sexta-feira, outubro 31, 2008

Neve no Hemisfério Norte

Quanto mais apregoam os alarmistas, mais frio se sente no Hemisfério Norte. A não ser em Portugal, já não é possível esconder a realidade. O Árctico, no seu cerne, está realmente bastante frio. Por isso exporta frio para todo o HN.

“Este ano, o Árctico tem registado temperaturas muito baixas. Por isso apareceu esta frente fria invulgar.” Surpreendentemente, esta afirmação foi feita por um especialista de previsões meteorológicas do Met Office de nome Byron Chalcraft.

Recorde-se que o Met Office, instituto de meteorologia do Reino Unido, é um dos principais sustentáculos do IPCC. Aprecia-se pois que, finalmente, alguém do Met Office diga a verdade sobre a situação real do Árctico.

Acrescentou Byron Chalcraft “A última vez que nevou desta forma em Londres no mês de Outubro foi em 1934.” Mas esta situação não impediu a ridícula decisão da Câmara dos Comuns sem qualquer consequência para o clima futuro.

O Árctico não se esqueceu dos Estados Unidos da América. Aqui começou a grande mentira do «global warming». Foi James Earl Hansen no Congresso, em 1988, que lançou a grande impostura.

Os norte-americanos estão surpreendidos com um pré-Halloween com tanta neve. Nova Jersey está coberta de neve. Filadélfia também.

Mas a situação que mais impressiona é a da Florida. A costa oeste da Florida, junto ao Golfo do México, sofre um dos Outubros mais frios da sua história. Fort Myers é um exemplo. Desde 1910 que tal não acontecia.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Neve em Londres

(Actualizado à 21 horas do dia 30 de Outubro de 2008)

Enquanto se discutia na Câmara dos Comuns a luta contra o aquecimento global e as alterações climáticas, durante o dia de ontem, 28 de Outubro de 2008, Londres ficava coberta de um manto de neve. Este acontecimento, no mês de Outubro, já não se registava desde 1922 ou 1934.

O grande anticiclone móvel polar que visitou Londres era o mesmo da Fig. 134. Este colossal AMP estendia-se da Escócia ao sul de Espanha, na Europa. Para conhecer o argumento da peça representada pelos Membros da Câmara baixa do parlamento inglês, digna de William Shakespeare, o leitor pode ler The Register.

Em Portugal, o jornal Público, contrariamente a outros dos seus concorrentes, não publica uma linha sobre a queda de neve na Serra da Estrela que se verificou ontem. Assim, os seus leitores vão-se mantendo na ilusão de que realmente existe aquecimento global.

Talvez o Público se convença que há mesmo frio ao ver as imagens ou ler notícias de alguns locais visitados, recentemente, pelos AMP: Londres 1, Londres 2, País de Gales, Florida (o esquema tricelular foi refutado mais uma vez!), Dez Estados norte-americanos, Canadá, Pirenéus orientais, La Creuse .

Aquecimento global no programa "A Voz do Cidadão"

No sábado, 25 de Outubro de 2008, às 21:00, logo a seguir ao telejornal da RTP 1, foi para o ar uma edição do programa "A Voz do Cidadão" dedicada à problemática do aquecimento global. Este programa é da responsabilidade do Provedor do Telespectador e pode ser visto através do seguinte link : http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=21175

O colega Jorge Pacheco de Oliveira, co-tradutor do livro "A Ficção Científica de Al Gore", foi um dos entrevistados e enviou-me o seguinte comentário, que eu gostava de partilhar com os leitores do Mitos Climáticos:

Graças a si, Rui, lá foi possível levar umas vozes discordantes à televisão nacional. Parabéns.

Acerca da edição do programa, embora compreendendo que a realização tenha os seus próprios critérios, foi pena que não tivesse sido reproduzida uma quadra do poeta popular António Aleixo, que mostrei em papel A4, com letras de tamanho bem grande.

As condições da entrevista, ao ar livre e de pé, talvez não tivessem sido favoráveis para uma boa imagem, por isso aqui fica a quadra com que iniciei a minha participação:

P'rá mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.

Sábias palavras, as de António Aleixo. Foi o meu ponto de partida, para dizer que na problemática do global warming a única "coisa de verdade" é o facto de o dióxido de carbono ser um gás com efeito de estufa. Para além disso, nada mais.

Gostava, no entanto, de salientar a participação de José Alberto Carvalho. Ao fim e ao cabo trata-se do Director de Informação da RTP e, apesar da simpatia que a sua figura nos possa suscitar, a verdade é que não dá garantias de uma informação isenta e independente no que diz respeito a este tema.

De facto, os cientistas exteriores à RTP, que José Alberto Carvalho diz consultar, são sempre os mesmos, e precisamente os alarmistas do aquecimento global. Logo, dali não pode vir outra coisa senão alarmismo. Ou seja, nesta matéria, o Director de Informação da RTP deixou-se aprisionar num círculo vicioso.

Repare-se naquela passagem, que foi retirada de uma gravação de um anterior telejornal, em que José Alberto Carvalho interpela Filipe Duarte Santos, dizendo que o degelo do Árctico pode fazer subir seis metros o nível do mar.

Ora isto é falso, na medida em que o gelo do Árctico é superficial, flutuante, e não tem influência no nível do mar. Recordo, a propósito, aquele velho problema do copo de água, completamente cheio, com uma pedra de gelo a flutuar, em que se pergunta se, após a fusão da pedra de gelo, o nível da água fica na mesma, desce ou a água transborda. A resposta certa é: fica na mesma. A explicação exige apenas alguns conhecimentos elementares de Física, mas que José Alberto Carvalho demonstra não possuir. Ninguém é obrigado a saber tudo, mas na posição de Director de Informação da RTP é necessário algum cuidado.

Como observação, diria que talvez os órgãos de comunicação social devessem rever a sua política de recursos humanos, que os leva a socorrer-se quase exclusivamente de juristas e de pessoas com formação na área de letras. Não parece boa ideia, sobretudo quando, cada vez mais, o nosso quotidiano é influenciado pela Ciência e pela Tecnologia. Repetir, na comunicação social, o que se observa na Assembleia da República, praticamente entregue a juristas, constitui um erro perigoso. Tal como a guerra é uma coisa demasiado importante para ser deixada aos militares, também a comunicação social e a elaboração das leis são coisas demasiado importantes para serem deixadas aos juristas.

Claro que Filipe Duarte Santos, professor catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa, sabe perfeitamente que a fusão do gelo do Árctico não faz subir o nível do mar. Todavia, este professor não se deu ao trabalho de corrigir a afirmação errónea de José Alberto Carvalho, o que revela a forma como os alarmistas, por acção ou omissão, alimentam as mentiras de que vivem as teses do global warming.

Jorge Pacheco de Oliveira

Neve na Serra da Estrela

(Actualizado às 13 horas de 29 de Outubro de 2008)

Depois de um Domingo e de uma segunda-feira soalheiros eis que ontem, terça-feira, dia 28 de Outubro de 2008, nevou na Serra da Estrela. Esta queda de neve foi acompanhada de ventos fortes em quase todo o país.

Esta alteração brusca do estado do tempo será possível explicar à luz da ideia do efeito de estufa antropogénico? Foi o dióxido de carbono que causou bom tempo, e mesmo calor, no Domingo e na segunda-feira? E foi o dióxido de carbono que causou a queda de neve na terça-feira?

É evidente que esta hipotética explicação não faz qualquer sentido. Mas já faz sentido explicar a situação com o comportamento das massas de ar vindas do Árctico organizadas em anticiclones móveis polares (AMP).

No Domingo e na segunda-feira prevaleceu uma aglutinação anticiclónica (AA). Esta AA rompeu-se na segunda-feira com a chegada de um forte AMP que provocou campos de vento de altas velocidades.

Todo este desenrolar pode ser detectado no sítio REN com os diagramas de carga da produção de energia eólica. No Domingo a produção eólica foi muito reduzida. Na segunda-feira manteve-se baixa até cerca do meio-dia. Foi nesta altura que se rompeu a AA.

Por fim, saliente-se que esta situação da dinâmica do tempo está associada à evolução positiva do Árctico. Especialmente no seu cerne de nascimento dos AMP. É o tal quase-triângulo que o MC tem salientado como sendo o berço dos AMP.

Para que haja calor ou frio, para que chova ou não chova, o mais importante é a dinâmica do tempo. Mas não é o dióxido de carbono que marca a dinâmica do tempo. É a circulação geral da atmosfera.

E a circulação geral da atmosfera estabelece-se pela exportação de ar frio das regiões polares e a importação de ar quente para essas mesmas regiões. Para exportar ar frio é necessário que as regiões polares estejam realmente frias.

Sucede actualmente este facto na região boreal. Por mais que queiram enterrar o Pólo Norte, ele está frio e bem frio. Caso contrário não sairiam de lá massas de ar frio como aconteceu neste fim-de-semana até chegar à Europa cerca de dois dias depois.

Da Escócia ao sul de Espanha um enormíssimo AMP alterou completamente o estado do tempo na Europa ocidental. A Fig. 134 exibe a fotografia de um enorme AMP obtida pelo satélite NOAA18, no dia 28 de Outubro de 2008, entre as 11 h 54 m 43 s e as 15 h 26 m 57 s.

A frente do AMP tem ar mais compacto correspondente ao canal depressionário (mancha esbranquiçada). Atrás, à esquerda na figura, surge o ar aparentemente esboroado representando o ar anticiclónico. Imediatamente depois deste surge novo AMP.

Quanto mais espesso é o canal depressionário (de ar quente que sobressai em altitude) mais intenso é o AMP. O ar frio anticiclónico denso “varre” o substrato de ar que encontra pelo caminho com tanto mais eficácia quanto mais denso for.

E vice-versa, quanto mais fino menor é a potência do AMP. Esta situação acontece no Verão quando o modo de circulação é o lento. Na Fig. 134, a espessura do canal depressionário denota um AMP bem forte.

São estes seres da Natureza que determinam o estado do tempo em todas as escalas temporais e espaciais. Estamos no início do Outono mas as dimensões são consideráveis.

Fig. 134 - AMP da Escócia à Andaluzia. 28 de Outubro de 2008. Fonte: Meteo France.

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terça-feira, outubro 28, 2008

Roy Spencer confirma Árctico em recuperação

(Actualizado no dia 31 de Outubro de 2008)

O sítio web do Prof. Roy W. Spencer apresenta um texto do dia 10 de Outubro de 2008, actualizado no dia 20, que merece cuidadosa atenção. A sua análise incide especialmente na inversão recente da fase do índice PDO – Pacific Decadal Oscillation.

Roy Spencer é colega de John Christy na Universidade de Alabama, Huntsville, EUA. Os dois são os responsáveis pela monitorização dos satélites que incorporam os radiómetros AMSR.

De facto, o PDO passou da fase positiva para a negativa como se verifica na Fig. 133, que foi reproduzida do sítio web JISAO. É aconselhável ler toda a descrição do índice PDO que é feita neste sítio web.

O Mitos Climáticos tem o prazer de citar, seguidamente, o aviso sério que o cientista Roy Spencer faz, no qual coloca em jogo todo o seu prestígio.

«Discussion & Conclusions

The evidence continues to mount that the IPCC models are too sensitive, and therefore produce too much global warming. If climate sensitivity is indeed considerably less than the IPCC claims it to be, then increasing CO2 alone can not explain recent global warming. The evidence presented here suggests that most of that warming might well have been caused by cloud changes associated with a natural mode of climate variability: the Pacific Decadal Oscillation.

The IPCC has simply assumed that mechanisms of climate change like that addressed here do not exist. But that assumption is quite arbitrary and, as shown here, very likely wrong. My use of only PDO-forced variations in the Earth's radiative energy budget to explain two-thirds of the global warming trend is no less biased than the IPCC's use of carbon dioxide to explain global warming without accounting for natural climate variability. If any IPCC scientists would like to dispute that claim, please e-mail me at roy.spencer (at) nsstc.uah.edu.

If the PDO has recently entered into a new, negative phase, then we can expect that global average temperatures, which haven't risen for at least seven years now, could actually start to fall in the coming years. The recovery of Arctic sea ice now underway might be an early sign that this is indeed happening.

I am posting this information in advance of publication because of its potential importance to pending EPA - Environmental Protection Agency regulations or congressional legislation which assume that carbon dioxide is a major driver of climate change. Since the mainstream news media now refuse to report on peer-reviewed scientific articles which contradict the views of the IPCC, Al Gore, and James Hansen, I am forced to bypass them entirely.

We need to consider the very real possibility that carbon dioxide - which is necessary for life on Earth and of which there is precious little in the atmosphere - might well be like the innocent bystander who has been unjustly accused of a crime based upon little more than circumstantial evidence.»

John Christy lança, assim, um repto aos cientistas do IPCC (ele próprio é um deles), a Al Gore e a James Hansen ao prever uma melhoria da situação do Árctico, tal como já está a acontecer. Com esta inversão do PDO virá frio … até outra inversão para nova fase positiva.

E, como se verifica, Roy Spencer descarta a hipotética culpabilidade do inocente dióxido de carbono. Ou antes, defende a inocência do Homem.

Aproveita-se a publicação da Fig. 133 para, mais uma vez, chamar a atenção para o shift climático de 1975-76. Este shift está registado na variação brusca do PDO de negativo para positivo nesta data.

É uma das provas materiais da inocência do Homem em relação ao que seguiu depois, com pequenas reversões centradas nos anos 1990 e 2000.

Fig. 133 - PDO. 1900-Setembro de 2008. Fonte: JISAO.

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segunda-feira, outubro 27, 2008

Árctico com diagnóstico positivo

Segundo informações fornecidas pelo Nansen Environmental and Remote Sensing Center, de Bergen, Noruega – centro associado ao instituto de meteorologia norueguês –, conclui-se que a área do mar gelado do Árctico vai a caminho da faixa do desvio padrão.

Isto é, a área do mar gelado do Árctico em Outubro de 2008 (excluindo as regiões com uma concentração de gelo igual ou inferior a 15 %) aproxima-se da faixa do desvio padrão contrariamente ao que acontecia em Outubro de 2007 em que se afastava.

Na Fig. 132 estão marcados com as cores vermelha e azul os valores das áreas de 2008 e de 2007, respectivamente, em milhões de quilómetros quadrados (Mkm2). A faixa do desvio padrão está sombreada a cinzento.

A cor preta carregada representa o valor médio da área entre 1979 (início da monitorização dos satélites) e 2007. Os valores reais de 2008 também apontam para esta média.

Para mais pormenores pode-se consultar o blogue do meteorologista Anthony Watts. Anthony analisa igualmente o caso da “extensão de gelo” que corresponde à área com uma concentração de gelo igual ou superior a 15 %. No fundo, esta tende para a área anteriormente referida.

Fig. 132 - Enchimento do mar gelado do Árctico. 2008-2009. Fonte: Nansen.

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domingo, outubro 26, 2008

UE não pode voltar atrás na política ambiental

Quem o diz é Hans Joachim Schellnhuber, membro do Grupo Consultivo para a Energia e Alterações Climáticas do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Pode-se ler no sítio web Ciência Hoje esta e outras afirmações deste físico alemão.

O que se conclui desta entrevista é que os alarmistas estão apavorados com a perspectiva de a actual crise financeira levar os governos europeus a esquecer as putativas alterações climáticas de origem antropogénica e assim relegarem para segundo plano os gastos com as teorias deles.

Lá se podem acabar os fundos para os investigadores, para os passeios turísticos das conferências e, sobretudo, podem ser postas em causa as negociatas do comércio de direitos de emissão.

Por isso, como se pode observar nesta entrevista, a técnica deles é alarmar ainda mais, dizendo que os acontecimentos estão a verificar-se ainda mais depressa e com maior amplitude do que se pensava. O que é profundamente falso.

Repare-se nesta afirmação: "nos últimos anos o nível de degelo nos Pólos duplicou e, em alguns casos, triplicou".

É mentira. No sítio web da Universidade de Bremen , que disponibiliza as observações dos satélites que monitorizam os Pólos (é elucidativa a animação em acelerado), vê-se que a formação e fusão do gelo nos Pólos segue um ritmo normal, sem duplicações nem triplicações do degelo.

Mas o conselheiro não se fica por aqui. Ele até agrava os prognósticos sobre o aumento do nível do mar – estimado pelo IPCC entre 18 e 59 cm até final do século – dizendo: "Calculamos que este século o nível do mar subirá cerca de um metro". Claro, claro.

E diz mais: "As nossas observações não deixam margem de dúvida que este fenómeno está a acontecer de forma mais rápida. A natureza move-se mais rápido do que aquilo que foi projectado nos computadores". Pois, pois.

De facto, Barroso anda muito bem aconselhado.
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Este post foi redigido por um leitor assíduo.

sábado, outubro 25, 2008

Subida da temperatura durante vinte anos foi eliminada em quatro

Desde há quatro anos que o número de incrédulos está a crescer exponencialmente. Basta olhar para os valores mensais das temperaturas observadas pelos radiómetros AMSU – Advanced Microwave Sounding Unit para que isso aconteça.

Foi em 1988 que James Earl Hansen iniciou o colossal imbróglio climático. Acusou sem justificação, no Senado dos EUA, o Homem de ser o culpado da alteração do clima. Desde então a embrulhada tem engrossado à custa do desperdício de enormes fortunas.

Mas a Natureza tem-se encarregado de desmenti-lo, sistematicamente. Exemplo recente aconteceu no dia 5 de Setembro deste ano. Os anticiclones móveis polares visitaram o sul do Brasil. Deixaram por lá neve como não se via há um século.

Pergunte-se ao meteorologista brasileiro Eugénio Hackbart como foi. Este cientista brasileiro explica, clássica e proficientemente, aos seus concidadãos brasileiros o que realmente se está a passar, não só no Brasil.

Os leitores do MC devem explorar os excelentes sítios deste cientista brasileiro: MetSul, em geral, e MetSul 24hs do dia 5 de Setembro de 2008 para contemplarem a nevada no sul do Brasil.

A neve que os brasileiros viram e o frio que sentiram esteve ligada à fase negativa do PDO – Pacific Decadal Oscillation. Este índice está, por sua vez, associado aos fenómenos El Niño (na fase positiva) e La Niña (na negativa). Por sua vez, o índice, juntamente com os fenómenos, deve-se à dinâmica dos anticiclones móveis polares.

Os períodos de inactividade solar, conhecidos como “mínimos solares”, aquietam os calores. O mês de Setembro de 2008 foi marcado pela ausência total de manchas solares como não acontecia desde 1913.

Outros cientistas internacionais têm chamado a atenção para a falsidade que resulta da acusação de que o aumento da temperatura seja provocado pelo Homem. O MC já se referiu ao excelente estudo dos norte-americanos David Douglass e John Christy.

Há quase 30 anos que o Prof. Christy se encarrega de monitorizar os satélites com radiómetros AMSU. Este professor da Universidade de Alabama possui uma base de dados com mais de 300 mil temperaturas observadas ao redor do globo (Hemisfério Norte, Hemisfério Sul, Trópicos, Pólo Norte, Pólo Sul).

Naquele artigo, os autores concluem que “mesmo que as emissões causadas pelo homem tivessem tido algum ligeiro impacto, a evolução das temperaturas médias globais desde 1979... não pode ser atribuída às emissões antropogénicas de dióxido de carbono.”

Ver para crer como São Tomé. Utilizando os milhares de dados de John Christy, foi traçada a Fig. 131 onde se mostra, claramente, que nos quatro últimos anos (2004-2008) foi anulado o aumento das temperaturas globais que se verificara tendencialmente em quase 20 anos (1985-2004).

Conclui-se através da curva de tendência com alisamento polinomial - curva com traço mais grosso da Fig. 131 - que à evolução tendencial de aumento, verificado entre cerca de 1985 até perto de 2004, se seguiu uma descida pronunciada, entre 2004 e 2008. A realidade não mente.

Fig. 131 - Evolução mensal das temperaturas médias globais. 1979-2008. Fonte: Lorne Gunter. UAH.


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sexta-feira, outubro 24, 2008

A vida é feita de prioridades

A opinião pública mundial começa a ficar confusa acerca das alterações climáticas. Apesar do bombardeamento constante dos media e dos políticos, as sondagens mostram que vai diminuindo o número dos que consideram as alterações climáticas uma ameaça real para as suas vidas.

Os governos, especialmente aqueles que sabem que andam a iludir as populações (p.e., a chanceler Ângela Merkel sabe e o seu colega da República Checa sabe que ela sabe), têm um grave dilema para resolver.

Uma parte considerável da opinião pública não está disposta a pagar mais impostos “verdes”, baixando o seu nível de vida. E interroga-se cada vez mais: se os políticos, para ganhar votos, não hesitam em mentir, não será esta mais uma dessas mentiras?

Alguns ambientalistas radicais dizem que o combate às alterações climáticas é incompatível com a democracia e advogam uma forma autoritária de governo. Mas a opinião pública não vai na conversa.

Do jeito a que o movimento ambientalista radical conduziu o conto-do-vigário das alterações climáticas, aos governos apresenta-se um campo de manobra cada vez mais exíguo. Que prioridades devem adoptar, já que não há dinheiro para tudo?

Como vão eles resolver um problema com tantas contradições internas: aumentar impostos para combater as alterações climáticas, não aumentar o desemprego, não piorar as condições de vida, resolver a crise financeira e económica.

Estes problemas desde sempre se colocaram, mas a actual crise financeira internacional veio dar-lhes uma dimensão inesperada.

A visão clássica do comportamento humano sugere a hierarquia das necessidades de Maslow: uma vez assegurada a base, as necessidades não vitais têm de ser hierarquizadas. Mas como hierarquizá-las? Como os políticos querem?

O modo como os ambientalistas obstinados conseguiram, nos últimos anos, entranhar as suas teses na vida das pessoas ilustra bem as ideias de Maslow. À medida que o nível de vida aumenta aceita-se melhorar a protecção da Natureza, e vice-versa.

O lobby verde tem sido bem sucedido ao conseguir passar a sua mensagem junto dos políticos e dos opion makers. Todavia, à medida que a opinião pública se vai apercebendo de que o caminho a seguir seria o do regresso à pobreza, aquele lobby vai encontrando dificuldades.

O movimento ambientalista radical prosperou num mundo rico. Se pretende o regresso à pobreza, o movimento está a cavar a sua própria sepultura. É esta a contradição fundamental que o movimento não conseguirá superar.

Será que no Burkina Faso existe algum associado ou alguma sucursal da Quercus? Ou será que a Quercus recruta os seus militantes entre as camadas mais desfavorecidas de portugueses?

É caso para dizer que os alarmistas andam alarmados. Não contentes por terem desbaratado até agora fortunas colossais para nada de vantajoso que diga respeito ao clima, embora demagogicamente este seja invocado, querem continuar a fazê-lo.

A crise financeira veio em má altura para eles. Diminuiu o espaço mediático ocupado com o alarmismo tradicional, que obriga os decisores políticos a afectar verbas chorudas para eles se entreterem a desbaratar.

Mas também diminuiu a riqueza disponível para ser distribuída. Por isso, os alarmistas desdobram-se em tiradas ainda mais demagógicas: “olhem que está tudo ainda pior do que imaginávamos e a acontecer ainda mais rapidamente do que o IPCC previa.”

Para mal deles e para nosso bem, como o dinheiro não chega para tudo, os decisores políticos têm de começar a tomar opções mais lúcidas. Na Europa a rebelião começa a tomar foros de escândalo. Os europeus, sempre prontos a dar lições ao Mundo, também conhecem dificuldades.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Uma verdade inconveniente: O Árctico vai bem

Os leitores são capazes de acompanhar, por si só, a evolução da situação dos principais indicadores da dinâmica do tempo e do clima. Um deles chamou a atenção para o Árctico a subir vertiginosamente a sua área do mar gelado (ver o sítio web JJIS).

Tão importante como isso, a concentração do gelo acompanha a área. Se compararmos, por exemplo, a situação do dia 16 de Outubro de 2008 com a de 16 de Outubro de 2007 concluímos que a concentração está próxima de 100 % na maior parte do mar gelado.

A Fig. 130 encontra-se no sítio web da Universidade de Bremen que segue a par e passo as observações dos satélites que monitorizam o Árctico. As observações da realidade desmentem as ficções dos modelos informáticos do clima.

Para estes leitores já não se consegue vender a banha de cobra do «global warming». A fraude do «global warming» baseia-se numa única verdade que os trapaceiros dizem: o dióxido de carbono é um gás com efeito de estufa.

Para quem não vai para além deste conhecimento, e é a generalidade da opinião pública mundial, este facto serve para vender a banha de cobra do “aquecimento global”. É esta a base deste conto-do-vigário.

Fig. 130 - Árctico. Comparação entre os dias 16 de Outubro de 2008 e de 2007. Fonte: Universidade de Bremen.

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quinta-feira, outubro 16, 2008

A Voz do Cidadão

Têm sido muitas as queixas dos telespectadores da RTP – Rádio Televisão Portuguesa sobre o comportamento desta estação pública no que diz respeito ao assunto do aquecimento global e das alterações climáticas.

Sistematicamente só se ouve a opinião de uma parte. Logo a pior pois ela é a parte errada. Completamente errada.

O sr. Provedor da RTP vai dedicar um programa d’ A Voz do Cidadão ao tema do aquecimento global e das alterações climáticas. Para o efeito convidou algumas pessoas com opiniões distintas.

O editor do MC tem apresentado várias reclamações acerca do comportamento da RTP. Uma das últimas foi relativa à emissão de um anúncio sinistro da Quercus. Neste sinistro anúncio da Quercus aparecia um macaco, um urso e um canguru num ambiente sinistro género Inferno. Os animais acabavam aparentemente por se suicidar e terminava com a legenda garrafal da Quercus com os dizeres “AQUECIMENTO GLOBAL”.

É esta a mentalidade daquela associação ambientalista que não possui a mínima competência científica nesta matéria. Mas este facto real não impede que os seus dirigentes, como Francisco Ferreira e Spínola, apareçam sistematicamente nos meios de comunicação social de Portugal a meter medo à opinião pública debitando as suas ignorâncias.

Perante as sistemáticas queixas, o sr. Provedor convidou o responsável do MC a gravar um pequeno depoimento acerca do assunto. Tal aconteceu nesta passada terça-feira durante cerca de quarenta e cinco minutos.

Sabe-se que o programa vai durar apenas 15 minutos e incluirá depoimentos de quatro a seis pessoas. Deste modo, as pequenas entrevistas terão de ser muito encurtadas para caberem todas em tão curto intervalo de tempo.

O programa deve começar a ir para o ar a partir do Sábado dia 25 de Outubro na RTP1, às 21 horas, com repetição em vários canais. A Voz do Cidadão é o programa do Provedor do Telespectador exibido nos diversos canais da RTP nos seguintes horários:

RTP1 - Sábados - 21h00
RTP2 - Domingos - 14h45
RTPN - Domingos - 22h15
RTP Açores - Sábados - 20h45
RTP Madeira - Sábados - 21h35
RTP África - Domingos - 21h00
RTPi - Domingos - 19h00
Canal Memória – Domingos – 21h15

Economia e Ciência

Pelo leitor Álvaro da Silva

Escrevo-lhe para manifestar alguma discordância sobre um post que escreveu no MC, "A crise económico-financeira deveria travar a loucura da luta contra as alterações climáticas".

E essa discordância está na frase "A Economia não é uma Ciência. Tal como a Engenharia, que também não é uma Ciência. No entanto, enquanto a Engenharia se suporta na ciência matemática e num forte conjunto de ciências da Natureza, a Economia recorre apenas à ciência matemática. Não admira que seja mais fácil encontrar cientistas na classe dos engenheiros do que na classe dos economistas."

É que enquanto a engenharia é a aplicação prática da ciência (física, geologia, química, biologia, etc.) a economia nem técnica é. A economia é constituída por uma série de raciocínios sobre a sociedade, raciocínios esses a que se acrescentou uma forte armadura matemática para evitar que as pessoas percebam.

A ciência prevê, a engenharia executa e a economia explica...

Alguém escreveu que a ciência prevê e a religião explica. Neste sentido o conhecimento económico é um conhecimento religioso.

Mas os economistas têm muita dificuldade em perceber isto. Isto e muitas outras coisas. Uma das minhas discussões favoritas com os economistas é sobre a teoria dos erros. Na natureza não existem medidas exactas, toda a medida têm um erro e este erro tem de ser considerado e explicitado.

Quando dizemos que a inflação desceu 0,1 pontos percentuais, isto não significa nada, pode ter subido, descido ou ter ficado na mesma pois este valor está quase de certeza dentro da margem de erro. Nunca nenhum economista me entendeu. Geralmente ficam até irritados.

Quando o Vitor Constâncio previu que o défice seria x,xx % (até ás centésimas) eu disse a muita gente que isto só servia para provar a ignorância do sr. Governador do Banco de Portugal pois prever um défice com uma precisão até às centésimas é o mesmo que eu prever quanto é que vou gastar no ano que vem com um erro inferior a uns quatro Euros...

E é esta a desgraça actual, as sociedades são dirigidas por economistas e estes não percebem lá muito bem o que estão a fazer.

No caso das tão faladas alterações climáticas, houve um estudo feito por um economista que previu um custo exorbitante para as alterações climáticas e este custo justifica os disparates que a Comissão Europeia está a fazer, apoiada pelos ambiofanáticos.

Os custos dos projectos da Comissão Europeia vão destruir as economias da Europa e entregar o Mundo a chineses e indianos. Espero sinceramente que estes sejam mais espertos do que os políticos que governam os países europeus.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Aglutinação anticiclónica. Dias 13 a 15 de Outubro 2008

A aglutinação anticiclónica que actualmente se faz sentir em Portugal parou as eólicas. Na Fig. 129, obtida do sítio web da REN, pode-se ver que as eólicas estiveram praticamente paradas nos dias 13 e 14 de Outubro.

Hoje, dia 15 de Outubro (consultar a REN), as eólicas continuam com pouca vontade de trabalhar. Numa tal situação, outros meios de produção têm de socorrer esta falha. Esses meios são normalmente termoeléctricos.

Mas, o que interessa registar é que esta estabilidade anticiclónica provocada por uma aglutinação anticiclónica significa que o Pólo Norte está vivo e bem vivo. A AA centra-se sobre o Oceano Atlântico (consultar Rhenish Institute).

Caso o centro da AA se desloque para o Continente Europeu, nomeadamente sobre a Península Ibérica, poderá aparecer uma onda de calor. A pressão atmosférica em Lisboa, ao nível do mar, é da ordem de 1022 hPa (hectopascal).

Na transição do modo lento do Verão para o modo rápido do Inverno, os anticiclones móveis polares boreais começam a reanimar a transferência meridional de energia e a encaixar-se uns nos outros. Daí a aglutinação anticiclónica iniciada no dia 13 de Outubro.

Fig. 129 - Produção eólica quase nula. Dias 13 e 14 de Outubro de 2008. Fonte: REN.

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terça-feira, outubro 14, 2008

A crise económico-financeira deveria travar a loucura da luta contra as alterações climáticas

A actual desordem financeira e a depressão económica que agora se inicia podem trazer lucidez à Comissão Europeia (CE). A CE, mais cedo que tarde, terá de pôr fim à louca luta contra os moinhos de vento das alterações climáticas.

Quanto a modelos, é interessante notar que a actual crise financeira mundial deve-se em grande medida à modelação trapalhona das operações financeiras. Modelos falsos baseados numa teoria económica falsa. O resultado só poderia ser o desastre. Há uma analogia perfeita com o que se passa na climatologia.

Mas isto não nos deve surpreender. A Economia não é uma Ciência. Tal como a Engenharia, que também não é uma Ciência. No entanto, enquanto a Engenharia se suporta na ciência matemática e num forte conjunto de ciências da Natureza, a Economia recorre apenas à ciência matemática. Não admira que seja mais fácil encontrar cientistas na classe dos engenheiros do que na classe dos economistas.

A pretensão da CE de reduzir, em 2020, as emissões dos gases com efeito de estufa em pelo menos até 20 % do valor verificado em 1990 dificilmente será cumprida. Aliás, toda a indústria europeia a ela se opõe.

Os industriais não estão dispostos a pagar multas absolutamente ineficazes. As multas destinar-se-iam a calar a pressão do movimento ambientalista radical.

Não dispostos a pagarem multas, os industriais europeus ameaçam com investimentos fora da Europa. Avaliam o custo das multas em 44 mil milhões de Euros anuais, entre 2013 e 2020. Esta estimativa pressupõe o custo de 30 Euros por tonelada de CO2 emitido.

A perspectiva de perda de empregos na Europa leva os governos europeus “a passar à defesa na guerra contra as alterações climáticas”, dizem dirigentes da Comissão Europeia nos corredores do Berlaymont – edifício sede da CE.

Mas às claras, os dirigentes políticos europeus começam agora a ponderar publicamente e alguns falam já na necessidade de deixar cair o projecto político 20/20/20.

Giuliano Amato Guilano, primeiro-ministro italiano, afirmou em finais de Agosto: “Este projecto é um monte de lixo. Será politicamente correcto, mas não se concretizará.”

Renato Brunnetta, ministro italiano para a inovação, economista de formação, foi mais brutal: “Se o projecto se concretizar será a morte da recuperação económica. Mas ninguém é obrigado a suicidar-se”.

Um diplomata, envolvido nas negociações entre a Comissão e os Estados-membros, afirmou: “Ouve-se cada vez mais o tipo de argumentos de Renato Brunnetta. Nomeadamente, são apresentados por países, como a Itália e a Alemanha, onde a indústria está cada vez mais preocupada.”

O diplomata acrescentou: “Bruxelas leva a ameaça muito a sério.” No entanto, o Comissário do Ambiente da CE, Stavros Dimas, apela publicamente para que os políticos e as empresas não desistam desta luta.

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, vai mais longe: “Eu conto com a autoridade do sr. Sarkozy para que o projecto seja aprovado sem restrições até ao fim do ano.”

De facto, a França tem feito deste projecto uma das prioridades da sua actual presidência da UE. Mas Sarkozy encontra dificuldades, mesmo em França, para financiar o seu slogan da “revolução ecológica”.

Os negociadores franceses reconhecem grandes dificuldades quando anunciam: “Trata-se de encontrar instrumentos necessários para manter a competitividade da indústria europeia e ajudar os Estados-membros a atingir os seus objectivos nacionais.”

Ou seja, as contradições são de tal monta que o diplomata-negociador acabou por afirmar com sinceridade: “Algumas decisões são altamente políticas e implicam compromissos difíceis de alcançar.”
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Consultar: Eubusiness.

domingo, outubro 12, 2008

Neve nas Montanhas Rochosas

Ontem, dia 11 de Outubro de 2008, a queda de neve bateu recordes no sopé das Montanhas Rochosas. Os nevões ocorreram tanto do lado leste como do lado oeste das Montanhas Rochosas.

Bateram-se máximos anteriores de anos tão longínquos como 1969 e 1898. Os recordes batidos foram por antecipação da queda de neve ou de valores acumulados no solo. Os nevões deram origem a várias interrupções do fornecimento de energia eléctrica.

A neve caiu em grande parte entre o sul de Montana e o norte de Wyoming. As zonas mais atingidas foram as de Billings e arredores que se situam nas margens do Rio Yellowstone. No leste de Montana também caiu neve mas em menor quantidade.

No oeste das Montanhas Rochosas, em Idaho (Boise), registaram-se nevões importantes tendo em consideração a época do ano. Registe-se que mal começou o Outono. Daí o interesse de toda esta notícia.

A informação pormenorizada pode ser encontrada no National Weather Service. Este serviço nacional dos EUA pode ser explorado, em pormenor, nas zonas afectadas de Montana, Ydaho e Wyoming.

Por exemplo, veja-se o caso de Billings, MT (MT, acrónimo do estado de Montana), explorando os links informativos Public Information Statement, Latest Winter Storm Warning e Graphical Weather Story.

sábado, outubro 11, 2008

As temperaturas diminuíram até valores de há 20 a 30 anos

No estudo Limits on CO2 Climate Forcing from Recent Temperature Data of Earth, aceite em Agosto de 2008 para publicação na revista E&E – Energy and Environment, David Douglass e John Christy tiraram as seguintes conclusões:

The recent atmospheric global temperature anomalies of the Earth have been shown to consist of independent effects in different latitude bands. The tropical latitude band variations are strongly correlated with ENSO effects. The maximum seen in 1998 is due to the El Niño of that year. The effects in the northern extra tropics are not consistent with CO2 forcing alone.

An underlying temperature trend of 0.062±0.010ºK/decade was estimated from data in the tropical latitude band. Corrections to this trend value from solar and aerosols climate forcings are estimated to be a fraction of this value.

The trend expected from CO2 climate forcing is 0.070g ºC/decade, where g is the gain due to any feedback. If the underlying trend is due to CO2 then g~1. Models giving values of g greater than 1 would need a negative climate forcing to partially cancel that from CO2. This negative forcing cannot be from aerosols.

These conclusions are contrary to the IPCC [2007] statement: “[M]ost of the observed increase in global average temperatures since the mid-20th century is very likely due to the observed increase in anthropogenic greenhouse gas concentrations.”

David Douglass pertence ao Department of Physics and Astronomy, University of Rochester, EUA, e John Christy ao Department of Atmospheric Science and Earth System Science Center, University of Alabama in Huntsville, EUA.

O artigo mostra que as temperaturas de 2008 se situam ao nível das temperaturas de 1978 a 1988. Isto é, já lá vão 20 anos de propaganda do «global warming», iniciada em 1988, e as temperaturas retrocederam até aos valores daqueles anos.

Os professores universitários americanos afirmam que os fenómenos El Niño e La Niña marcaram as oscilações das temperaturas entre 1978 e 2008. Não é possível atribuir ao CO2 a prosápia de ser o responsável por estes fenómenos meteorológicos que existem desde tempos imemoriais.

John Christy colabora de modo muito crítico com o IPCC. É um cientista de méritos reconhecidos na comunidade científica. Co-responsabiliza-se pela monitorização das temperaturas dos satélites NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration que incorporam os radiómetros AMSU – Advanced Microwave Sounding Unit.

O estudo contraria a afirmação fundamental do IPCC, aprovada com braços no ar e publicada no seu último relatório, de 2007. Este organismo político acusa sem razão a humanidade de ser culpada da evolução das temperaturas desde o fim da Idade do Gelo.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Eólicas contestadas

A energia eólica tem de vencer a crescente oposição das populações. Na Alemanha já foram criadas ZLEE - Zonas Livres de Energia Eólica à semelhança das ZLEN - Zonas Livres de Energia Nuclear. A reacção é semelhante.

No Sábado, dia 4 de Outubro, em Paris, duas a três mil pessoas vindas dos recônditos da França e de vários países europeus manifestaram-se pacificamente contra os parques eólicos.

Antoine Waechter era uma delas. Candidato dos verdes às eleições presidenciais francesas de 1988, o sr. Waechter afastou-se posteriormente dos verdes para fundar o Movimento Ecológico Independente.

Antoine aparece na fotografia Manif contra eólicas a ler o cartaz da manifestação. À direita, na fotografia, com a tradicional faixa tricolor francesa, está o presidente da edilidade cujos habitantes (todos!) decidiram vender as suas casas quando foi anunciada a aprovação de um parque de eólicas na vizinhança da cidade.

Foi criada uma plataforma europeia contra as eólicas designada European Platform Against Windfarms (EPAW). Este novo movimento tem recebido apoios de todo o Mundo, incluindo Austrália, Nova Zelândia, EUA, Canadá, Porto Rico, Equador, África do Sul, Japão e Eslovénia. Consultar: Colectivo 4 de Outubro.

A manifestação e a assembleia constituinte da plataforma foram convocadas por 176 associações e federações. Consultar: Colectivo 4 de Outubro. A plataforma internacional contra as eólicas foi fundada no mesmo dia e distribuiu um comunicado para a imprensa assente em dois pontos: 1) Decepção ecológica e escândalo financeiro; 2) Moratória imediata e mais transparência. Segue-se o comunicado textual:

Press release
Paris, Saturday Oct. 4th 2008

Founding of the European Platform Against Windfarms (EPAW)

In Paris today, on the occasion of the international demonstration against wind farms, German, Belgian, Spanish and French federations and associations have founded the European Platform Against Windfarms (EPAW).

This project has received the support of colleagues from 16 countries representing several hundred federations and associations.

The founding members of this platform have agreed to make the following declaration:

1) Ecological deception and financial scandal

It has now been proved that industrial wind power does not reduce CO2 emissions and therefore does not contribute to the fight against global warming. This is principally due to the intermittent and uncontrollable nature of wind, which makes it necessary to rely on the back-up of polluting fossil-fuels power stations, 24 hours a day.

Industrial wind power is subsidized by the taxpayer-consumer.In France for example, if the national plan is realized (12,500 wind turbines!) this burden will amount to 2.5 billion Euros annually. In Germany, it is already costing 4 billion Euros a year.

At a time when Europe is facing a deep economic crisis, it is not acceptable that the standard of living of Europeans be further reduced in favour of businessmen whose objective seems to be maximizing profits whatever the consequences.

Industrial wind farms are a threat to the environment.
Landscapes, the natural and cultural heritage, wildlife, quality of life, the security and health of Europeans are in danger!

2) The demands made by EPAW: an immediate moratorium and more transparency

The platform demands an immediate moratorium with the suspension of all wind farm projects, approved or not.

The platform demands that be assessed, under the control of an independent body, the objective and undisputable effects of wind farms from an energetically, ecological and social point of view - respectively.

The platform finally demands that the guaranteed pricing of wind-produced electricity be made the object of both a public and a parliamentary debate, at national and European levels.

Signed by:
European Associations and Federations participating in the reunion of October 4th 2008
Spain: Iberica 2000
Belgica: Vent Contraire, Vent de Raison
France: FED : Fédération Environnement Durable (Fédération nationale)
France: FNASSEM - Fédération Nationale des Associations de Sauvegarde ses Sites et Monuments
Germany: BLS (Bundesverband Landschaftsschutz - landscape protection, federation of 800 local committees)
Germany: NAEB (Nationale Anti EEG Bewegung – against wind farms)

Contacts: Kléber ROSSILLON (FNASSEM) : 06 07 21 88 64 kleber.rossilllon@wanadoo.fr
Emmanuel du BOULLAY (FED) : 06 13 54 49 07 emmanuel.du-boullay@laposte.net
Mark Duchamp + 34 679 12 99 97
Inconvenient videos:
www.iberica2000.org/Es/Articulo.asp?Id=3729
The dark side of wind farms: www.iberica2000.org/Es/Articulo.asp?Id=1228
Pictures of wind farm victims (eagles etc.), of turbines on fire, of collapsed turbines, of soil & water contamination etc.:
http://spaces.msn.com/mark-duchamp

É, de facto, arrasador.

Apesar de tudo, isto não significa que a energia eólica seja de desprezar. Certamente existem locais onde os aerogeradores não incomodam ninguém ou, pelo menos, não incomodam muito. Se podemos aproveitar essa energia, é asneira não o fazer.

O que as eólicas têm de mais reprovável é a política de preços artificiais pagos aos produtores, fixados administrativamente pelo governo. Esses preços são muito mais elevados do que os preços de outras formas de energia com as quais concorrem deslealmente e sem risco. O único risco do negócio das eólicas é não haver vento.

Todos temos de pagar para satisfação dos promotores das eólicas. E dos autarcas, que também recebem uma percentagem. Uma parte do gigantesco défice tarifário acumulado da EDP deve-se aos preços artificiais da energia eléctrica de origem eólica pagos aos promotores e aos autarcas.

Além disso, os promotores recebem subsídios não reembolsáveis provenientes dos impostos dos contribuintes. Daí que até os bancos afluam ao negócio das eólicas na caça aos subsídios como abelhas ao favo de mel. Constituíram-se empresas especializadas na caça aos subsídios.

O nosso primeiro-ministro e o ministro da Economia fazem com frequência declarações bombásticas acerca dos grandes desenvolvimentos da energia eólica em Portugal. Mas uma política energética baseada na energia eólica é obviamente incompleta e condenada ao fracasso.

Nem sequer se pode considerar política energética. São sempre necessários centros produtores de reserva – normalmente termoeléctricos – para acudir as falhas do vento (frequentes e que acontecem durante as aglutinações anticiclónicas).

É verdade que o actual governo tomou uma decisão correcta ao avançar para a construção de novas barragens. Mas mesmo no máximo da capacidade eólica e hidráulica a energia produzida por estes meios não chegará para substituir as actuais centrais termoeléctricas.

O aproveitamento da energia eólica devia ser como o sal na sopa, nem muito nem pouco.

Manif contra eólicas, em Paris, dia 4 de Outubro de 2008.

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quarta-feira, outubro 08, 2008

Uma saída para a crise energética

Quando a UE fala de “luta contra as alterações climáticas” o que na verdade está a discutir são políticas energéticas. Trata-se, contudo, de uma discussão altamente enviesada por adoptar o filtro falso do suposto aquecimento global.

Este filtro, além de ser baseado na ficção do aquecimento global, provoca gravíssimas confusões, distorções e erros de política energética.

Verifica-se que historicamente a Comissão Europeia nunca acertou numa política energética comum. Teve apenas slogans erráticos:

1) “Tudo petróleo” (apareceram os choques petrolíferos de 1974 e 1979);
2) “Tudo nuclear” (sucedeu o desastre de Chernobyl);
3) “Tudo carvão” (criou o pânico do «global warming»);
4) “20/20/20” (criou mais dependências externas – vide plano).

Na fase 2) a CE aprovou uma norma que proibia o uso do gás natural (naturalmente da ex-URSS) na produção exclusiva de electricidade. Ainda que pelos motivos errados (de ordem geopolítica) esta talvez fosse a única decisão acertada: queimar gás natural para produzir exclusivamente electricidade é um erro económico grave, como se verá a seguir quando se apontar uma possível saída para a crise.

Presentemente, desenha-se uma luta tremenda entre o nuclear e o carvão. Qualquer deles com oposição do movimento ambientalista radical. Para o carvão ainda se perspectiva a captura e o armazenamento do dióxido de carbono. Esta ideia é uma esquisitice desnecessária, cara e demorada de implementar.

Na realidade, tanto o nuclear como o carvão “limpo” são opções de promoção lenta. De crise em crise, e talvez à revelia da DGTREN – Direcção Geral de Transportes e Energia, de Bruxelas, os países da UE irão caminhando muito vagarosamente para uma solução que os alemães – inteligentemente e sem dar cavaco a Bruxelas – já estão a preparar há muito:

1) O pouco petróleo ainda existente destinar-se-ia, essencialmente, para os transportes aéreos e marítimos e para as Forças Armadas;

2) O sector dos transportes viários deveria ser todo convertido tanto para o gás natural comprimido (GNC) como para o gás natural liquefeito (GNL, adequado para o transporte de longo curso). Para mais informação sobre este tópico ver APVGN;

3) A produção de electricidade teria como base o carvão seguido da energia nuclear (garantida a segurança das populações); as energias renováveis (hídrica, eólica) seriam residuais; as utopias imaturas do solar, das ondas, da fusão nuclear, etc., ficariam para as calendas gregas;

4) O sector doméstico e serviços recorreria – para o aquecimento e águas sanitárias – ao aproveitamento da energia solar (térmica). A energia solar fotovoltaica ficaria condicionada à sua evolução técnica e económica;

5) O sector industrial utilizaria uma mistura de formas de energia com recurso à co-geração (produção combinada de calor - força motriz - electricidade).

Em termos globais (Portugal é uma Maria que vai com as outras que não conta para a história) poderia ser esta uma solução no período de transição (os próximos 30 a 50 anos?) entre o paradigma energético actual até a um novo paradigma que não se sabe qual será.

Historicamente, a humanidade começou por utilizar a força muscular do próprio Homem, depois aprendeu a utilizar a força dos animais, a biomassa, os ventos e as quedas de água.

Em grande escala, a biomassa teve primazia até, aproximadamente, aos anos 1900. Passou, prioritariamente, para o carvão até cerca dos anos 1960. Deste transferiu para o petróleo que, desde esses anos 1960, continua a ser a principal fonte energética utilizada em larga escala.

Todas estas formas de energia apresentavam características comuns (na altura da sua introdução e expansão): abundantes, baratas e fáceis de armazenar para serem consumidas na altura mais oportuna. Foi deste modo que o ser humano se desenvolveu tal como é hoje conhecido nos países desenvolvidos.

Foi a energia que lhe permitiu aumentar a esperança de vida à nascença, lutar contra as doenças, alimentar-se convenientemente, instruir-se, melhorar as suas formas de trabalho, adaptar-se às contrariedades do clima, suportar as dificuldades de fenómenos extremos, aumentar a mobilidade, etc.

Foi a energia barata do petróleo que permitiu à humanidade multiplicar-se de forma tão assombrosa, hoje chegando aos 6,5 mil milhões de pessoas.

Não há nenhuma hipótese de saída do estado de miséria humana que não seja com o uso de grandes quantidades de energia. O subdesenvolvimento vence-se através da utilização de energia abundante, barata e armazenável. Tanto em África, como na Índia, como na China, a energia é e será sempre o produto fundamental para o desenvolvimento social e económico.

Afirmar que os africanos, por exemplo, podem sair do subdesenvolvimento através da abundante energia solar de que dispõem é uma hipocrisia. Ou que os indianos podem usar energia eólica para matar a fome é outra.

A humanidade anda à procura do novo paradigma. Quem sabe qual vai ser a nova forma de energia abundante, barata e armazenável necessária ao desenvolvimento social e económico da humanidade?

A energia é um produto histórico da humanidade. Quando se diz que determinada sociedade é muito dependente da energia do exterior é porque essa situação resultou de opções tomadas a priori. Se não se pretender depender do estrangeiro, reduza-se o nível de vida, diminua-se a qualidade de vida, etc.

Outro paradoxo é o das economias de energia. Por estranho que seja (vide Paradoxo de Jevons), um plano de poupanças de energia pode conduzir a um aumento do consumo total de energia.

O problema da energia não se resolve com slogans, tal como pretendem os dirigentes da UE. Resolve-se com decisões inteligentes e com uma perspectiva de longo prazo. Mudar uma infra-estrutura energética pode levar décadas. Não é o mesmo do que mudar de software. A transferência tecnológica de um determinado combustível para outro implica uma mudança dolorosa, em tempo e dinheiro.

Um problema sério que se intromete na decisão para a implementação de um sistema energético, além das objecções do movimento ambientalista radical – que é contra tudo e mais alguma coisa –, é o dos movimentos de cidadãos contra esta ou aquela forma de energia.

Não são só os aproveitamentos hidroeléctricos e termoeléctricos ou a energia nuclear para fins pacíficos que encontram obstáculos. Também os parques eólicos começam a ser contestados pelas populações como se verá no post seguinte.

segunda-feira, outubro 06, 2008

A encruzilhada de Durão Barroso

A UE cumprirá as promessas de reduzir emissões de dióxido de carbono?

Há apenas 18 meses, a União Europeia comprometeu-se a salvar o mundo combatendo as alterações climáticas.

Está para breve o anúncio de um plano para cumprir aqueles promessas. Mas existirão grandes dificuldades no seu cumprimento.

As conclusões da Cimeira de Março de 2007, proclamando a União Europeia como "motor" da resolução do problema climático, são apenas votos piedosos. Elas começavam com "a Europa beneficia actualmente de uma recuperação económica", e acrescentavam que as previsões de crescimento são "positivas".

Nesses tempos benignos, que desapareceram há muito, os líderes europeus estavam com humor heróico. Fizeram promessas firmes com o slogan "20/20/20".

Isto é, no ano de 2020, as emissões de carbono da União Europeia seriam reduzidas em, pelo menos, 20 % em comparação às de 1990, 20 % do consumo total de energia proviria de fontes renováveis e a eficiência energética reduziria 20 % do consumo que se verificaria sem essa poupança.

O humor heróico está agora ultrapassado. Em Março de 2007, Angela Merkel, chanceler alemã e presidente da Cimeira de então, era uma campeã vestida de verde. Hoje ela parece-se como uma lobista das empresas alemãs, defendendo uma lista de indústrias que devem ser protegidas do custo [ruinoso] de um tal plano. Na verdade, quase todos os países têm agora razões para achar que as promessas sobre a luta contra as alterações climáticas seriam impossíveis de cumprir.

A Grã-Bretanha está pessimista sobre as suas metas para as energias renováveis. A Irlanda afirma que os seus agricultores devem ser protegidos (as vacas irlandesas alimentam-se com erva e emitem metano).

Vasculhando mais profundamente na impossibilidade da resolução dos problemas, cai-se na questão do dinheiro disponível. Na UE, os litígios financeiros são resolvidos, normalmente, não sem dor. Mas um outro problema difícil de resolver surge.

Os países que usam o carvão, como a Polónia, temem que o pacote Durão Barroso sobre alterações climáticas os vai obrigar ao abandono do carvão. A alternativa aparentemente imediata e fácil seria o gás natural. Mas o pavor da Polónia é que este gás é russo. A Rússia, apesar de tudo, fornece estes seus vizinhos nervosos, há pelo menos 18 meses, com a hipótese de cortes no fornecimento; após a situação de guerra na Geórgia a Polónia ficou ainda mais assustada.

A Polónia produz mais de 90% da sua electricidade a partir do carvão. A gigantesca central termoeléctrica de Siekierka, em Varsóvia, fornece electricidade e aquecimento a dois terços da capital polaca em cada Inverno. Um monte de carvão ao lado da sua central contém 180 mil toneladas, suficientes para 18 dias de produção no Inverno. É um lugar estranhamente confortável, se ignorarmos o pacote climático de Durão Barroso.

Quase todo o carvão é polaco e vem diariamente através de comboios a partir da Silésia. Nas tardes deste Outono, o único cheiro que se respira na central vem de folhas mortas e de carvão fresco. O único ruído vem de um bulldozer que movimenta montes de carvão. As três chaminés operam sem fumo, é impossível ver a libertação do invisível dióxido de carbono para a atmosfera.

O cerne do pacote de combate às alterações climáticas da UE é o Esquema de Direitos de Emissão (ETS, acrónimo do inglês emissions-trading scheme). Este esquema obriga ao pagamento das emissões de dióxido de carbono das fábricas e das centrais termoeléctricas como a de Siekierka.

Quanto mais elevado for o preço da tonelada de carbono emitido mais caro sai às fábricas e às centrais. Tal facto suscita a ideia de trocar o carvão por outro combustível. O governo polaco está em pânico com os recentes relatórios técnico-económicos, concluindo que o preço da tonelada de carbono emitido é muito mais elevado do que era apontado nas estimativas da Comissão Europeia.

Em Fevereiro de 2008, um documento da UBS – União de Bancos Suíços, deu o sinal de alarme ao prever que 43% das centrais termoeléctricas a carvão da UE tinham de substituir o combustível para cumprir as metas do pacote Durão Barroso relativo à emissão de dióxido de carbono.

No longo prazo, a Polónia coloca a hipótese das tecnologias do carvão “limpo”, incluindo a captação e armazenamento do dióxido de carbono. Mas isso vai levar anos a concretizar (fontes oficiais polacas pensam no recurso à energia nuclear, mas esta opção também levará anos a concretizar).

O que preocupa os polacos é o médio prazo. Por isso, os polacos pretendem manter a energia baseada na economia do seu carvão. "O carvão é a nossa segurança energética", afirma Mikolaj Dowgielewicz, ministro polaco para as questões europeias.

Em 26 de Setembro, os ministros da Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia assinaram uma declaração conjunta na qual expressaram a sua preocupação pelo facto de o combate às alterações climáticas "aumentar significativamente" a dependência de alguns países relativamente ao gás importado.

Com o pacote Durão Barroso, na sua forma actual, não há hipótese de um acordo entre os 27 países da UE, diz Dowgielewicz. A ironia é que a segurança energética foi um elemento-chave para convencer os europeus de Leste a aderir ao plano das alterações climáticas de Março de 2007.

Os seus dirigentes receberam a garantia de que a transição para as energias renováveis os ajudaria a evitar uma excessiva dependência das importações de energia.

As conclusões de Março de 2007 prometiam mais "solidariedade" europeia em caso de crise de abastecimento energético (por exemplo, a Rússia fechar as suas válvulas).

Houve promessas de diversificação dos fornecimentos, bem como o apoio a projectos como o gasoduto Nabucco que iria trazer o gás do mar Cáspio até à Europa Central, contornando a Rússia.

Lidar com o urso russo

Mas estas promessas, na sua maioria, são ocas. Os membros da UE continuam a assinar com a Rússia acordos que minam o projecto Nabucco. A Alemanha continua a defender o gasoduto Nord Stream, um projecto conjunto com a empresa russa Gazprom.

A guerra na Geórgia mostrou como a União Europeia mantém a unidade frente à Rússia: fazer concessões. E os dirigentes russos movimentam-se em torno da periferia da UE, defendendo traçados russos e procurando investir em novos pipelines que vão transportar o gás para a Europa (incluindo um da Nigéria), mas que eles controlam ou influenciam.

No início deste ano, a Rússia declarou que iria construir um complexo nuclear em Kaliningrado, um enclave entre a Polónia e a Lituânia. Demasiado grande para as necessidades de Kaliningrado, este complexo tem potencial para exportar energia, segundo os responsáveis do nuclear russo.

Isso representa um dilema para os países vizinhos. A sua entrada em serviço, pouco depois de 2015, irá produzir electricidade com zero de emissões de carbono, mas a importação desta energia pela UE tornará os europeus cada vez mais dependentes da energia russa.

A Polónia quer modificações no pacote Durão Barroso que permitam a continuação da queima do seu carvão sem se arruinarem com o ETS. Mas ninguém pode culpar o ETS de marginalizar os produtores de carvão. Este esquema foi concebido, apesar de tudo, para tornar economicamente pouco atraentes os combustíveis com alto teor de carbono.

A UE dispõe de uma solução mais importante. É possível realizar algumas das suas promessas, de Março de 2007, sobre segurança energética.

Isso significa menos acordos bilaterais com a Rússia, mais projectos de terminais de importação de gás natural liquefeito, o apoio a projectos diversificados de gasodutos que contornem a Rússia, o reforço da interligação das redes de eléctricas e aumento da liberalização da energia.

Os europeus de leste não aceitarão um plano de combate às alterações climáticas que não lhes ofereça uma maior segurança energética.

E quem pode criticá-los?
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Fonte: The Economist.

sábado, outubro 04, 2008

Neve no HN e no HS

Apenas para registo futuro:

- No Hemisfério Norte, ontem, início de Outubro, nevou no Canadá (Ontário e Quebeque), na Escócia (não acontecia desde 1914) e, aqui ao lado, em Espanha (Aragão).

- No Hemisfério Sul, em meados da Primavera, tem nevado na África do Sul, na Zâmbia (!), na Nova Zelândia, na Argentina e na Austrália.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Pode a climatologia responder a todas as questões?

Richard Lindzen, Prof. de climatologia do MIT – Massasuchetts Institute of Technology, participou num seminário realizado nos dias 29-31 de Agosto de 2008, em San Marino.

O seminário foi organizado pela EURESIS (Associazone per la promozione e la diffusione della cultura e del lavoro scientifico) e pela Templeton Foundation. O seminário foi designado Creativity and Creative Inspiration in Mathematics, Science, and Engineering: Developing a Vision for the Future.

O Prof. Richard Lindzen é famoso em todo o mundo científico, especialmente na comunidade da meteorologia e climatologia. Lindzen foi o principal autor do Capítulo 7 – que se ocupa dos aspectos físicos do problema – do Working Group 1 do IPCC, editado em 2001.

Lindzen criticou o IPCC pelas alterações que introduziu no Sumário para os Decisores Políticos em relação ao seu relatório científico de 2001 sem seu conhecimento. Afirmou: “The draft of the Policymakers Summary was significantly modified at Shanghai.”

Desde então o IPCC perdeu a confiança deste professor do MIT. Lindzen classificou o IPCC como uma organização política que desvirtua a Ciência a fim de satisfazer os desígnios do movimento ambientalista radical.

No entanto, Lindzen reconhece, publicamente, que os ambientalistas sérios nada têm a ver com este movimento que pretende, se é que já não conseguiu, tornar-se um governo universal impondo as suas ideias retrógradas.

No seminário de San Marino, decorrido, como se disse, entre 29-31 de Agosto de 2008, Richard Lindzen apresentou o documento Climate Science: Is it currently designed to answer questions?

Neste notabilíssimo documento, Lindzen passa em revista a tropa-fandanga do «global warming». Não deixa praticamente ninguém nem nenhum acontecimento esquecido. Como não podia deixar de ser, refere-se a Al Gore.

Ainda Gore era vice-presidente dos EUA quando o Prof. Lindzen foi chamado ao Congresso para depor. Al Gore perguntava e Lindzen respondia. Gore afirmava então: “V. Exa. quis dizer que…”. Mas Gore dizia precisamente o contrário daquilo que o Prof. do MIT havia dito.

Este extraordinário documento de Richard Lindzen merece ser lido com toda a atenção para se perceber o mal que os políticos fazem à Ciência, em geral, e à climatologia, em particular. Linzen afirma: “In particular, we will show how political bodies act to control scientific institutions, how scientists adjust both data and even theory to accommodate politically correct positions, and how opposition to these positions is disposed of.

Na sua notável oração no seminário de San Marino lá estão James Earl Hansen e Michael Mann (o inventor da impostura do “hockey stick”) assim como muitos outros “cientistas” que tanto mal têm causado à Ciência.

Resumidamente, Lindzen diz que estes senhores impingem um novo paradigma onde a simulação – com cenários, hipóteses e milhares de quilómetros de papel das saídas dos computadores –, através de modelos informáticos do clima, substituiu a teoria e a observação da realidade.

O novo paradigma para a Ciência, que incorpora uma componente de dependência baseada na instilação do medo, pode não constituir corrupção per se mas serve para estabelecer um sistema particularmente vulnerável à corrupção.

A maior parte do documento de Lindzen ilustra a exploração desta vulnerabilidade na área da investigação climática. A situação é particularmente aguda para uma área limitada da Ciência tal como a climatologia que, ainda por cima, se apresenta com muitas fragilidades.

A climatologia tem outras áreas afins como a meteorologia, a oceanografia, a geografia, a geoquímica, etc. Todas estas outras áreas são igualmente limitadas, revelando também alguma imaturidade e ainda com um vasto campo em desenvolvimento.

Sintomaticamente, todas estas áreas estão associadas a desastres. São facilmente alvo de manipulações no sentido de exploração do medo. A ciência climática, em particular, foi alvo do maior movimento político e ambiental de toda a história das ciências.

Fizeram-se, conscientemente, todos os esforços para politizar a ciência climática. Realçaram-se desastres actuais e futuros como consequência das actividades humanas. O clima passou para a agenda política e ambiental como ponto número um.

Envolveram-se organizações profissionais, laboratórios de investigação, academias nacionais, departamentos governamentais (incluindo a NASA, a NOAA, a EPA, a NSF, etc., só nos EUA) e mesmo universidades no meio desta balbúrdia gastando-se fortunas sem se avançar um milímetro no conhecimento climático.

Claro que Richard Lindzen não conhece o caso português. Cinge-se praticamente ao caso anglo-saxónico, especialmente norte-americano e inglês. Caso contrário tinha muito mais para contar, pois aqui não se foge à regra geral.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Recorde de dias sem manchas solares

A NASA continua a dar informações sobre o comportamento invulgar do Sol. Desta vez foi o Marshall Space Flight Center a indicar que 2008 já bateu o recorde do número de dias sem manchas solares.

No histograma da Fig. 128 estão indicados os anos com mais dias sem manchas solares desde há meio século. O de 2008 destaca-se já mesmo em finais de Setembro.

Mau seria se entrássemos num período, curto que fosse, semelhante ao dos anos 1645 a 1715 do Mínimo de Maunder. Este Mínimo de Maunder sucedeu em meados da Pequena Idade do Gelo (1300-1900).

Durante o Mínimo de Maunder, a Europa, a América do Norte e, provavelmente, a maior parte do resto do planeta, sofreram Invernos rigorosíssimos.

Fig. 128 - Histograma de dias sem manchas solares. Últimos 50 anos.Fonte: NASA.

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