quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Trocas meridionais (8)

Marcel Leroux (Estocolmo, 11-12 Set. 2006, trad. Rui G. Moura)
(continuação - finalização)
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8 – Conclusão

Façamos uma avaliação resumida das alterações observadas:

- O Árctico não está a aquecer, mas simultaneamente a aquecer e a arrefecer. Indubitavelmente, as trocas meridionais de ar são responsáveis pela distribuição dos campos térmicos;

- O Antárctico não está a aquecer, mas também a aquecer e a arrefecer. Aquece, particularmente, na área da Península do Antárctico por motivo das advecções do ar quente que retorna ao Sul;

- A pressão atmosférica de superfície está a crescer nas áreas cobertas pelos «anticiclones subtropicais». Isto é, pelas Aglutinações Anticiclónicas, formadas e reforçadas pela fusão de AMP potentes.

- Uma tal subida da pressão é, óbvia e fisicamente, uma antinomia do presumido «global warming». O «global warming», pelo contrário, a existir, faria baixar a pressão atmosférica. [A teoria do efeito de estufa antropogénico fica refutada através da evolução real da pressão atmosférica observada e que a contraria – NT.]

- Sobre os continentes, as Aglutinações Anticiclónicas, não permanentes mas mais frequentes, especialmente durante o Inverno, provocam estabilidades anticiclónicas, frio e calor (dependente da estação sazonal), sem precipitação (seca, mesmo) e sem queda de neve.

- O tempo tornou-se mais violento e mais irregular, com tempestades e ventos fortes, ligado a AMP potentes que desviam mais calor sensível e latente dos trópicos para os Pólos.

- Na zona tropical, nenhuma relação liga a evolução dos ciclones com a temperatura. A seca (como a existente na área Subsariana) está associada à penetração das condições anticiclónicas (que estreitam a zona) e ao empobrecimento do potencial precipitável de água.

Todas estas alterações do clima, e outras não evocadas nesta comunicação, como por exemplo o El Niño (Leroux, 2005), são fisicamente determinadas pelas dinâmicas das trocas meridionais de ar e de energia, mais intensas a partir dos anos 1970.

As alterações transmitidas pela circulação geral, funcionando sempre com os mesmos processos, diferem apenas na intensidade mas não na sua natureza.

Portanto, o clima não é «caótico» mas, pelo contrário, é um fenómeno estritamente bem organizado. O clima não é «desordenado» e está longe de se estar a aproximar do Juízo Final.

A Terra não está a aquecer «globalmente». A famosa curva do IPCC da temperatura média «global» [anual] não tem qualquer significado climático. É apenas um simples índice. Revela somente a intensidade das transferências de calor das baixas latitudes para as latitudes elevadas.

Em nenhum momento, e em nenhum fenómeno [atrás descrito], tivemos de evocar um «suposto» efeito de estufa [natural ou antropogénico], como faz o IPCC, a fim de explicar a fenomenologia climática.

Consequentemente, o proclamado «aquecimento global» não é mais do que um mito, e o sempre eterno recurso ao par EE/CO2 [efeito de estufa/dióxido de carbono] não é mais do que uma fraude.

[O autor utiliza a palavra trickery que foi traduzida por fraude.]

Como se explica, então, um «sucesso» enorme para esta impostura? E qual a razão pela qual, o 4º relatório do IPCC, de 2007, desnecessário e cientificamente ultrajante, não deixará de ser publicado?

Há alguma teoria da «conspiração»? Sim, certamente, e oficialmente, para alguns políticos, grupos financeiros, medias, IPCC, e certos países onde foi imposta uma doutrina oficial (como em França…).

Qualquer um devia saber isso! No todo deste conjunto há quem saiba que não se trata de uma matéria científica. Mas [também sabem] que os interesses materiais em jogo (frequentemente pessoais) são enormes!

E os cientistas como se comportam? A climatologia é dominada presentemente pelos modeladores, convencidos que os seus modelos são a oitava maravilha do Mundo e que não podem errar, mesmo quando refutados pelos factos reais.

Muitos «climatologistas» têm uma fé absoluta, e muitas vezes ingénua, nos modelos. Mesmo (e, certamente, mais até) quando não são propriamente especialistas de modelação.

Um deles, por exemplo, escreveu recentemente: «Todos os modelos de circulação geral usados, nas avaliações, pelo IPCC e pela ACIA, contêm os processos físicos básicos necessários para descrever os processos verticais e horizontais de advecção».

No entanto, e apesar de uma tal fé cega, os resultados mostram, sem nenhuma ambiguidade, que aquela afirmação está longe de ser verdadeira. Não é verdadeira porque os tais modelos não são baseados nos processos das dinâmicas reais.

A observação dos factos reais, considerada frequentemente como subjectiva e de menor importância, não é a preocupação principal dos “teóricos” e dos modeladores! Mais frequentemente, eles não são propriamente meteorologistas e manifestam uma forte «aversão» pelas imagens dos satélites e pelos mapas sinópticos. Por outras palavras, têm aversão à análise cuidadosa e perceptível dos fenómenos meteorológicos reais!

É como se um geólogo ou geomorfólogo pretendesse praticar a sua especialidade sem nenhum trabalho de campo! Em resumo, eles só podem odiar … o conceito de AMP … Rejeitam-no apressadamente (será uma reacção de sobrevivência?) como uma ideia tão perturbante!

A climatologia (que não pode ser confundida com a poluição) devia ter mais que fazer do que perder horas e dinheiro com cenários como o do filme das predições astrológicas do ano 2100.

A polarização em miragens hipotéticas actua como se colocassem palas para se não ver a evolução real do clima. O clima está a mudar como mudou sempre visto que a mudança é própria do clima.

Mas, o «IPCC e os modeladores» ignoram deliberadamente a evolução real do clima e não tentam perceber a verdadeira natureza das mudanças. Um momento decisivo e fundamental aconteceu nos anos 1970.

Mas a causa dessa mudança brusca é ainda desconhecida. Por essa razão, ninguém sabe dizer se, e quanto tempo mais, a causa de tal evolução vai continuar a manter-se…

Além disso, a verdadeira evolução do clima é preocupante. Deviam ser tomadas muitas medidas, em muitos campos, por motivo da maior irregularidade e da violência do tempo, e da sucessão de ondas de frio e de calor, e de secas e de cheias.

Como ciência da Natureza, a Climatologia, actualmente ainda num estado «ab/errante», devia tornar-se novamente pragmática e útil [ao Homem].

(Fim)
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Referência bibliográfica
- Leroux, Marcel. (2005). Global warming: myth or reality? The erring wais of climatology. Sptinger-Praxis, 509 pp.

Correcção: Do modo do verbo "deixou de ser" por "deixará de ser".