nas projecções que fazem?
Não sei, mas se forem bons deveriam indicar o que aconteceu de verdade entre, digamos, 1800 e 2000.
Ou seja compreendendo períodos onde a concentração de CO2 teria tido uma evolução muito lenta (1800-1900) e quando “estragámos a festa” com a libertação maciça de CO2 (1900-2000). Bolas! Esqueceram-se de prolongar o gráfico e as projecções até 1800!»
O que Osvaldo Lucas pretende salientar é mais um artifício (esperteza saloia) do IPCC. Este pretende demonstrar, através de modelos, que só a libertação de CO2 antropogénico justifica os resultados da aplicação dos modelos. É o caso da Fig. OL2.
Afinal, o IPCC ignora que o erro está nos modelos. Não na Natureza. Nem isso percebe. Ou não quer perceber? Além disso, é caso para indagar qual a razão para que um relatório datado de 2007 não apresente valores para além do ano 2000 (a Fig. OL2 é flagrante). É no mínimo estranho.
Os documentos do IPCC são áridos. São um deserto de ideias. Podiam resumir-se a “CO2 e temperaturas”. Poupavam papel, bits e tempo perdido a lê-los. O título desta nota é de Osvaldo Lucas. Mas também podia ser “O que os gráficos do IPCC não dizem”.
«Observe-se com atenção a Fig. OL1, que faz parte integrante da Fig. 1. (pág. 12) do capítulo 3.1 das FAQ. Podem-se extrair as seguintes conclusões (os dados admitem-se verdadeiros como é óbvio):
- As temperaturas têm aumentado desde 1860 até à actualidade cerca de 0,5ºC/século.
- As linhas rectas indicam que o crescimento da temperatura é mais pronunciado nos anos mais recentes.
Veja-se agora a Fig. OL2 extraída do mesmo Relatório do IPCC (sub-capitulo 9.2, Fig. 1, pág. 29 das FAQ). Analisa-se apenas a figura “Global” que se situa à esquerda.
Agora podem-se extrair as seguintes conclusões (continuamos a admitir os dados como verdadeiros):
- As temperaturas têm aumentado desde 1900 até à actualidade cerca de 0,5ºC/século.
- Os modelos matemáticos utilizados (a cor-de-rosa) seguem aproximadamente, ou se preferir, de modo razoável, as temperaturas registadas.
- Se nos modelos retirarmos os “componentes” de origem antropogénica – basicamente o aumento de CO2 atmosférico – que influenciam o clima a temperatura teria sido constante, sem alterações significativas à escala dos gráficos.
Em conclusão, e baseado apenas nestes gráficos, poderíamos constatar que existiu um aquecimento global da Terra devido ao aumento do CO2 na atmosfera, e que este aquecimento é cada vez mais pronunciado.
Será assim? Vejamos mais em pormenor.
No primeiro gráfico (Fig. OL1) as linhas rectas indicam as variações de temperatura para vários períodos de tempo. As últimas rectas, para períodos mais recentes, são, no mínimo, de utilidade duvidosa pela razão de serem períodos muito curtos. Mais: se este relatório tivesse sido emitido em 1980/85, as duas últimas rectas teriam declives nulos/negativos.
O segundo gráfico (Fig. OL2) apresenta o que aconteceria se não tivéssemos libertado bastante CO2 para a atmosfera (passou-se de 280 ppm para 380 ppm - partes por milhão em volume).
Mas será que podemos ter alguma confiança nesta afirmação? Afinal não podemos voltar a antes da Revolução Industrial, não inventar a máquina a vapor e seguintes, chegar a 2000 e confirmar o que efectivamente aconteceu.
Mas…e os modelos matemáticos? Não serão “bons” nas projecções que fazem?
Não sei, mas se forem bons deveriam indicar o que aconteceu de verdade entre, digamos, 1800 e 2000.
Ou seja compreendendo períodos onde a concentração de CO2 teria tido uma evolução muito lenta (1800-1900) e quando “estragámos a festa” com a libertação maciça de CO2 (1900-2000). Bolas! Esqueceram-se de prolongar o gráfico e as projecções até 1800!»
O que Osvaldo Lucas pretende salientar é mais um artifício (esperteza saloia) do IPCC. Este pretende demonstrar, através de modelos, que só a libertação de CO2 antropogénico justifica os resultados da aplicação dos modelos. É o caso da Fig. OL2.
Afinal, o IPCC ignora que o erro está nos modelos. Não na Natureza. Nem isso percebe. Ou não quer perceber? Além disso, é caso para indagar qual a razão para que um relatório datado de 2007 não apresente valores para além do ano 2000 (a Fig. OL2 é flagrante). É no mínimo estranho.
Os documentos do IPCC são áridos. São um deserto de ideias. Podiam resumir-se a “CO2 e temperaturas”. Poupavam papel, bits e tempo perdido a lê-los. O título desta nota é de Osvaldo Lucas. Mas também podia ser “O que os gráficos do IPCC não dizem”.
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