quarta-feira, janeiro 03, 2007

Lamentos

Os leitores de Mitos Climáticos estão atentos. Protestam contra a paranóia do «global warming», que se intensificou no fim de 2006 até atingir níveis realmente alarmistas.

Primeiro foi o Expresso que, ridiculamente, considerou Al Gore como o homem do ano. O Público, como sempre, distinguiu-se pela asneira, com um Suplemento intitulado “Salvar a Terra – Ainda vamos a tempo? Uma guerra para recomeçar em 2007”.

Este exército de salvadores da Terra está sempre pronto para a guerra. Quem nos salvará de tais salvadores? Dizem eles que o planeta é frágil quando frágeis são os seus argumentos. E o que dizer da dúvida aterradora do Público: “Ainda vamos a tempo?” E se não forem a tempo, o que acontecerá?

Mas não são só estes representantes da comunicação social que se prestam a desinformar o público. Pelo mesmo diapasão alinham-se o Diário de Notícias, o Diário Digital e as televisões (qual delas pior?)…

Um dos leitores enviou uma mensagem com o Assunto “2007 ano mais quente”. O anexo do Público.online dizia que, segundo o cientista Phil Jones, “2007 será um ano de condições climatéricas extremas, que poderão originar, por exemplo, secas na Indonésia e inundações na Califórnia”. Repare-se no tempo do verbo da notícia: “poderão”? Este uso coloca-os prevenidos para qualquer falhanço. Com o verbo me enganes tu…

Phil Jones é o autor da base de dados das temperaturas médias globais que é utilizada pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Intergovernmental Panel on Climate Change.

Mas ele nunca fornece a metodologia utilizada para aquela determinação a quem a pedir. O argumento usado, por Phil Jones, para fugir às suas responsabilidades é que "quem solicita o conhecimento dessa metodologia deve ser para o criticar"!

Assim, não fornece nem a metodologia nem a base de dados. Com esta gente não há nada a fazer…É tudo muito secreto. E quem levanta dúvidas deve estar a soldo das indústrias. Esta sábia conclusão começa a ser um tique do tipo siciliano.

Outro leitor chama a atenção para o que diz o Diário de Notícias.online: “(...) a última conferência da ONU sobre o clima (a COP 12), que reuniu dirigentes de 180 países no Quénia, em Novembro, conseguiu consensos sobre alguns pontos importantes considerados difíceis. Entre eles, a criação do primeiro imposto global para um Fundo de Adaptação no combate ao aquecimento global. O fundo está decidido, resta encontrar a entidade internacional que vai geri-lo. (...)”

Conclui, correctamente, o leitor: “Por aqui se percebe o que realmente está em causa: criar novos impostos ou aceder a uma boa fatia dos existentes para benefício de alguns espertalhões.” O título da sua mensagem era: “Caem as máscaras”. Bem escolhido.

Esta histeria deverá atingir o clímax em Fevereiro de 2006. Nessa altura o IPCC apresentará em Paris a sua quarta versão do apocalipse (Fourth Assessment Report - 4AR). O Público já deu uma antevisão desta maravilha. Aliás copiou do espanhol El País. Reproduzem-se uns aos outros, mecanicamente, com frases e palavras desprovidas de sentido…

A dita cuja “notícia” dizia que foram 2500 cientistas os autores do 4AR. Enfim, já é um desconto pois nas versões apocalípticas anteriores falava-se em 3000. Anunciar milhares de cientistas pretende dar credibilidade a um documento que de científico só tem o nome.

Feito o balanço, devem ser 2400 burocratas indicados pelos governos (como o português). Apenas 90 modeladores que representam os “yesman” do núcleo duro do grupo de 10 que tomou conta do poder de decisão do IPCC.

Ninguém fala verdade. Até o princípio jornalístico do contraditório (dar voz ao outro lado) é ignorado por esta gente que está sempre a encher a boca com os princípios da deontologia profissional.

A verdade é escondida dos leitores, dos ouvintes, dos telespectadores, da opinião pública. Quem tomou conhecimento da queda de neve e das temperaturas negativas recentes no Médio Oriente: na Arábia Saudita, na Turquia, no Irão, no Iraque e no Egipto?

No dia 30 de Dezembro de 2006, o termómetro desceu até – 5 ºC em cima dos poços de petróleo da Arábia Saudita. Mais notável ainda, no Irão registaram-se temperaturas negativas de até – 29,4 ºC! Em Bagdade registou-se 0 (zero) graus Celsius.

Mas tais notícias são peneiradas nas redacções do Expresso, do Público e quejandos meios de desinformação – nelas só passam notícias que corroboram a sua histeria alarmista.