quinta-feira, maio 29, 2008

Vai desaparecer um milhão de espécies?

O hipotético aquecimento global é acusado sistematicamente de pôr em perigo a biodiversidade. Certas estimativas prevêem extinções maciças durante o século XXI – a mais citada considera que são 18 % a 35 % das espécies animais e vegetais as ameaçadas. Esta catástrofe anunciada é credível? Um exame mais atento do tema permite duvidar da credibilidade de mais uma catástrofe anunciada. Nenhum caso de extinção de espécies devida ao aquecimento foi bem descrito desde há 150 anos. Numerosos estudos mostram que as reacções da fauna e a da flora ao aquecimento são de fraca amplitude, alguns mostram mesmo que a realidade vai contra o resultado esperado. Além disso, em igualdade de circunstâncias, o aquecimento do planeta e o aumento do CO2 atmosférico seriam sem dúvida favoráveis à biodiversidade.

A revista Nature, de 8 de Janeiro de 2004, publicou um estudo intitulado «Extinction risk from climate change». Esse estudo mobilizou 18 investigadores, 14 centros de investigação de sete nacionalidades. O autor principal foi Chris D. Thomas, biólogo da Universidade de Leeds (Reino Unido).

Pela primeira vez, os autores construíram um modelo para a determinação da probabilidade de extinção das espécies em função da evolução do clima num período de 50 anos. Foram consideradas 1103 espécies (mamíferos, pássaros, répteis, insectos, vegetais) como representativas da biodiversidade de uma vasta zona geográfica, cobrindo cerca de 1/5 de terras emergentes. Para modelar a evolução de cada um das espécies consideradas, durante cinco décadas, os autores adoptaram como variáveis básicas os elementos climáticos actuais do seu ecossistema (temperatura, precipitação, sazonalidade) em função da distribuição geográfica. Fizeram, igualmente, variar a capacidade de migração das espécies (desde a migração nula à universal na área considerada). No que respeita à evolução do clima, retiveram três cenários do IPCC relativos ao aumento da temperatura e à concentração de CO2: 1) + 0,8 ºC a +1,7 °C e 500 ppm de CO2; 2) + 1,8 ºC a +2,0 °C e 500 ppm a 550 ppm de CO2; 3) + 2,0 °C e 550 ppm de CO2.

Consequência geral deste exercício de modelação: a extinção destas espécies situar-se-ia entre 18 % e 35 %, com um valor médio de 24 %.

O desaparecimento de um quarto das espécies de um dado ecossistema seria indubitavelmente um acontecimento importante. A revista Nature fez logicamente a sua cobertura sensacionalista (uma "top story") e os meios de comunicação social do mundo inteiro deram eco à notícia alarmante, como não podia deixar de ser. Embora os autores se tivessem resguardado ao não fazer qualquer extrapolação, a revista dita científica não se coibiu de ir para além dos 1103 casos estudados, pois o seu comunicado de imprensa não hesitou em dizer: “Até 2050, a extinção de um milhão de espécies animais e vegetais está ameaçada pelo aquecimento global”.

A extinção de um milhão de espécies pela causa única do aquecimento global, ainda por cima devido, indirectamente, à acção do Homem... seria, indubitavelmente, um cenário de pesadelo. Mas é, seguramente, um cenário altamente fantasista. O estudo de Thomas et al. sofre do efeito de distorções consideráveis que conduzem a conclusões insustentáveis.

A primeira distorção tem a ver com o efeito excessivo do clima, mais precisamente da temperatura, na evolução da biodiversidade. O método utilizado pelos autores pode com efeito explicar-se resumidamente (exemplo imaginário): se uma espécie actual vive dentro de uma dada gama de temperaturas (entre um mínimo de inverno de 5 °C e um máximo estival de 35 °C), tenderá para a extinção desde que a gama de temperaturas projectada para 2050 diminua no seu ecossistema. É evidente que tal método pode apenas chegar a uma conclusão pessimista quando se aplica a um cenário de aquecimento global.

Outra distorção do estudo: a ignorância das condições locais. O IPCC reconhece que os seus modelos climáticos indicam somente temperaturas globais, e que não podem em caso algum prever à distância de 50 anos (nem mesmo 5, 10 ou 20 anos) as variações climáticas locais [Esta afirmação do IPCC demonstra que a sua metodologia não é séria – determina a média global sem capacidade para determinar as médias regionais que dão lugar à global!]. Um aquecimento global de 1 °C pode muito bem traduzir-se em temperaturas estáveis, ou mesmo mais frias em numerosas zonas do globo. Eis por exemplo um mapa (Fig. 112) que compara as anomalias térmicas da década 1996-2005 em relação à década precedente. Os anos 1996-2005 estariam entre os mais quentes dos 150 últimos anos, com “recordes” em 1998, 2002, 2003, 2004 e 2005.

Apesar de uma diferença global de 0,21 °C entre as duas décadas, o mapa junto permite certificar que numerosas regiões conservaram uma temperatura constante ou ligeiramente mais fresca (zonas a branco e a azul). É o caso de largas zonas das Américas, da Sibéria, da Ásia, do Sul de África, da Austrália e do Antárctico.

O defeito essencial do modelo de Thomas et al. é por conseguinte o seu simplismo. Os biólogos que estudam a ecologia evolutiva e funcional sabem que se pode utilizar dois tipos de modelos. Uns, ditos “estatísticos”, fazem intervir um número limitado de parâmetros quantificados e estudam a sua evolução no tempo. Outros, ditos “mecanicistas”, simulam o comportamento real de uma espécie dada a partir dos elementos dos quais se dispõe sobre a espécie em questão. Esta última escolha é evidentemente mais fina e mais precisa. O problema situa-se nos nossos conhecimentos reais, sobre as espécies no seu meio natural, serem extremamente limitados, contrariamente ao que se poderia pensar. Não somente se desconhece o número exacto de espécies presentes na Terra, mas também poucas delas são objecto de estudos intensivos in situ. Veremos um pouco mais adiante que certas espécies, estudadas de mais perto, parecem responder de maneira flexível às modificações locais do clima.

O Dryas não provocou nenhuma hecatombe

Se o modelo de Thomas et al. fosse rigoroso, dever-se-ia poder aplicá-lo ao passado, e não somente ao futuro. Assim, encontrar-se-ia confrontado com projecções insustentáveis, tal como acontece com simulações inconsistentes com a realidade do passado. O cenário mais conservador do estudo refere o desaparecimento de 18 % das espécies para um aquecimento de 0,8 ºC a 1,5 °C. Mas o intervalo baixo deste cenário quase é atingido pela avaliação do IPCC, a saber, de um aquecimento médio global de 0,6 °C ± 0,2 °C, desde 1861, e de períodos anteriores de forte aquecimento, como o de 1910-1940. Em boa lógica, já teríamos assistido a uma forte extinção das espécies, supostamente explicável pelo aquecimento já detectado. Ora, este fenómeno não está documentado em nenhum lado.

Quando se recua ligeiramente no tempo geológico, o cenário toma proporções inquietantes. Sabe-se que o clima é tudo excepto estável. Um episódio bem conhecido do Holoceno foi o Dryas recente, que sucedeu há 12 mil e 900 anos e há 11 mil e 500 anos (antes de 1950 - ver nota da Fig. 113). Este período foi marcado por variações bruscas do clima num intervalo de tempo muito curto, pelo menos no Hemisfério Norte (ver Fig. 113 das temperaturas na Gronelândia central). Estas variações bruscas de amplitude estão documentadas por diversos indicadores, como os de cilindros de gelo da Gronelândia ou o exame dos pólenes captados nas turfeiras (Dansgaard, 1989; Alley, 1993; Severinghaus, 1998). Na fase de arrefecimento, considera-se que na Gronelândia a temperatura desceu 15 °C, na Europa 5 °C. A fase de aquecimento que seguiu foi mais brutal ainda, com subidas de 6 °C considerada em períodos muito curtos (cerca de cinquenta anos). Esta amplitude climática, sem dimensão comum à observada desde há 100 ou 1000 anos, teria conduzido a extinções maciças. O cenário mais sombrio de Thomas et al. refere-se a 35 % de espécies ameaçadas para um aquecimento “limitado” a 2,0 °C: o Dryas recente multiplicou este dado por um factor três sobre uma duração comparável (algumas décadas a alguns séculos). E isso se tiver em conta apenas o aquecimento. O pico de biodiversidade constantemente observada nas regiões equatoriais, mais quentes e mais húmidas, em relação à relativa pobreza das regiões polares, sugere que o arrefecimento constitui uma ameaça não menos séria para a biodiversidade. Nestas condições, utilizando-se modelos simples como os de Thomas et al., o Dryas recente teria provocado no Hemisfério Norte uma hecatombe comparável às grandes extinções do passado geológico! Mas nada disso se encontra documentado (Van Loon, 2003).

Outro exemplo para a nossa época geológica, baptizada por Holoceno, que começou há 10 mil anos (anos carbono radioactivo). Quase todas as espécies hoje presentes sobre a Terra (excepto as espécies domésticas) existiam já ao longo de todo este período. Ora, o Holoceno é marcado por largas amplitudes climáticas, com longas fases de aquecimento cruzadas por episódios frios. Considera-se que o episódio do Óptimo Climático do Holoceno, situado há 5000 a 9000 anos, foi marcado por temperaturas mais quentes que hoje (+ 0,5 ºC a + 2 °C). Donde, ter-se-ia verificado extinções importantes, mas não foi o caso excepto de algumas espécies particulares com sobrevivência em regiões muito frias (o exemplo mais famoso é o mamute).

Como a vida reage realmente às variações do clima

Desde Darwin, sabe-se que as espécies evoluem principalmente de acordo com um esquema simples e universal: variação dos traços individuais, selecção dos traços mais vantajosos, adaptação consequente ao meio. É evidente que o clima sempre representou um constrangimento forte para as espécies animais e vegetais. Uma espécie absolutamente incapaz de adaptar-se a variações da insolação, da temperatura ou da humidade teria pouca possibilidade de sobreviver muito tempo sob os céus sempre variáveis da Terra. Esta evidência traz um novo limite ao cenário catastrófico de Thomas et al. Retomando o nosso exemplo de uma população habituada a viver entre temperaturas anuais extremas de 5 ºC a 35 °C, dois factos devem ser tidos em conta: a plasticidade comportamental que permite a uma proporção de organismos adaptar-se às variações ligeiras do meio (por exemplo das temperaturas de 7 ºC a 40 °C); a variabilidade genética que faz com que certos indivíduos sejam melhor predispostos que outros a sobreviver a amplitudes térmicas.

Não se trata aqui de hipóteses gratuitas: o fenómeno já tem sido verificado. Denis Réal (Universidade de Quebeque, Montreal) e a sua equipa estudaram, por exemplo, o esquilo ruivo Yukon. A influência da evolução recente das temperaturas primaveris (aproximadamente + 2 °C) foi medida para uma população de vários milhares de indivíduos e sobre quatro gerações. Os investigadores constataram que durante uma dezena de anos, os esquilos nascem em média dezoito dias mais cedo. Explicação dos biogéographes (que estudam a repartição da flora, da fauna e dos meios biológicos): os indivíduos que possuem uma predisposição genética favorável (gestação mais rápida, desfasamento do ciclo reprodutivo) obtiveram rapidamente vantagem sobre os outros. Este exemplo ilustra a adaptabilidade ao clima dos indivíduos e das espécies. Parece particularmente marcada no esquilo Yukon, dado que apenas dez anos foram suficientes para produzir uma evolução notável.Os exemplos não se encontram apenas nos mamíferos. Os pássaros mostram também uma surpreendente capacidade de adaptação. Um estudo efectuado entre 1975 e 1995 teve como exemplo 65 espécies europeias e mostrou que, à excepção de uma (o pombo colombin Columba oenas), avançou a data de postura durante o ano, atingindo esta precocidade nove dias para uma vintena de espécies (Crick, 1999). Quando se estuda mais em detalhe uma população específica, apercebe-se contudo a sua grande variação interna. Um trabalho efectuado durante vinte anos e relativo a 24 populações de chapins (pássaros que se nutrem de insectos, de grainhas e de frutos) repartidas em seis países europeus mostrou que respostas da fauna avícola a variações climáticas semelhantes podem diferir de acordo com as regiões, mas também entre grupos geograficamente mais próximos. A diversidade em questão referia-se não apenas à precocidade do acoplamento conjunto das posturas, facto geralmente observado, mas também à frequência das segundas ninhadas (Visser, 2003).

Os dados disponíveis não são tão alarmantes

Em 2003, foi realizado um estudo quantitativo sobre a resposta de mais de 1700 espécies às alterações climáticas do século XX (Parmesan, C. et al., 2003). Esta meta-síntese da leader na matéria, Camille Parmesan, reuniu os dados de 30 estudos precedentes. O estudo de Camille refere-se à phenology (evolução sazonal e anual dos ciclos naturais dos organismos), à distribuição e à abundância das espécies estudadas.
Obtiveram-se os resultados seguintes.
- Para 99 espécies de pássaros, de vegetais alpinos ou de borboletas, nota-se uma deslocação média para Norte de 6,1 km (ou de um metro de altitude) por década. Que uma espécie de pássaro altere a sua área de 60 km num século ou que uma espécie de erva suba 10 metros num século não é nada dramático.
- Para 172 espécies de vegetais (ervas, árvores) e de animais (borboletas, anfíbios), nota-se uma modificação phenologic média de precocidade do calendário primaveril de 2,3 dias por década. Mesmo neste caso, a evolução não apresenta traços de uma catástrofe sem precedentes: 23 dias num século em condições de aquecimento permanente.
- Para 678 espécies para as quais se dispõe de dados phenologics de longo prazo, 196 não tiveram movimento notável, 423 mostram adaptações ao aquecimento, 61 adaptações ao arrefecimento.
- Para 920 espécies das quais se dispõe de dados relativos à distribuição e à abundância, 460 não apresentaram uma evolução significativa, 372 evoluíram em conformidade com as previsões do aquecimento, 88 em sentido oposto das previsões (perto de dois terços das espécies não responderam por conseguinte localmente ao suposto aquecimento global).

Estes dados, pelo menos contrastados, confirmam que de modo algum a hipótese de uma catástrofe iminente é de temer. Existe uma obra inteira consagrada à questão que não apresenta nenhum caso de extinção de espécies recente devida às variações locais ou globais do clima (Lovejoy e Hannah, 2004), mas apresenta séries locais de variações que se inscrevem no comportamento normal das espécies.

O que concluir?

- As modelações que consistem em considerar dois únicos critérios climáticos globais (temperatura, concentração CO2) são demasiado simplistas para dar conta da evolução real das espécies sobre um longo período.
- As variações de temperatura recentes (aquecimento desde 1861) ou mais antigos (episódio caótico do Dryas recente) não se traduziram num desaparecimento maciço de espécies, mesmo quando a amplitude de variação das temperaturas foi muito forte (Dryas).
- O estudo detalhado das espécies no seu meio natural mostra que desenvolvem rapidamente estratégias adaptativas perante as variações locais de temperatura, o que está em conformidade com as previsões da teoria da evolução.
- Geralmente, os climas mais quentes e mais húmidos (previsão dominante do IPCC para o século XXI) são considerados como favoráveis ao desenvolvimento da vida, o que se testemunha pela biodiversidade das zonas tropicais em relação às zonas moderadas ou polares.
- Alguns biólogos consideram que desapareceram 99 % das espécies. Em cada época da história da vida, espécies aparecem e outras desaparecem. A ideia de uma “conservação da vida no mesmo estado” não tem nenhum sentido do ponto de vista da evolução.
- É inútil agitar o pânico do aquecimento global para afirmar que as actividades humanas põem localmente em perigo numerosas espécies. O estudo aprofundado da preservação é indubitavelmente necessário. Uma abordagem racional e contextual contribuirá bem melhor do que análises ligeiras e globais cujo sensacionalismo é inversamente proporcional à eficácia.
- Seria interessante que os estudiosos se debruçassem também sobre um cenário de arrefecimento com mais consequências negativas para a biodiversidade do que os cenários de aquecimento.

[Texto entregue à II Conferência da WAVES Portugal. Foi adaptado, com a devida autorização, de um ensaio de Charles Muller autor do blogue Climat Sceptique ]

Fig. 113 - Temperaturas na Gronelândia central desde há 50 mil anos (ºC). Fonte: GISP2.


Temperaturas na Gronelândia central reveladas nos cilindros de gelo do projecto de investigação GISP2. O aquecimento actual não tem paralelo com as variações bruscas de calor ou de frio dos episódios bruscos do Dryas. Os anos PB (Before Present) contam-se, por convenção, a partir de 1950 (ano "presente").
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Fig. 112 - Anomalias das temp. anuais (ºC). 1996-2005. Fonte: GISS.


Anomalias das temperaturas entre 1996-2005 em relação à média de 1986-1995. Fonte: GISS. Verifica-se que o aquecimento "recorde" dos dez últimos anos não é repartido uniformemente sobre a Terra, existindo numerosas zonas que conservam temperaturas constantes (branco) ou registando amplitudes fracas (amarelo claro).
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quarta-feira, maio 28, 2008

A Mitologia do Aquecimento Global

A hipótese do aquecimento global é uma fábula saída dos modelos informáticos baseada em relações simplistas. Anuncia um contínuo aumento da temperatura média global mas isso não está demonstrado.

Nos anos 1975/76 verificou-se um desvio climático primordial, que se traduziu num aumento progressivo da violência e da irregularidade do tempo, associado a uma modificação do modo rápido da circulação geral – fenómeno fundamental para explicar a dinâmica do tempo e do clima –, em permanente troca de energias através das massas de ar da troposfera e da água dos oceanos. Todavia, o problema essencial não é prever o clima em 2100 mas determinar as causas desse desvio climático.

O aquecimento global é um tema extremamente confuso que mistura tudo:

· A poluição e o clima
· Os bons sentimentos e os interesses confessados
· As suposições e as realidades
· O sensacionalismo e a seriedade científica.

O que domina incontestavelmente o debate e o falseia mais é que as alterações climáticas são um assunto de climatologia tratado pelos ambientalistas, em anexo ao tema da poluição.

Os conhecimentos actuais sobre climatologia são em geral limitados, o que é reconhecido implicitamente pelo IPCC quando precisa que: «A aptidão dos cientistas para fazer verificações das projecções provenientes dos modelos é bastante limitada pelos conhecimentos incompletos sobre as verdades climáticas».

Ignora-se assim, geralmente, que a meteorologia clássica está num verdadeiro impasse conceptual há mais de cinquenta anos, e que ela não dispõe de um esquema explicativo da circulação geral capaz de explicar a realidade das trocas meridionais de energia e vive na ignorância dos mecanismos reais.

O debate científico é assim ocultado e os contraditores são, na medida do possível, censurados ou mesmo desacreditados. O conhecimento é substituído pela convicção (sincera ou pela fé) do género: «Estou convencido que o aquecimento global do planeta é uma realidade» ou «Há quem não acredite no aquecimento global» – profissão de fé que é a própria negação do método científico.

A poluição é por si só um assunto suficientemente sério e preocupante para merecer um tratamento separado, aí sim, pelos próprios especialistas que são os ambientalistas. Deixe-se, pois, o estudo do clima para outros especialistas.

Torna-se necessário desmascarar a pretensa ligação entre: homem → poluição → gases com efeito de estufa → aquecimento global → alterações climáticas → violência e irregularidade do tempo.

O Homem está inocente e a acusação que lhe fazem é uma blasfémia.

[Resumo distribuído ao II Congresso WAVES Portugal]

terça-feira, maio 27, 2008

WAVES Portugal

A associação WAVES Portugal tem como objectivo promover os conhecimentos técnicos e científicos dos seus membros, no que respeita à gestão e conservação da vida selvagem nos países euro mediterrânicos. Estende a sua acção de formação a outras associações profissionais com propósitos semelhantes.

A WAVES Portugal é um ramo da organização WAVES Internacional que abrange, actualmente, além de Portugal, a Espanha, a Itália e a Eslovénia. A França está em fase de adesão a esta organização multinacional.

Os sócios da WAVES Portugal, à semelhança das outras suas associadas, são fundamentalmente professores, investigadores e alunos universitários de biologia e veterinária. A Universidade de Aveiro (UA) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) contribuem com o contingente mais importante de associados. Salienta-se a UTAD como principal dinamizadora deste associação de fins não lucrativos.

No entanto, profissionais da conservação da Natureza e da Biodiversidade fazem igualmente parte dos sócios da WAVES Portugal. Do mesmo modo, qualquer cidadão interessado nestes desígnios pode pertencer à associação.

Em Mogadouro, nos dias 23 a 25 de Maio de 2008, realizou-se o II Congresso Português de Fauna Selvagem promovido pela WAVES Portugal com a participação não só de professores, investigadores, especialistas, profissionais e estudantes das áreas do Ambiente, da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, mas também de cidadãos que se interessam por estas temáticas.

O Comité Científico e a Comissão Organizadora, constituídos por professores universitários da UTAD e da UA, incluíam também professores universitários da Universidade de León. O presidente da Comissão pertencia à Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.

O Comité de Honra era assim constituído: Governador Civil de Bragança, Delegado da Junta de Castilla León, Presidente da Câmara de Mogadouro, Presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano, Reitor da Universidade de León, Reitor da UTAD, Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade e os Presidentes da WAVES Internacional, de Espanha e de Portugal.

O presidente da WAVES Internacional, Prof. Doutor Luigi Espósito, da Universidade de Nápoles, participou nos dois dias de trabalho da Conferência. Dos oradores convidados para participar nos trabalhos, com comunicações especializadas nas matérias do Congresso, fizeram igualmente parte cientistas da Escola Superior Agrária, de Viseu e de Bragança, da Universidade de Salamanca (com extensão à Universidade Nacional de Comahue, Bariloche – tantas vezes citado no MC -, Patagónia, Argentina), da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do Parque Natural do Alvão, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, etc.

No Domingo, dia 25 de Maio, realizou-se uma visita à estação Biológica Internacional de Cozcorrita e um Cruzeiro Ambiental de barco no Rio Douro (Miranda do Douro).

A Comissão Organizadora dividiu a Conferência em quatro Módulos tão variados como: “Planeta e Cidadania”, “Conservação e Recuperação de Fauna Selvagem”, “O Uso Sustentável dos Recursos Biológicos” e “Fauna Selvagem e Saúde Pública”.

No primeiro módulo pretendia-se debater pontos de vista diferentes sobre o aquecimento global e outras questões actuais relacionadas. Foi neste âmbito que, a par da Prof. Doutora Solange Mendonça Leite, do Grupo Clima e Modelação Atmosférica, da UTAD, o presente autor e editor do Mitos Climáticos se viu também convidado a participar no evento, tendo tido o privilégio de ser o primeiro orador, com uma comunicação intitulada “Aquecimento Global: Mito ou Realidade?”. Por sua vez, a Prof. Solange M. Leite, apresentou a comunicação “As Alterações Climáticas são uma Ameaça à Vida Selvagem?”

Cada uma das comunicações teve uma duração de cerca de meia hora. Seguiu-se um debate com a participação da assistência que ocupava grande parte dos cerca de 300 lugares da Casa da Cultura de Mogadouro. Salienta-se a presença de muitos alunos convidados desta cidade que manifestaram uma atitude exemplar, destacada pelos estrangeiros presentes.

As duas comunicações deste módulo não se afastaram tanto entre si quanto o moderador admitia ao fazer a apresentação dos oradores. O debate foi realizado de modo elevado com abordagem das preocupações que actualmente fazem parte da generalidade da opinião pública. Sem esquecer, por exemplo, o caso da subida do nível dos oceanos.

A Comissão Organizadora solicitou atempadamente um resumo para fazer parte do Livro de Resumos a ser distribuído pelos conferencistas. Também sugeriu uma opinião escrita sobre a extinção das espécies. Ambos os documentos vão ser publicados seguidamente no MC.

segunda-feira, maio 26, 2008

«A Ficção Científica de Al Gore», 2ª edição

Quinta-feira, dia 29 de Maio de 2008, fica pronta a 2ª edição do livro «A Ficção Científica de Al Gore». Significa uma boa aceitação por parte do público.

quarta-feira, maio 21, 2008

Pausa no aquecimento global

Na resposta recente a um artigo de M. Lockwood e C. Fröhlich, os nossos conhecidos cientistas dinamarqueses H. Svensmark e E. Friis-Christensen indicam que tanto os oceanos como a troposfera fizeram uma pausa no aquecimento.

Os dinamarqueses apresentam duas figuras (Fig. 1 e Fig. 3) que mostram, de facto, tanto para os oceanos como para a troposfera, temperaturas estabilizadas entre Janeiro de 1987 e Julho de 2007. Já lá vão 20 anos…

A estabilização é notável depois de retiradas as confusões devidas ao El Niño, aos vulcões, etc. – como dizem os dinamarqueses. A explicação pormenorizada encontra-se no seu artigo intitulado “Reply to Lockwood and Fröhlich - The persistent role of the Sun in climate forcing”.

Eis as palavras finais dos cientistas dinamarqueses:

That would explain the pause in global warming evident especially in the ocean (Fig. 1) and the troposphere (Fig. 3). The continuing rapid increase in carbon dioxide concentrations during the past 10-15 years has apparently been unable to overrule the flattening of the temperature trend as a result of the Sun settling at a high, but no longer increasing, level of magnetic activity. Contrary to the argument of Lockwood and Fröhlich, the Sun still appears to be the main forcing agent in global climate change.”

Este resultado foi observado apesar do contínuo crescimento das emissões e das concentrações do CO2. Neste artigo, Svensmark e Christensen reforçam as suas explicações sobre a influência da actividade solar em vez do efeito de estufa.

segunda-feira, maio 19, 2008

Niágara gelado


Jorge Oliveira proporcionou o acesso a fotografias das cataratas afamadas do Niágara completamente geladas em 1848, 1911 e 1912. Os acontecimentos destes anos levantam um problema histórico nunca resolvido.

Como se tem dito no MC, as datas limites de início e de fim de períodos climáticos bem definidos, como o Período Quente Medieval (1150 – 1330, na Europa, segundo a Encyclopedia of World Climatology) e a Pequena Idade do Gelo (1300 – 1850, na EWC), não são unânimes nos livros e artigos que falam deles.

É natural, pois esses limites nem sempre coincidem em toda a parte do Mundo. Mesmo entre os Hemisférios Norte e Sul nota-se um desfasamento de um ou mais anos. Neste momento a fase fria pode ter iniciado no Hemisfério Sul em avanço relativamente ao Norte.

Mas estas fotografias das cataratas do Niágara levam a supor que a Pequena Idade do Gelo (aceite por muitos cientistas como tendo acabado em 1850 – o congelamento de 1848 das cataratas atesta-o), se estendeu, pelo menos regionalmente, até à primeira década do século XX.

De facto, na Fig. 3 aparece uma descida da temperatura média global entre 1900 e 1910. Foi a partir destas décadas que alguns glaciares começaram a retrair. É o caso das neves do Monte Kilimanjaro como se vê na Fig.1 de “Kaser et al., 2004”.

O ficcionista Al Gore, émulo de outros que lhe assopraram aos ouvidos, nas suas (in)verdades, para ele convenientes, apresenta o Kilimanjaro como uma prova (ainda para mais irrefutável!) do aquecimento global. Tal é integralmente falso.

É oportuno também assinalar que os mágicos do IPCC, no seu último relatório de 2007, apresentam as figuras das temperaturas com início em 1910 (ver Fig. OL2) para “épater les bourgeois”, ou seja para controlar os decisores políticos.

Foi a partir de 1910 que se iniciou uma subida das temperaturas – com flutuações – que terminou em 1998. Daí que o IPCC, mostrando a sua veia para a magia, termine em 2000 (ou seja, dois anos depois do início da queda) as curvas apresentadas em 2007, conforme se vê na Fig. OL2.

O IPCC ocultou, assim, seis anos de temperaturas. Isto é, em 2007 o IPCC só apresenta temperaturas até 2000! E, em vez de iniciar, por exemplo, em 1850, só começou em 1910! Começa e acaba nas datas que lhe convém.
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domingo, maio 18, 2008

O futuro próximo

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

Houve dez glaciações durante o último milhão de anos com durações aproximadas de 100 mil anos. Os períodos interglaciais tiveram intervalos muito mais reduzidos com médias próximas de 10 mil anos.

A última glaciação acabou há cerca de 10 mil e 500 anos (ver p.e., Fig. ZJ5); assim, atendendo à média, o presente período interglacial não deverá durar muito mais tempo. Se vai persistir mais umas décadas ou uns séculos é uma matéria especulativa.

Parece, pois, inevitável o aparecimento de uma fase fria devida a factores astronómicos exteriores ao sistema climático (atmosfera, oceanos, continentes, criosfera, biosfera). As condições interglaciais satisfatórias podem estar a desaparecer.

Nos anos 1970 houve uma curta fase fria (entre 1960-1975). Nessa altura procurou-se justificar o frio com a presença de aerossóis industriais. Actualmente, pretende-se fundamentar o calor com a produção antropogénica do CO2.

Cientistas chineses (Zhen-Shan et Xian, 2007) *, aplicando uma metodologia multidisciplinar, estudaram a variação da temperatura entre 1881 e 2002 no Hemisfério Norte e na China. Encontraram variações quase-periódicas com um período indicativo de 60 anos.

Apesar da tendência de crescimento monótono da concentração do CO2, o paradigma da variação da temperatura com períodos de 60 anos apresenta crescimentos e decrescimentos intercalados, logo, não monótonos, segundo o estudo de Zhen e Xian.

Os autores chineses concluíram, pois, que a concentração atmosférica do CO2 não é determinante na variação periódica da temperatura. Para eles, o efeito da concentração tem sido exageradamente considerado na explicação da evolução climática. Este estudo concluiu que o clima deverá começar a arrefecer nos próximos 20 anos.

Aliás, esta conclusão está de acordo com a de astrónomos siberianos do Instituto de Geociências, de Irkutsk (em inglês: Earth's Crust Institute, solar-terrestrial physics institute). Estes cientistas, através do estudo dos ciclos e das manchas solares, de 1882 a 2000, deduziram que o mínimo da actividade solar deverá situar-se num ciclo de 2021 a 2026.

Daí resultará uma temperatura superficial global mínima (Bashkirtsev et Mashnich, 2003) *. Os cientistas siberianos determinaram também que a resposta da temperatura do ar aos ciclos das manchas solares está desfasada em atraso próximo de três anos para a Sibéria e de dois anos para o Globo.

Uma projecção semelhante, baseada em observações da actividade solar, foi anunciada pelo Observatório de Pulkovo, próximo de São Petersburgo, Rússia. O Prof. Habibullo I. Abdussamatov, director do Observatório, afirmou que, em vez de aquecimento, o planeta iniciará um arrefecimento lento entre 2012-2015. O valor mínimo do arrefecimento será alcançado entre 2050 e 2060.

Segundo o Prof. Abdussamatov este período de arrefecimento durará 50 anos e será comparável ao mínimo verificado na Pequena Idade do Gelo (1645-1715) quando a temperatura desceu 1 ºC a 2 ºC em relação ao valor actual (Abdussamatov, 2004; Abdussamatov, 2005; Abdussamatov, 2006) *.

Nos últimos 3000 anos observaram-se tendências para arrefecimento do clima terrestre (Keigwin et al. 1994; Khilyuk et Chilingar, 2006) *. Neste período os desvios da temperatura foram de 3 ºC com uma tendência para uma diminuição de, aproximadamente, 2 ºC.

Khilyuk e Chilingar afirmaram: «Esta tendência de arrefecimento permanecerá no futuro próximo. Vivemos num período geológico de arrefecimento e o aquecimento dos últimos 150 anos foi um fugaz episódio na história geológica da Terra». Esta afirmação está reflectida na Fig. ZJ10.

Em conclusão, não é o Homem mas sim a Natureza que domina o clima. O Protocolo de Quioto e as ideias forjadas nos relatórios do IPCC, sintonizadas com o malthusianismo, podem fazer realmente muito ruído. Mas de nada servem.

O Protocolo de Quioto vai causar muitos prejuízos nas economias e no bem-estar de milhões de pessoas. O esforço pedido aos cidadãos não pode fazer nada para alterar o clima. Será isto que todos nós descobriremos, num futuro próximo, como resultado de enormes e supérfluos sacrifícios.

(fim)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

Fig. ZJ10 - Temperatura média do Hemisfério Norte. Fonte: Khilyuk e Chilingar, 2006.


Gráfico simplificado da temperatura média do Hemisfério Norte durante os últimos 1000 anos, de acordo com a base de dados de Khilyuk e Chilingar, 2006. A temperatura projectada (traço interrompido) é baseada em elementos deste artigo de Zbigniew Jaworowski.
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sexta-feira, maio 16, 2008

Marlo Lewis no site da FNAC

O livro «A Ficção Científica de Al Gore» é neste momento o destaque de 1ª página do site da FNAC.

Esta informação tem interesse para muitos leitores do Brasil que perguntam qual o modo de acederem à compra do livro. Deverá ser possível encomendá-lo a um loja FNAC do Brasil com a indicação da página da sua congénere de Portugal.

terça-feira, maio 13, 2008

Entrevista com Marlo Lewis, Jr.

A jornalista Helena Oliveira entrevistou o autor do livro A Ficção Científica de Al Gore. A entrevista foi publicada no portal Ver.

Helena Oliveira conduziu a entrevista com muita clarividência ao escolher cinco perguntas com muita pertinência. As respostas de Marlo foram igualmente claras e objectivas.

Salientamos a terceira pergunta-resposta que põe em causa os actores intervenientes no escândalo da atribuição do Nobel da Paz.

«Pergunta:

- Se existem tantas “não-verdades” (ou poderemos mesmo chamar-lhes mentiras?) no UVI de Gore, como foi possível ter conseguido que o “mundo se ajoelhasse a seus pés” e o tenha transformado no mais reconhecido ambientalista dos nossos tempos? E como se explica que, em conjunto com o IPCC, tenha ganho o Nobel, quando existem tantos cientistas que não concordam com este alegado alarmismo?

Resposta:

- Em primeiro lugar, devemos ter em mente que os colaboradores do IPCC incluem cientistas como John Christy que rejeita a visão apocalíptica de Gore no que respeita ao aquecimento global. E o IPCC também não aprova o documentário de Gore na sua totalidade. Na verdade, o IPCC prevê um aumento do nível do mar, para o século XXI, entre 7 a 23 polegadas [17,78 cm a 58,42 cm] – consulte a página 8 do Resumo para os Decisores Políticos do IPCC – o que significa, em média, um aumento de 14 polegadas [35,5 cm], valor este que pode estar igualmente sobreavaliado. E, em qualquer dos casos, os níveis do mar aumentaram tanto como as estimativas do IPCC desde os anos de 1860. Alguém reparou? Alguém se preocupou? Posso dizer-lhe algo que cresceu muito mais rapidamente – os valores das propriedades imobiliárias situadas nas zonas costeiras! O aumento do nível do mar não é a grande e assustadora ameaça que Gore quer fazer parecer. O Comité Nobel deu um e o mesmo prémio ao painel científico que estima um aumento do nível do mar em cerca de 14 polegadas [cerca de 36 centímetros que nem sequer chegam ao joelho] e a um Al Gore que alerta para um possível aumento de 18 pés [cerca de 5,5 metros que são quase a altura de um rés-do-chão e primeiro andar]. Ou seja, podemos afirmar que, tal como Gore, o Comité Nobel opta por uma visão política relativamente ao aquecimento global.»

Está tudo muito claro.

sexta-feira, maio 09, 2008

Esclarecimento acerca do livro «A Ficção Científica de Al Gore»

Respondendo às perguntas de vários leitores, informa-se que não se realizou a sessão pública de lançamento do livro devido ao cumprimento apertado de prazos.

As expectativas da editora foram totalmente ultrapassadas e os canais de distribuição requisitaram a totalidade da 1ª edição. Antevê-se a 2ª edição imediata do livro.

No entanto, está prevista a realização de uma conferência sobre alterações climáticas com a discussão de temas do livro e a possível presença do seu próprio autor, Marlo Lewis, Jr.

O livro já está em armazéns centrais de livreiros. Segue-se o envio para as livrarias de todo o país. Ficará à disposição do público durante o fim-de-semana, dependendo da logística de cada uma das organizações de livreiros.

terça-feira, maio 06, 2008

A ficção científica de Al Gore

Está quase a sair para o mercado o livro «A Ficção Científica de Al Gore». Já se encontra no depósito da editora e chegará às livrarias muito brevemente.

É o primeiro livro a nível mundial que faz uma crítica arrasadora das intrujices de Al Gore que tanto brado deu e o ajudou a ser premiado com um Nobel da Paz. Este escândalo só foi possível pela manipulação das consciências de cidadãos, de decisores políticos, de profissionais da comunicação social e, infelizmente, de cientistas de vários campos da Ciência.

Al Gore recorre a factos e observações reais, mas não se furta a mentir, distorcer e alarmar, para asseverar categoricamente que todas as desgraças – secas, calor, cheias, extinção de espécies, etc. – se devem ao “aquecimento global”.

Se Al Gore e os seus seguidores têm a certeza de que as cidades costeiras vão desaparecer, engolidas pela subida dos oceanos, devida à fusão do gelo do Antárctico e da Gronelândia, e se têm consciência de que as medidas que agora propõem já não vão a tempo de evitar tal catástrofe, por que razão não exigem aos governos que dêem início a um processo, necessariamente moroso, de evacuação das populações para novas cidades a construir em cotas mais elevadas ?

Marlo Lewis Jr. identifica no livro/filme "Uma Verdade Inconveniente" 26 afirmações distorcidas, 17 enganosas, 10 exageradas, 28 especulativas e 19 erradas. O livro de Marlo Lewis Jr. está dividido nos seguintes capítulos :

Efeito de Estufa Básico; Glaciares de Montanha; Reconstrução do Clima com Dados Proxy; Projecções do Aquecimento Global; Calor; Furacões; Tornados, Inundações, Fogos e Secas; O Clima do Árctico; Corrente do Golfo; Pássaros, Escaravelhos, Extinções; Recifes de Coral; Algas, Carraças, Mosquitos e Germes; Antárctico e Subida do Nível do Mar; Gronelândia e Subida do Nível do Mar; A Humanidade e a Natureza; A América e as Alterações Climáticas; Consenso, Ciência e Grupos de Interesses; Bush e o Aquecimento Global; Política Climática; Moralidade.

Os textos são acompanhados por 89 figuras, muitas delas coloridas, que facilitam a compreensão da análise crítica de Marlo Lewis Jr.

A edição é da Booknomics que se esforçou por apresentar uma obra de valor pois além da crítica, o livro constitui um excelente manual sobre muitos dos temas climatológicos. Faculta uma vasta lista de referências e notas finais para os leitores aprofundarem conhecimentos e prosseguirem outras leituras.

A tradução é de Rui Gonçalo Moura e de Jorge Pacheco de Oliveira, que procuraram auxiliar os leitores enriquecendo o livro com uma centena de notas de pé-de-página.

sábado, maio 03, 2008

O pânico do nível do mar

(Versão parcelar do artigo “CO2: The Greatest Scientific Scandal of Our Time”, de Zbigniew Jaworowski)

Um dos assuntos mais apregoados para alarmar a opinião pública é a hipotética subida do nível dos mares. Esta presumível elevação marítima causaria prejuízos catastróficos aos habitantes que vivem junto ao mar e que representam uma percentagem elevada da população mundial.

Seria a consequência do derretimento de mantos de gelo, nomeadamente da Gronelândia e do Antárctico, provocado pelo aquecimento global. Muitas pessoas temem que seja uma inevitabilidade. Mas também há muitos desmentidos que elas não têm conhecimento por se lhes ocultar a verdade.

Um deles é o artigo recente de cientistas americanos do Goddard Space Flight Center, da NASA (Zwally et al., 2005) *. Este artigo apresenta o resultado da aplicação de técnicas com satélites que permitem avaliar a espessura do gelo.

Determinaram as alterações de massas de gelo da Gronelândia (durante dez anos e meio) e do Antárctico (nove anos). Utilizaram bases de dados de processos altimétricos fornecidos por satélites NASA.

Zwally e colegas demonstraram que o gelo da Gronelândia diminuiu (- 42 Gt/ano) nas margens, no designado permafrost – terras geladas –, mas aumentou (+ 53 Gt/ano) no interior da grande ilha, com um balanço positivo. Este resultado corresponderia a um rebaixamento do nível do mar de – 0,03 mm/ano.

[G é o símbolo do múltiplo “giga” que significa 10 levantado à nona potência; t é o símbolo da tonelada. Ou seja, 1 Gt representa mil milhões de toneladas.]

Já para o Antárctico o resultado encontrado foi a diminuição (- 47 Gt/ano) na parte ocidental e o aumento (+ 16 Gt/ano) na oriental. O balanço de - 31 Gt/ano corresponderia a uma elevação do nível do mar de + 0,08 mm/ano.

Isto é, de acordo com este estudo – abragendo um período de uma década –, o Antárctico e a Gronelândia estariam a contribuir com uma subida conjunta de + 0,05 mm/ano. Por este andar, fariam o mar subir 5 mm num século ou 5 cm num milénio. Seriam necessários 20 mil anos para se alcançar uma subida de um metro! Se, entretanto, não ocorresse uma fase gelada.

No período estudado, o West Antarctic Ice Sheet (WAIS) perdeu massa de gelo à taxa de - 95 Gt/ano. Mas o centro do Antárctico ganhou + 142 Gt/ano. O balanço foi marcadamente positivo de + 47 Gt/ano. O ganho no centro explica a intensificação da génese dos anticiclones móveis polares austrais, especialmente no Inverno.

[O WAIS situa-se na península que recebe as depressões com o retorno de ar quente originadas pelo movimento dos anticiclones móveis polares austrais que nascem no centro do Antárctico.]

A contribuição de + 0,05 mm/ano de subida dada pelo gelo polar seria pequena comparada com a hipotética subida dos oceanos de 2,8 mm/ano obtida por observações de satélites. Mas este último valor é controverso pelas dificuldades nas medições oceânicas que são menos fiáveis do que as continentais devido à instabilidade do nível oceânico com ondas, fluxos e refluxos.

As populações indígenas das ilhas do Pacífico e do Índico são sistematicamente desassossegadas com a visão apocalíptica do desaparecimento dos seus habitats. Dizem-lhes que esse facto se deveria aos pecadores que poluem e que vivem tranquilamente em domicílios intocáveis pelo mar.

Um exemplo da futilidade de tais medos consta no bonito arquipélago das Maldivas, no Oceano Índico central, com 1200 ilhas agrupadas em aproximadamente 20 atóis de maior dimensão.

Os atóis sobressaem de uma profundidade de cerca de 2500 metros. Consistem em recifes, escombros e areias de corais. Emergem apenas um a dois metros acima do nível do mar. Daí que, segundo os alarmistas, estejam condenadas a desaparecer, engolidos pelo mar, num futuro próximo (IPCC, 2001) *.

Investigações múltiplas sedimentares e de geomorfologia acompanhadas por processos altimétricos contradizem esta profecia medonha. O cientista sueco Nils-Axel Mörner tem demonstrado a inconsistência de tais predições que só servem para assustar a opinião pública mundial e os maldivianos (Mörner, N. A. et al., 2004) *.

As ilhas existem pelo menos desde a última glaciação e estão habitadas há pelo menos 1500 anos. Os seus habitantes sobreviveram ao Período Quente Medieval quando o nível do mar deve ter sido 50 cm a 60 cm mais elevado do que actualmente (Fig. ZJ9).

Nas últimas décadas, os processos altimétricos dos satélites e os registos de medidas locais, realizadas pelo governo australiano, não apresentam elevação significativa do nível do mar na região das Maldivas. Trata-se apenas da síndrome maldiviana reproduzida e ampliada pela incultura de muitos autores.

Os australianos têm provas de que há 30 a 100 anos atrás o nível do mar era 20 cm a 30 cm mais elevado do que é actualmente. Também têm provas de que o nível do mar desceu com valores semelhantes, de 20 cm a 30 cm, nos últimos 30 anos, contrariando os cenários catastróficos do IPCC.

(continua)
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*A bibliografia pode ser consultada no original de Zbigniew Jaworowski.

Fig. ZJ9 - Nível do mar das Maldivas. Fonte: Nils-Axel Mörner.


A figura mostra a evolução do nível do mar nas Ilhas Maldivas dos últimos 5000 anos. Em relação ao valor actual (linha horizontal de valor zero), o nível situou-se: um metro abaixo, há 3900 anos; 0,1 m a 0,2 m acima, há 2700 anos; 0,5 m acima, há 1000 anos; 0,2 m a 0,3 m acima, nos anos 1900 e 1970. Nos últimos 30 anos o nível do mar situou-se 30 cm acima.
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