Uma saída para a crise energética
Quando a UE fala de “luta contra as alterações climáticas” o que na verdade está a discutir são políticas energéticas. Trata-se, contudo, de uma discussão altamente enviesada por adoptar o filtro falso do suposto aquecimento global.
Este filtro, além de ser baseado na ficção do aquecimento global, provoca gravíssimas confusões, distorções e erros de política energética.
Verifica-se que historicamente a Comissão Europeia nunca acertou numa política energética comum. Teve apenas slogans erráticos:
1) “Tudo petróleo” (apareceram os choques petrolíferos de 1974 e 1979);
2) “Tudo nuclear” (sucedeu o desastre de Chernobyl);
3) “Tudo carvão” (criou o pânico do «global warming»);
4) “20/20/20” (criou mais dependências externas – vide plano).
Na fase 2) a CE aprovou uma norma que proibia o uso do gás natural (naturalmente da ex-URSS) na produção exclusiva de electricidade. Ainda que pelos motivos errados (de ordem geopolítica) esta talvez fosse a única decisão acertada: queimar gás natural para produzir exclusivamente electricidade é um erro económico grave, como se verá a seguir quando se apontar uma possível saída para a crise.
Presentemente, desenha-se uma luta tremenda entre o nuclear e o carvão. Qualquer deles com oposição do movimento ambientalista radical. Para o carvão ainda se perspectiva a captura e o armazenamento do dióxido de carbono. Esta ideia é uma esquisitice desnecessária, cara e demorada de implementar.
Na realidade, tanto o nuclear como o carvão “limpo” são opções de promoção lenta. De crise em crise, e talvez à revelia da DGTREN – Direcção Geral de Transportes e Energia, de Bruxelas, os países da UE irão caminhando muito vagarosamente para uma solução que os alemães – inteligentemente e sem dar cavaco a Bruxelas – já estão a preparar há muito:
1) O pouco petróleo ainda existente destinar-se-ia, essencialmente, para os transportes aéreos e marítimos e para as Forças Armadas;
2) O sector dos transportes viários deveria ser todo convertido tanto para o gás natural comprimido (GNC) como para o gás natural liquefeito (GNL, adequado para o transporte de longo curso). Para mais informação sobre este tópico ver APVGN;
3) A produção de electricidade teria como base o carvão seguido da energia nuclear (garantida a segurança das populações); as energias renováveis (hídrica, eólica) seriam residuais; as utopias imaturas do solar, das ondas, da fusão nuclear, etc., ficariam para as calendas gregas;
4) O sector doméstico e serviços recorreria – para o aquecimento e águas sanitárias – ao aproveitamento da energia solar (térmica). A energia solar fotovoltaica ficaria condicionada à sua evolução técnica e económica;
5) O sector industrial utilizaria uma mistura de formas de energia com recurso à co-geração (produção combinada de calor - força motriz - electricidade).
Em termos globais (Portugal é uma Maria que vai com as outras que não conta para a história) poderia ser esta uma solução no período de transição (os próximos 30 a 50 anos?) entre o paradigma energético actual até a um novo paradigma que não se sabe qual será.
Historicamente, a humanidade começou por utilizar a força muscular do próprio Homem, depois aprendeu a utilizar a força dos animais, a biomassa, os ventos e as quedas de água.
Em grande escala, a biomassa teve primazia até, aproximadamente, aos anos 1900. Passou, prioritariamente, para o carvão até cerca dos anos 1960. Deste transferiu para o petróleo que, desde esses anos 1960, continua a ser a principal fonte energética utilizada em larga escala.
Todas estas formas de energia apresentavam características comuns (na altura da sua introdução e expansão): abundantes, baratas e fáceis de armazenar para serem consumidas na altura mais oportuna. Foi deste modo que o ser humano se desenvolveu tal como é hoje conhecido nos países desenvolvidos.
Foi a energia que lhe permitiu aumentar a esperança de vida à nascença, lutar contra as doenças, alimentar-se convenientemente, instruir-se, melhorar as suas formas de trabalho, adaptar-se às contrariedades do clima, suportar as dificuldades de fenómenos extremos, aumentar a mobilidade, etc.
Foi a energia barata do petróleo que permitiu à humanidade multiplicar-se de forma tão assombrosa, hoje chegando aos 6,5 mil milhões de pessoas.
Não há nenhuma hipótese de saída do estado de miséria humana que não seja com o uso de grandes quantidades de energia. O subdesenvolvimento vence-se através da utilização de energia abundante, barata e armazenável. Tanto em África, como na Índia, como na China, a energia é e será sempre o produto fundamental para o desenvolvimento social e económico.
Afirmar que os africanos, por exemplo, podem sair do subdesenvolvimento através da abundante energia solar de que dispõem é uma hipocrisia. Ou que os indianos podem usar energia eólica para matar a fome é outra.
A humanidade anda à procura do novo paradigma. Quem sabe qual vai ser a nova forma de energia abundante, barata e armazenável necessária ao desenvolvimento social e económico da humanidade?
A energia é um produto histórico da humanidade. Quando se diz que determinada sociedade é muito dependente da energia do exterior é porque essa situação resultou de opções tomadas a priori. Se não se pretender depender do estrangeiro, reduza-se o nível de vida, diminua-se a qualidade de vida, etc.
Outro paradoxo é o das economias de energia. Por estranho que seja (vide Paradoxo de Jevons), um plano de poupanças de energia pode conduzir a um aumento do consumo total de energia.
O problema da energia não se resolve com slogans, tal como pretendem os dirigentes da UE. Resolve-se com decisões inteligentes e com uma perspectiva de longo prazo. Mudar uma infra-estrutura energética pode levar décadas. Não é o mesmo do que mudar de software. A transferência tecnológica de um determinado combustível para outro implica uma mudança dolorosa, em tempo e dinheiro.
Um problema sério que se intromete na decisão para a implementação de um sistema energético, além das objecções do movimento ambientalista radical – que é contra tudo e mais alguma coisa –, é o dos movimentos de cidadãos contra esta ou aquela forma de energia.
Não são só os aproveitamentos hidroeléctricos e termoeléctricos ou a energia nuclear para fins pacíficos que encontram obstáculos. Também os parques eólicos começam a ser contestados pelas populações como se verá no post seguinte.
Este filtro, além de ser baseado na ficção do aquecimento global, provoca gravíssimas confusões, distorções e erros de política energética.
Verifica-se que historicamente a Comissão Europeia nunca acertou numa política energética comum. Teve apenas slogans erráticos:
1) “Tudo petróleo” (apareceram os choques petrolíferos de 1974 e 1979);
2) “Tudo nuclear” (sucedeu o desastre de Chernobyl);
3) “Tudo carvão” (criou o pânico do «global warming»);
4) “20/20/20” (criou mais dependências externas – vide plano).
Na fase 2) a CE aprovou uma norma que proibia o uso do gás natural (naturalmente da ex-URSS) na produção exclusiva de electricidade. Ainda que pelos motivos errados (de ordem geopolítica) esta talvez fosse a única decisão acertada: queimar gás natural para produzir exclusivamente electricidade é um erro económico grave, como se verá a seguir quando se apontar uma possível saída para a crise.
Presentemente, desenha-se uma luta tremenda entre o nuclear e o carvão. Qualquer deles com oposição do movimento ambientalista radical. Para o carvão ainda se perspectiva a captura e o armazenamento do dióxido de carbono. Esta ideia é uma esquisitice desnecessária, cara e demorada de implementar.
Na realidade, tanto o nuclear como o carvão “limpo” são opções de promoção lenta. De crise em crise, e talvez à revelia da DGTREN – Direcção Geral de Transportes e Energia, de Bruxelas, os países da UE irão caminhando muito vagarosamente para uma solução que os alemães – inteligentemente e sem dar cavaco a Bruxelas – já estão a preparar há muito:
1) O pouco petróleo ainda existente destinar-se-ia, essencialmente, para os transportes aéreos e marítimos e para as Forças Armadas;
2) O sector dos transportes viários deveria ser todo convertido tanto para o gás natural comprimido (GNC) como para o gás natural liquefeito (GNL, adequado para o transporte de longo curso). Para mais informação sobre este tópico ver APVGN;
3) A produção de electricidade teria como base o carvão seguido da energia nuclear (garantida a segurança das populações); as energias renováveis (hídrica, eólica) seriam residuais; as utopias imaturas do solar, das ondas, da fusão nuclear, etc., ficariam para as calendas gregas;
4) O sector doméstico e serviços recorreria – para o aquecimento e águas sanitárias – ao aproveitamento da energia solar (térmica). A energia solar fotovoltaica ficaria condicionada à sua evolução técnica e económica;
5) O sector industrial utilizaria uma mistura de formas de energia com recurso à co-geração (produção combinada de calor - força motriz - electricidade).
Em termos globais (Portugal é uma Maria que vai com as outras que não conta para a história) poderia ser esta uma solução no período de transição (os próximos 30 a 50 anos?) entre o paradigma energético actual até a um novo paradigma que não se sabe qual será.
Historicamente, a humanidade começou por utilizar a força muscular do próprio Homem, depois aprendeu a utilizar a força dos animais, a biomassa, os ventos e as quedas de água.
Em grande escala, a biomassa teve primazia até, aproximadamente, aos anos 1900. Passou, prioritariamente, para o carvão até cerca dos anos 1960. Deste transferiu para o petróleo que, desde esses anos 1960, continua a ser a principal fonte energética utilizada em larga escala.
Todas estas formas de energia apresentavam características comuns (na altura da sua introdução e expansão): abundantes, baratas e fáceis de armazenar para serem consumidas na altura mais oportuna. Foi deste modo que o ser humano se desenvolveu tal como é hoje conhecido nos países desenvolvidos.
Foi a energia que lhe permitiu aumentar a esperança de vida à nascença, lutar contra as doenças, alimentar-se convenientemente, instruir-se, melhorar as suas formas de trabalho, adaptar-se às contrariedades do clima, suportar as dificuldades de fenómenos extremos, aumentar a mobilidade, etc.
Foi a energia barata do petróleo que permitiu à humanidade multiplicar-se de forma tão assombrosa, hoje chegando aos 6,5 mil milhões de pessoas.
Não há nenhuma hipótese de saída do estado de miséria humana que não seja com o uso de grandes quantidades de energia. O subdesenvolvimento vence-se através da utilização de energia abundante, barata e armazenável. Tanto em África, como na Índia, como na China, a energia é e será sempre o produto fundamental para o desenvolvimento social e económico.
Afirmar que os africanos, por exemplo, podem sair do subdesenvolvimento através da abundante energia solar de que dispõem é uma hipocrisia. Ou que os indianos podem usar energia eólica para matar a fome é outra.
A humanidade anda à procura do novo paradigma. Quem sabe qual vai ser a nova forma de energia abundante, barata e armazenável necessária ao desenvolvimento social e económico da humanidade?
A energia é um produto histórico da humanidade. Quando se diz que determinada sociedade é muito dependente da energia do exterior é porque essa situação resultou de opções tomadas a priori. Se não se pretender depender do estrangeiro, reduza-se o nível de vida, diminua-se a qualidade de vida, etc.
Outro paradoxo é o das economias de energia. Por estranho que seja (vide Paradoxo de Jevons), um plano de poupanças de energia pode conduzir a um aumento do consumo total de energia.
O problema da energia não se resolve com slogans, tal como pretendem os dirigentes da UE. Resolve-se com decisões inteligentes e com uma perspectiva de longo prazo. Mudar uma infra-estrutura energética pode levar décadas. Não é o mesmo do que mudar de software. A transferência tecnológica de um determinado combustível para outro implica uma mudança dolorosa, em tempo e dinheiro.
Um problema sério que se intromete na decisão para a implementação de um sistema energético, além das objecções do movimento ambientalista radical – que é contra tudo e mais alguma coisa –, é o dos movimentos de cidadãos contra esta ou aquela forma de energia.
Não são só os aproveitamentos hidroeléctricos e termoeléctricos ou a energia nuclear para fins pacíficos que encontram obstáculos. Também os parques eólicos começam a ser contestados pelas populações como se verá no post seguinte.
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