O erro de Miguel Sousa Tavares
Por Jorge Pacheco de Oliveira
Na edição do semanário Expresso de 24/01/2008, Miguel Sousa Tavares (MST) escreveu um artigo intitulado “O fim de um pesadelo” no qual se congratula pela chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos da América e aproveita a oportunidade para manifestar e justificar toda a sua satisfação e alívio pela saída de George W. Bush.
Entre os vários argumentos de MST contra George Bush, destaco a seguinte passagem do artigo:
“Mandou falsificar relatórios científicos sobre o estado alarmante do clima e da poluição à escala planetária para melhor seguir uma política ambiental e energética de predador, em benefício dos seus amigos do petróleo”.
Esta afirmação não corresponde à verdade. Mas antes de aprofundar o meu comentário, devo começar por dizer que simpatizo com MST pela forma corajosa e frontal com que costuma abordar temas polémicos, tanto nos jornais como na televisão, embora nem sempre esteja de acordo com ele.
Para além de outras questões, que não vale a pena agora mencionar, estou em desacordo com MST, obviamente, no que respeita às posições que ele tem revelado em relação à questão do aquecimento global.
Em todo o caso considero que a posição de MST é idêntica à de muitas outras pessoas que, não sendo especialistas, nem tendo interesses pessoais no assunto, estão honestamente convencidas do fundamento da teoria dominante.
De facto, a teoria do anthropogenic global warming é profusamente disseminada pelos órgãos de comunicação social, que não se cansam de referir o suposto consenso de milhares de cientistas, levando muitas pessoas de boa-fé a acreditar que se trata de uma verdadeira teoria científica.
Em consequência, essas pessoas são levadas a sentir uma justificada preocupação relativamente a eventuais e perigosas alterações climáticas provocadas pela acção do Homem, devido à produção de energia com recurso aos combustíveis fósseis.
Todavia, as pessoas de boa-fé não podem adoptar a atitude imprudente de acreditar em tudo o que lhes é apresentado sob a capa de teoria científica. Pela simples razão de que mesmo as verdadeiras teorias científicas estão sujeitas a erro e, acima de tudo, devem ser obrigatoriamente submetidas ao contraditório.
Em particular, quando se observa uma componente de alarmismo na divulgação de qualquer teoria, maiores serão as razões para se ficar de pé atrás. Ao longo da História, muitos são os exemplos de medos e terrores que se procuram infundir nas populações para alguém daí retirar poder e proveitos materiais.
A teoria do anthropogenic global warming possui todos os requisitos para merecer, no mínimo, uma recomendável atitude de prudência, para já não dizer cepticismo. A começar pelo facto de a generalidade da comunicação social portuguesa muito raramente publicar seja o que for que contradiga a teoria dominante. Sempre sensível a manipulações e sendo ele próprio um homem da comunicação social, MST deveria estar mais atento a tal circunstância.
Não terá parecido estranho a MST que, no decurso desta vaga de frio e de nevões, em praticamente todo o Hemisfério Norte, ninguém da comunidade científica nacional tenha aparecido na nossa comunicação social a interrogar-se acerca do que se passa com a teoria, quando, em contrapartida, ao mais pequeno assomo de calor se levantam tantas vozes a avisar dos perigos do anthropogenic global warming ?
Ora, a afirmação de MST aqui citada indicia uma possível fonte, concretamente, o livro de Al Gore. De facto, na página 164 do livro “An Inconvenient Truth” são feitas acusações a George W. Bush que parecem estar na origem da ideia que MST veicula naquela passagem do seu artigo. Repare-se no que escreve Al Gore :
Uma das principais fontes de desinformação respeitantes ao aquecimento global tem sido a Casa Branca de Bush-Cheney... No início de 2001 o Presidente Bush contratou um advogado/lobista chamado Phillip Cooney para ficar encarregado da política ambiental da Casa Branca.
Apesar de Cooney não possuir quaisquer conhecimentos científicos foi mandatado pelo Presidente para rever e censurar os estudos oficiais sobre o aquecimento global efectuados pela Agência de Protecção Ambiental e outros departamentos do governo federal.
Estes parágrafos foram retiradas do livro editado em Portugal pela Booknomics, em Maio de 2008, intitulado “A Ficção Científica de Al Gore”, a versão portuguesa de um trabalho de Marlo Lewis Jr., que por sinal não é cientista nem especialista em climatologia, mas que, apoiado em inúmeros trabalhos de cientistas, dedicou um esforço notável a desmascarar as fantasias de Al Gore.
No Capítulo 18, “Bush e o Aquecimento Global”, Marlo Lewis Jr. desmente categoricamente aquelas asserções de Al Gore e procura esclarecer os leitores acerca do que verdadeiramente se passou.
Seria longo e fastidioso reproduzir aqui o texto de Marlo Lewis Jr., mas os leitores interessados têm a edição portuguesa do trabalho de Lewis à disposição nas livrarias.
Faria bem a MST ler este livro. Como personalidade mediática que é, e pronunciando-se frequentemente, acredito que de boa-fé mas de forma errada, acerca da questão do anthropogenic global warming, julgo que MST justificaria que o editor da Booknomics, agora Bnomics, lhe fizesse chegar um exemplar.
Na edição do semanário Expresso de 24/01/2008, Miguel Sousa Tavares (MST) escreveu um artigo intitulado “O fim de um pesadelo” no qual se congratula pela chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos da América e aproveita a oportunidade para manifestar e justificar toda a sua satisfação e alívio pela saída de George W. Bush.
Entre os vários argumentos de MST contra George Bush, destaco a seguinte passagem do artigo:
“Mandou falsificar relatórios científicos sobre o estado alarmante do clima e da poluição à escala planetária para melhor seguir uma política ambiental e energética de predador, em benefício dos seus amigos do petróleo”.
Esta afirmação não corresponde à verdade. Mas antes de aprofundar o meu comentário, devo começar por dizer que simpatizo com MST pela forma corajosa e frontal com que costuma abordar temas polémicos, tanto nos jornais como na televisão, embora nem sempre esteja de acordo com ele.
Para além de outras questões, que não vale a pena agora mencionar, estou em desacordo com MST, obviamente, no que respeita às posições que ele tem revelado em relação à questão do aquecimento global.
Em todo o caso considero que a posição de MST é idêntica à de muitas outras pessoas que, não sendo especialistas, nem tendo interesses pessoais no assunto, estão honestamente convencidas do fundamento da teoria dominante.
De facto, a teoria do anthropogenic global warming é profusamente disseminada pelos órgãos de comunicação social, que não se cansam de referir o suposto consenso de milhares de cientistas, levando muitas pessoas de boa-fé a acreditar que se trata de uma verdadeira teoria científica.
Em consequência, essas pessoas são levadas a sentir uma justificada preocupação relativamente a eventuais e perigosas alterações climáticas provocadas pela acção do Homem, devido à produção de energia com recurso aos combustíveis fósseis.
Todavia, as pessoas de boa-fé não podem adoptar a atitude imprudente de acreditar em tudo o que lhes é apresentado sob a capa de teoria científica. Pela simples razão de que mesmo as verdadeiras teorias científicas estão sujeitas a erro e, acima de tudo, devem ser obrigatoriamente submetidas ao contraditório.
Em particular, quando se observa uma componente de alarmismo na divulgação de qualquer teoria, maiores serão as razões para se ficar de pé atrás. Ao longo da História, muitos são os exemplos de medos e terrores que se procuram infundir nas populações para alguém daí retirar poder e proveitos materiais.
A teoria do anthropogenic global warming possui todos os requisitos para merecer, no mínimo, uma recomendável atitude de prudência, para já não dizer cepticismo. A começar pelo facto de a generalidade da comunicação social portuguesa muito raramente publicar seja o que for que contradiga a teoria dominante. Sempre sensível a manipulações e sendo ele próprio um homem da comunicação social, MST deveria estar mais atento a tal circunstância.
Não terá parecido estranho a MST que, no decurso desta vaga de frio e de nevões, em praticamente todo o Hemisfério Norte, ninguém da comunidade científica nacional tenha aparecido na nossa comunicação social a interrogar-se acerca do que se passa com a teoria, quando, em contrapartida, ao mais pequeno assomo de calor se levantam tantas vozes a avisar dos perigos do anthropogenic global warming ?
Ora, a afirmação de MST aqui citada indicia uma possível fonte, concretamente, o livro de Al Gore. De facto, na página 164 do livro “An Inconvenient Truth” são feitas acusações a George W. Bush que parecem estar na origem da ideia que MST veicula naquela passagem do seu artigo. Repare-se no que escreve Al Gore :
Uma das principais fontes de desinformação respeitantes ao aquecimento global tem sido a Casa Branca de Bush-Cheney... No início de 2001 o Presidente Bush contratou um advogado/lobista chamado Phillip Cooney para ficar encarregado da política ambiental da Casa Branca.
Apesar de Cooney não possuir quaisquer conhecimentos científicos foi mandatado pelo Presidente para rever e censurar os estudos oficiais sobre o aquecimento global efectuados pela Agência de Protecção Ambiental e outros departamentos do governo federal.
Estes parágrafos foram retiradas do livro editado em Portugal pela Booknomics, em Maio de 2008, intitulado “A Ficção Científica de Al Gore”, a versão portuguesa de um trabalho de Marlo Lewis Jr., que por sinal não é cientista nem especialista em climatologia, mas que, apoiado em inúmeros trabalhos de cientistas, dedicou um esforço notável a desmascarar as fantasias de Al Gore.
No Capítulo 18, “Bush e o Aquecimento Global”, Marlo Lewis Jr. desmente categoricamente aquelas asserções de Al Gore e procura esclarecer os leitores acerca do que verdadeiramente se passou.
Seria longo e fastidioso reproduzir aqui o texto de Marlo Lewis Jr., mas os leitores interessados têm a edição portuguesa do trabalho de Lewis à disposição nas livrarias.
Faria bem a MST ler este livro. Como personalidade mediática que é, e pronunciando-se frequentemente, acredito que de boa-fé mas de forma errada, acerca da questão do anthropogenic global warming, julgo que MST justificaria que o editor da Booknomics, agora Bnomics, lhe fizesse chegar um exemplar.
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